Melissa Carísio
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Volta Redonda – A maioria das peças dos brechós sai por R$ 1,00, R$ 5,00 e R$ 10,00. Ainda sim, o lucro é pequeno, de acordo com as proprietárias, se comparado há tempos atrás. Ao que parece, a crise também atingiu este tipo de comércio, e mesmo trabalhando com preços populares e acessíveis, o movimento diminuiu bastante nas lojas da cidade.
Danielle Costa é dona do ‘Brechó da Loira’ há quatro anos e atende no bairro Retiro. Há dois anos, resolveu abrir o segundo no Aterrado, na Rua 17 de julho, já que o local é famoso por aglomerar várias lojas deste mesmo segmento. Ela conta que desde que sentiu a queda no movimento, tenta adotar algumas estratégias de vendas, para que o lucro não seja sentido em seu bolso.
– Nós vivemos fazendo promoção para tentar manter o movimento. Por exemplo, se o cliente comprar uma peça, poderá levar outra de graça. Este ano, sentimos uma diminuição de 30%, se comparado ao ano passado. Meu único negócio que se manteve intacto foi o de móveis usados, em que não senti nem aumento ou diminuição – disse.
Ao lado do ‘Brechó da Loira’, na mesma rua, está o ‘Fátima Brechó’. A dona é Maria de Fátima Medeiros que trabalha no ramo há quatorze anos. Ela, que no passado chegou a ter até três brechós ao mesmo tempo, contou que atualmente o movimento não é dos melhores. Um dos motivos são os brechós que surgiram na internet.
– O movimento já foi bem melhor. Hoje existem muitos brechós na cidade, inclusive na internet e nas redes sociais. A concorrência é desleal – contou.
Até os fornecedores diminuíram a quantidade de roupas que mandavam para a loja, que trabalha com consignação. Para Fátima, a atual situação financeira que o País se encontra, afetou todos os segmentos da economia.
– Se comparado há dois anos, poderia dizer que tivemos uma queda de 50%. No inverno vendíamos bastante, já no deste ano, o movimento foi bem fraco. Algumas lojas aqui da rua nem costumam mais abrir aos sábados, porque as pessoas não compram mais como antes – concluiu.
Brechós on-line
Se o movimento das lojas anda fraco, na internet a procura por roupas novas e usadas está cada vez maior. É comum ver vários grupos e páginas no Facebook, onde as próprias usuárias postam as peças que não querem mais e negociam com as outras pessoas da rede social. Esta interação propicia às vendedoras a possibilidade de desapegarem de seus itens, sem ter seu próprio negócio.
Este é o caso das amigas Francine Castro, Giuliana Abbiati, Rayssa Delgado, Bruna Dantas e Paula Marinho. As cinco amigas de Volta Redonda, se uniram para vender suas peças antigas que não têm mais utilidade e passá-las à diante para outras pessoas que pudessem aproveitá-las. Surgiu então o Bazar de Garagem, que vende roupas e calçados a um preço mais barato e acessível.
Ele funciona on-line, através do Instagram @bazargaragemchic. Na rede social postam as fotos dos itens disponíveis para venda e avisam aos seguidores quando acontecerá o próximo bazar, que sempre acontece de forma esporádica. A próxima reunião será 10 de agosto, na rua Rio Negro, número 171, Água Limpa, a partir das 13 horas.
– Nós cinco sempre fomos muito amigas e ligadas em moda. Montar o bazar foi a forma mais econômica que encontramos para diminuir nosso consumismo e aprender a se desfazer de certas coisas que estavam paradas no nosso guarda-roupa. Desde então, passamos a comprar coisas novas apenas com o que lucramos das vendas – disse Paula Marinho, estudante de direito e uma das integrantes.
Paula contou também que apesar da crise, o movimento e a procura são bastante grandes. Ela acredita que isso se deva graças à qualidade das peças disponibilizadas e o baixo valor pela qual são vendidas.
– Estamos muito felizes com o sucesso! Não imaginávamos o quanto iria repercutir positivamente. Sei que a crise está atingindo a todos, mas as nossas vendas andam muito bem. Nosso público atinge todas as classes sociais e a procura por preços acessíveis é geral. A nossa publicidade se limita à internet e ao boca a boca das nossas clientes. Devido a todo o sucesso e procura, estamos dispostas a continuar com o nosso bazar e fazer do nosso desapego o apego de outras pessoas – encerrou.
Fora das redes sociais, vários sites também fazem compras, vendas e trocas de roupas, calçados, acessórios e até itens de decoração. No site ‘enjoei’, por exemplo, primeiro a pessoa faz o cadastro, posta fotos do item que deseja vender, enquadra em alguma das categorias que ele irá entrar, faz uma descrição do produto e aguarda a aprovação dos moderadores. Após este processo, o item estará disponível para venda.
O ‘Recicla Luxo’, ‘Peguei Bode’ e o ‘Vintage Chic’, trabalham com grandes marcas nacionais e importadas, como: Armani, Chanel, Dior, Hermés, Prada, Louis Vuitton e muitas outras com preços muito mais baratos que os das lojas. Nos brechós on-line, qualquer um pode comprar e vender a qualquer hora. É possível economizar sem sair de casa e nem mesmo a crise, será um impedimento.
3 comments
O pior com certeza são os Dentistas principalmente na Vila que tão disputando paciente a tapa.
Nem no brechó o povo consegue comprar… feia a situação.
Reelegem a Dilma novamente para melhorar.
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