Rio – Eles poderiam só cumprir a carga horária exigida de aula e concluir o curso técnico de forma regular, mas optaram por dedicar 12 horas do seu dia para criar soluções para problemas cotidianos. São estudantes da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) que desenvolveram dispositivos para prevenir explosão em bueiros, auxiliar pessoas com deficiência visual no uso do transporte público e controlar gastos do orçamento familiar.
Aos 17 anos, Rafael Carrilho criou um dispositivo que monitora câmaras subterrâneas. O aparelho identifica vazamentos de gás natural e aumento de temperatura acima do recomendado no interior das redes. O experimento tem por objetivo evitar explosões de bueiros e acidentes causados por arremessos de tampas.
Inicialmente, o projeto visava a atender áreas residenciais, tendo como ponto de partida o acidente ocorrido em um conjunto habitacional, em Fazenda Botafogo, em abril de 2016, que ocasionou na morte de cinco pessoas e deixou nove feridas. Com o avançar da pesquisa, concluiu que era possível ampliar a cobertura de monitoramento por grandes câmaras subterrâneas e tentar impedir qualquer risco de explosão.
O dispositivo ainda é um protótipo, composto por dois sensores que funcionam de maneira bem simples: o primeiro mede a presença de gás inflamável, enquanto que o segundo sensor monitora o aumento de temperatura. Ambos são acoplados a um microcontrolador e a um módulo GSM, instalado nas câmaras subterrâneas.
– Em caso de concentração de gás ou de a temperatura atingir nível considerado perigoso, uma mensagem de texto constando o endereço do incidente é enviada para os celulares das autoridades responsáveis. Ao receber o aviso, o órgão terá tempo para evacuar a área de risco e providenciar os reparos necessários em seus equipamentos – explicou Rafael.
O projeto será apresentado na Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), promovida até este domingo (29) em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. O estudante será o único representante da Rede Pública de Ensino Técnico do Rio entre mais de 400 ideias selecionadas em todo o mundo.
Economia familiar e mobilidade urbana
Pensando em como uma família poderia controlar seus gastos, os alunos Daniel de Andrade, Karine Maria Moreira e Renan Florentino construíram um registrador de compras acoplado ao carrinho de supermercado. A ideia é que o consumidor saiba quanto custa cada produto e possa controlar o valor total da compra, antes mesmo de chegar ao caixa do supermercado.
Para isso, será instalada uma central de dados com o registro de todos os produtos e seus respectivos valores, no estabelecimento, e um dispositivo, com leitor de código de barra, conectado ao carrinho para fazer a leitura dos itens escolhidos.
– A ferramenta é viável economicamente para as redes de varejo, além de ser uma tendência de marketing para as companhias que trabalham com a transparência – destacou Renan Florentino.
Já Gabriel Peres e Paulo Athayde desenvolveram um sistema que consiste em ajudar pessoas com deficiência visual no uso de transporte público por meio da tecnologia assistiva.
– A minha única certeza era a de que eu precisava ajudar as pessoas. Foi quando pensei nos casos de auxílio a idosos e pessoas com deficiência na rua, e percebi que seria fundamental criar um recurso para mobilidade urbana, tornando-os independentes no que se refere à locomoção – contou Gabriel.
2 comments
Agora!que estou comentando.e dar meus parabéns a estes genios do bem!
Pois esta cambada que perdem tempo com criticas.não fiserão nenhum comentario não le noticia boa…
Sou Gabriel Peres, Muito obrigado. Estou lendo a matéria hoje, nem sabia que tinha saído. Obrigado!!
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