Direção de hospital vai enviar relatório sobre morte de bebê ao CRM e à polícia

by Paulo Moreira
Dentro da normalidade: Percentual de mortes de fetos no HSJB está dentro da faixa considerada inevitável pela Organização Mundial de Saúde

Dentro da normalidade: Percentual de mortes de fetos no HSJB está dentro da faixa considerada inevitável pela Organização Mundial de Saúde

Volta Redonda –  O diretor médico do Hospital São João Batista (HSJB), José Geraldo Barros, e a coordenadora da Maternidade do estabelecimento de saúde, Kátia dos Santos, vão preparar e enviar à Polícia Civil e ao Conselho Regional de Medicina (CRM) um relatório com todos os procedimentos adotados no caso do bebê da adolescente de 17 anos que nasceu morto no dia 23 de fevereiro. A família da adolescente alega que houve erro médico no caso e entrou com uma queixa na 93ª DP.

— Toda a equipe do hospital ficou consternada com o que aconteceu. Claro que nossa dor não se compara à da família, mas a verdade é que cada ocorrência desse tipo nos atinge. Em todos os casos, fazemos um estudo detalhado do que aconteceu, para sabermos se alguma coisa poderia ser feita para evitar a morte. Esse estudo não vai concluir se houve culpa de alguém, já que isso cabe ao Conselho Regional de Medicina — afirmou José Geraldo.

A família da adolescente alega que uma obstetra sugeriu que fosse feita uma cesárea, e depois outra médica afirmou que o procedimento seria desnecessário, porque o colo do útero da gestante estava começando a se dilatar. No período em que se aguardou, para finalmente haver uma decisão de fazer uma cesariana, o bebê teria morrido. “Médicos tomam decisões com base em evidências. Há protocolos que determinam o que deve ser feito, e em princípio eles foram seguidos nesse caso”, revelou Kátia dos Santos, acrescentando que, observadas estritamente as recomendações da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde, a cesariana é um procedimento a ser adotado apenas em casos excepcionais, que envolvam risco à saúde do bebê ou da mãe. “Nem no sistema privado de saúde a mãe deveria ter o direito de escolher entre parto normal e cesárea”, frisou.

Mesmo com essas determinações, os índices de cesárea no Brasil ainda são muito altos: 55% dos partos, chegando a 85% na rede privada. A meta do Ministério da Saúde é chegar a 30%. “O motivo de se preferir o parto normal à cesárea é que o procedimento cirúrgico é mais perigoso e gera uma recuperação muito mais lenta da mãe, além de prejudicar também o bebê, já que os nascidos de parto normal têm uma evolução pulmonar melhor que os nascidos via cesárea”, contou Kátia. No entanto, o hospital não tem nenhuma diretriz para obrigar as mães a optarem pelo parto normal. “A decisão é do médico, mas os critérios que seguimos são exclusivamente técnicos”, salientou Kátia.

 

Estatísticas

 

De acordo com a direção do hospital, a porcentagem de casos de bebês que nascem mortos no estabelecimento de saúde está abaixo dos limites admitidos pela Organização Mundial de Saúde como sendo de casos de morte inevitável, por problemas de saúde com a mãe ou o bebê: 1,4%.

Somando os meses de janeiro e fevereiro, houve 341 partos no HSJB, com quatro ocorrências de morte do feto. O percentual fica em 1,17%.

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10 comments

Maniac 4 de março de 2018, 16:34h - 16:34

Não cabe a ninguém aqui fazer julgamentos… esse é um caso a ser julgado pelos órgãos competentes. O restante é ignorância e piruada!

fernando 4 de março de 2018, 14:33h - 14:33

lendo essa reportagem, da-se a entender que alguem quiz cumprir alguma meta para agradar a alguem e se esqueceu de que havia uma criança vindo ao mundo. A policia deve sim investigar com muito rigor e com total isenção, mesmo que todos sabem da cumplicidade de um médico em encobrir os erros dos outros.

Povo 4 de março de 2018, 12:01h - 12:01

Falo muito menos do que muita gente aqui, e não entendo porque demora tanto publicar meus comentários, não é a primeira vez, não tem nada de mais no que falei para ter que moderar, os analistas não gostam de publicar bons e reais comentários, só besteiras e( briguinhas)entre leitores, isso é uma piada.

Advogado 4 de março de 2018, 10:46h - 10:46

O atendimento nesse hospital é MUITO RUIM , meu pai estava internado e nunca vi algo tão ruim , sujo e só tem médicos recém formados RESIDENTES que são soberbos é só ficam no WhatsApp. Passam visita uma única vez ao dia e o paciente fica sem TOTAL acompanhamento até o dia seguinte a próxima visita que de nada serve pois estes residentes nada sabem , exame , esquece ele precisou de uma ultrassonografia e mesmo tendo o serviço no hospital só foi marcado pra 8 dias de demora!!!!
Um LiXO ao invés de ficar adquirindo outros hospitais deveria cuidar melhor dos existentes , hospital do idoso nem HOXIGENIO tem!

Jao 4 de março de 2018, 17:26h - 17:26

Nao e so aí nao. Um familiar meu precisou d atendimento em um hospital em bm ano bom e mesmo pagando ficou na emergencia pq nao tinha quarto. E la ja tinha uma menina esperando por um quarto havia 3 dias. Fora q vc vai reclamar e os funcionarios sao extremamente grossos sem contar uma fulana la da internaçao… mas enfim, o q mais podemos esperar desse país de merda?

tirahana 4 de março de 2018, 09:55h - 09:55

É isso tem que ser apurado direitinho pois a perda de um filho é uma ferida que nunca se cura vai está ali para sempre e não existe dor pior do que esta ,se houve uma demora ou erro de tomada de uma decisão alguém tem que ser punido, de acordo com a lei pois hoje em dia existe profissionais e profissional,tudo tem que ser apurado direitinho, se houve algum erro alguém tem que ser punido e responder ao homicídio de incapaz mesmo que seja culposo , mais para mim tem que ser doloso pois sabia que o fato poderia ter esse resultado.

Retiro dos Artistas 4 de março de 2018, 09:21h - 09:21

Nem o hospital nem o CRM vão fazer porcaria alguma. Protecionismo total. A médica nem se sente culpada também, ela está nem aí para o que aconteceu.

Franco 4 de março de 2018, 01:22h - 01:22

Até gosto do samuca .mais não ter uma ultrasonografia no hospital São João Batista ,é um abuso uma mulher! !!grávida tendo sangramentos e não fazer uma ultra num hospital de referência é brincadeira !!!”aviso ao dirigentes secretários compra hospitais e não ter equipamentos funmentais não adiantar em nada vlw samuca vr isso aí com essa direção do hospital as pessoas não pode ter risco de vida devida a essa situação

Vaninha 3 de março de 2018, 21:58h - 21:58

Mas o parto normal nao é indicado para todas as mulheres. Isso aí nunca falam… Pq nao fizeram cesarea logo em vez d ficar perdendo tempo? Mae, filho e familia estariam bem agora.

Povo 4 de março de 2018, 11:47h - 11:47

Vc esta certa,mas o que acontece é que para o hospital, para o estado, e para a prefeitura um parto normal é muito mais barato que a cesária, e esses orgãos não estão nem ai para as pessoas. Essa é a realidade o custo de uma cirurgia para eles é maior que o de uma vida. O diretor do hospital para baixar custos exige que cesária só em ultimo caso ai nem sempre dá tempo de salvar, (chegou ao ultimo caso à estatística). Meus sentimentos, pela perda que Deus conforte familiares.

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