Idosos buscam qualidade de vida com a prática de atividades físicas diárias

by Diário do Vale
Conscientização: Público idoso tem se mostrando bem disposto a deixar a preguiça de lado, incluindo no dia a dia exercícios - Roze Martins

Conscientização: Público idoso tem se mostrando bem disposto a deixar a preguiça de lado, incluindo no dia a dia exercícios – Roze Martins

Barra Mansa – Cada vez mais conscientes da importância da atividade física, para que tenham uma rotina saudável na terceira idade, o público idoso tem se mostrando bem disposto a deixar a preguiça de lado, incluindo no dia a dia exercícios como a caminhada, ginástica, alongamento e, até mesmo, os famosos treinos funcionais que há algum tempo já fazem sucesso entre os jovens nas academias.
Em Barra Mansa, diversas são as oportunidades dos idosos se exercitarem. Uma delas é a caminhada orientada, que acontece todas as terças e quintas-feiras, às 7 horas, no Parque Centenário (Jardim das Preguiças). De acordo com o professor de Educação Física, Fábio Leal, que coordena cerca de 80 alunos, é notório que as pessoas com idades mais avançadas já descobriram nas atividades físicas uma forma de manterem a qualidade de vida.
“Hoje posso afirmar que 90% dos meus alunos têm mais de 50 anos. A maior parte da turma é de idosos e eles têm se mostrado muito animados em todas as aulas. Na nossa rotina sempre iniciamos as atividades com um alongamento, em seguida eles fazem a caminhada no parque, alguns até conseguem correr, e para finalizar fazemos mais uma sessão de alongamento. Para se ter ideia de quanto estão bem dispostos, têm alguns que saem aqui do parque e vão para a aula de capoeira no Centro do Idoso”, explicou o professor, ao informar que as aulas que citou são gratuitas e fazem parte de um projeto da prefeitura.
Conforme ressalta o professor, todos os exercícios de alongamento são elaborados de acordo com a necessidade dos idosos e, enquanto estão praticando, ele sempre procura explicar o benefício de cada um deles. Além de melhorar a saúde, Leal afirma que as atividades contribuem para um melhor equilíbrio, postura, para um caminhar mais resistente e uma respiração mais controlada, que segundo ele é o mais importante.
“Saindo do campo do benefício que a prática de exercícios proporciona a eles, o fato de se reunirem toda semana aqui no parque também é uma oportunidade de fazerem amigos, já que muitos são solitários, e de se divertirem, já que sempre estamos organizando passeios com o grupo. Uma vez por mês sempre temos um café da manhã compartilhado e, em todos os dias de caminhada, nós fazemos uma oração e, ao final, todo se abraçam. É um momento em que muitos se sentem acolhidos”, enfatizou o professor.

Mobilidade Urbana

Também responsável por uma turma de 20 atletas da terceira idade, o professor de Educação Física, Thiago Monteiro, dá aula particulares no Parque Centenário todas as segundas e quartas-feiras, sempre às 8 horas da manhã. De acordo com ele, os idosos estão buscando as atividades físicas devido ao benefício que elas trazem para a sua rotina. Ele explica que trabalha com atividades como alongamento e treinamento funcional voltado para a mobilidade urbana. As aulas custam R$ 20 reais.
“O treino funcional melhora a parte de coordenação motora e agilidade e, como o nosso treinamento é com o tema de mobilidade urbana, isso melhora a atenção da terceira idade nas ruas, ajudando os idosos a desviarem com facilidade de um buraco e a subirem com agilidade em um ônibus, por exemplo. Já o alongamento ajuda a prevenir e, até mesmo, melhorar as dores que oa idosos têm nas articulações. Além disso, ajuda melhorar a flexibilidade e a disposição no dia a dia”, explicou Monteiro, ao acrescentar que ele também trabalha com atividades para a memória durante os exercícios.

‘Viciados’ em atividades físicas

O aposentado Ivanil Canela, de 76 anos, não perde uma aula de caminhada orientada que, segundo ela, já pratica há quase 15 anos. Ele, que vai ao Jardim das Preguiças de segunda a sexta-feira, sempre pela manhã, afirma que as atividades o ajudaram a superar muitas dores nas articulações.
“Antes eu levantava da cama me escorando, me apoiando nas paredes porque minhas pernas doíam muito. Hoje acabou tudo isso e eu não consigo ficar sem me exercitar. Quando não dá para vir aqui no parque eu faço algo em casa ou então caminho na minha rua mesmo”, garante o aposentado, ao contar que está sempre tentando convencer amigos da sua idade a também fazerem algum tipo de atividade. “Esse é o segredo para se viver bem na velhice”, completou.
Outra que também não abre mão de ser exercitar é a aposentada Maria Júlia Pereira, de 74 anos. Moradora do bairro Santa Clara, ela sai de casa todos os dias pela manhã para praticar atividades físicas no Jardim das Preguiças. Viúva, e sem filhos, ela conta que além dos benefícios para o corpo, se reunir com os demais alunos se tornou um exercício para a alma.
“Eu já andei de muletas durante três meses, por conta do meu nervo ciático, e agora, estou bem melhor graças as atividades físicas. Se ficar um dia sem fazer, eu já sinto falta. Eu gosto tanto de estar aqui que faço as aulas gratuitas da prefeitura e também as aulas particulares. É um ambiente gostoso, onde não me sinto sozinho e onde faço muitos amigos”, disse Maria Júlia.

Jogando capoeira

E se não bastasse a grande procura pela caminhada e treinos funcionais, o público da terceira idade também descobriu o benefício da capoeira para o seu bem estar. Por meio do projeto CapoeiraIdade, do Centro de Saúde do idoso, cerca de 80 alunos estão participando das aulas que, segundo o professor Luiz Carlos, o mestre Pretinho, têm ajudado a muitos a superar seus próprios limites.
Ele conta que as aulas de capoeira são adaptadas para os idosos, no entanto, que ele tenta explorar o máximo que pode da capacidade de cada um.
– Eu não os trato como vovôs e vovós, eu os trato como capoeiristas e, inclusive, faço competições entre eles. Dia desses um aluna de mais de 70 anos e encheu de orgulho. Ela caiu no Centro da cidade, tentaram ajudá-la a se levantar e ela disse: ‘não, eu levanto sozinha, porque sou capoeirista’. E ela realmente conseguiu e foi até aplaudida”, contou Pretinho.
A professora Biança Santiago é mãe de uma idosa portadora de Alzheimer e, sempre que pode, a leva para fazer alguma atividade física. Os resultados, conforme afirma, são sempre os melhores. Elas já fizeram juntas aulas de dança, caminhada, ginástica e, recentemente, descobriram a capoeira.
– Eu levei minha mãe na capoeira e fiquei impressionada com a disposição, a alegria e a animação daqueles idosos. No começo ela ficou meio acanhada, mas quando começaram a tocar o berimbau ela se empolgou, entrou na roda e se divertiu muito. Eu a levo para fazer atividades porque sei da importância para a coordenação motora, concentração, para a memória e pra mente, que por conta do Alzheimer vai parando, e também por inúmeros outros benefícios”, concluiu Bianca.

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