Pinheiral – O Atlas das Bacias Hidrográficas da Região do Médio Paraíba do Sul, elaborado pelo Comitê de Bacias Hidrográficas do Médio Paraíba recebeu Prêmio CREA-RJ de Meio Ambiente de 2017. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro considerou o trabalho de grande importância para o meio ambiente. Nele constam estudos sobre os rios que ajudam a formação do Rio Paraíba do Sul, entre Resende e Três Rios, além de listar nascentes, áreas de florestas, de pastagens e urbanas.
De posse desse estudo, gestores públicos, estudiosos e pesquisadores, que atuam na área ambiental, terão maior facilidade em avaliar se o uso da terra, em uma determinada área, vai impactar positiva ou negativamente para o meio ambiente. Uma das partes mais importantes desse trabalho é a apresentação das 42 microbacias, dos maiores rios afluentes do Paraíba do Sul, na região.
Cada um desses rios, é apresentado com todas as suas nascentes, florestas, pastagens, áreas urbanas que formam as cidades, além de mostrar a capacidade dessas terras colaborarem com a produção de águas ajudando na formação do Rio Paraíba do Sul. Considerado de iniciativa simples, mas inovadora, serão confeccionados mil exemplares desse Atlas, previsto para ser distribuído no início do ano que vem.
Este estudo seguirá para os municípios bem como para escolas, universidades, departamentos de pesquisas, planejamento urbano e ambiental de empresas, Organizações Não-Governamentais, entre outros órgãos. A pesquisa reúne mapas e dados, imprescindíveis para o desenvolvimento de politicas públicas de preservação das águas.
Um dos coordenadores do trabalho, o professor universitário e ex-prefeito de Pinheiral, José Arimatéia, explicou que de posse deste Atlas, educadores poderão abordar temas locais nas escolas. Um exemplo seria, segundo explicou Arimatéia, que durante as aulas sobre bacias hidrográficas de outros estados, o Atlas poderá ser utilizado para se explanar estudos sobre as bacias hidrográficas do Rio Paraíba do Sul.
– Nada mais empolgante para o aluno aprender sobre a realidade da região onde vive – completou Arimatéia, lembrando que ao abordar temas como bacias hidrográficas, os educadores estarão falando de meio ambiente, preservação do Rio Paraíba e políticas públicas destinadas a esta finalidade.
Outro ponto importante do trabalho realizado pelo Comitê de Bacias Hidrográficas permite que o conjunto de estudos poderá sinalizar aos gestores, os impactos para o meio ambiente em obras destinadas ao desenvolvimento urbano. Um exemplo simples citado pelo professor Arimatéia é o Rio Brandão, que passa pela Vila Santa Cecília. Geralmente em período de chuvas, este rio transborda, e de acordo com estudos do Atlas, a situação pode se agravar, devido às construções ocorridas no bairro Roma.
– O solo daquela região está tomado por obras, como o conjunto habitacional e o Hospital Regional, havendo chuvas, a água não tem para onde escorrer, aumentando, com isso a possiblidade do Brandão transbordar, já que este afluente recebe águas daquela localidade – concluiu Arimatéia, lembrando que novas edições do Atlas serão divulgadas a cada dois anos será divulgada uma nova edição do Atlas.
Outro fator
Outro fato que preocupa ambientalistas e profissionais que atuam neste trabalho é a falta de água em algumas localidades da região, que pode se agravar ainda mais no futuro. Um dos exemplos recentes aconteceu em 2015, durante crise hídrica na região, onde várias cidades reduziram o consumo, mas conseguiram manter o abastecimento devido a proximidade com o Rio Paraíba do Sul. No entanto, o distrito de Arrozal, em Pirai, por estar longe do Paraíba, ficou praticamente sem água.
– Com o aumento da população daquela localidade e novas secas, a tendência dessas regiões é piorar e, o Atlas, vem alertando para necessidade e caminhos a serem percorridos a fim de evitar secas, que são cíclicas – concluiu Arimatéia.
Por Lilian Silva
(Especial para o DIÁRIO DO VALE)
4 comments
“– O solo daquela região está tomado por obras, como o conjunto habitacional e o Hospital Regional, havendo chuvas, a água não tem para onde escorrer…” ——— A água não tem É para onde infiltrar. Escorrer a água vai e bem mais rápida devido a carga de terra que será arrastada, bem diferente de uma corredeira de água limpidas no meio de uma floresta, por exemplo.
Se o Rio Paraíba do Sul está com volume baixo na estiagem é devido a destruição das nascentes. A nascente na cabeceira do Ribeirão Brandão praticamente acabou.
Parece interessante. Afora os córregos que banham VR, os das outras cidades são mal documentados, sequer aparecendo em mapas… Poderiam disponibilizar esse material no próprio site, em PDF, assim como já acontece com vários outros estudos…
Tem petista no meio.
Isto justifica contratar empresas para imprimir e mais empresas para entregar.
Os petistas ficam assanhados quando tem motivos para eles promoverem gastos.
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