Médicos residentes de Valença fazem protesto e param por tempo indeterminado

by Diário do Vale
(Foto: Enviada via WhatsApp)

Em greve: Residentes do Hospital Escola de Valença fizeram um protesto em frente à unidade de saúde em apoio ao movimento nacional (Foto: Enviada via WhatsApp)

Valença – Médicos residentes de todo o Brasil entraram em greve na última semana pedindo uma série de melhorias na profissão, incluindo criação de plano de carreira e de valorização para médicos preceptores (aqueles que supervisionam a atuação dos residentes) e reajuste do valor da bolsa de residência, equiparando as com as de outros programas federais, como o “Mais Médicos”, por exemplo. A paralisação é por tempo indeterminado e nesta quarta-feira (16) residentes do Hospital Escola de Valença fizeram um protesto em frente à unidade de saúde.
Por causa da greve, apenas os plantões e atendimentos de emergência estão sendo feitos. Nesta quarta, com cartazes e vestidos com seus jalecos, os médicos residentes informavam a quem chegava ao hospital sobre a situação.
– Nós estamos buscando uma valorização do médico residente, além de melhorar a condições de trabalho. Hoje os médicos cubanos do “Mais Médicos” ganham uma bolsa de R$ 10 mil enquanto nós ganhamos R$ 2,8 mil, sendo que é descontado um valor para o INSS mas não temos nenhum benefício, nem mesmo o direito de ficarmos doentes. Uma das residentes se acidentou, tirou 14 dias de atestado e teve que repor porque não houve benefício algum – comentou o médico residente, Márcio Barbosa Lima Junior, acrescentando: “O governo pensa que o problema na saúde são as faculdades e a formação dos médicos, mas temos é que melhorar as condições de trabalho também, para que os profissionais também possam ter interesse em sair dos grandes centros. Hoje nós não temos condições de trabalho dependendo do lugar para onde vamos trabalhar”.
Outros pontos reivindicados pelos profissionais são: a fiscalização imediata de todos os programas de residência médica antes da abertura de novas vagas; fim imediato da carência de 10 meses do INSS; plano de carreira nacional para médicos do SUS (Sistema Único de Saúde); e aumento da representação das entidades médicas na composição da Comissão Nacional de Médicos Residentes (CNRM) e fim da Câmara Recursal, que atua dentro da comissão.
A paralisação é um movimento liderado pela Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), que no estado é representado pela Associação dos Médicos Residentes do Estado do Rio de Janeiro (Amererj) e tem o apoio do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj). As entidades estão em negociação com os Ministérios da Educação (MEC) e Saúde em Brasília (DF). O Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed-RJ) acompanha o caso.

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2 comments

Al Fatah 17 de dezembro de 2015, 23:40h - 23:40

Residente é estagiário, e estagiário em lugar nenhum ganha salário de efetivo…

Aposentado 16 de dezembro de 2015, 23:00h - 23:00

Vale lembrar que o médico residente apesar de já estar graduado ainda não possui especialidade na área da medicina e é justamente esta residência que lhe dará esta especialidade. O programa mais médicos já conta com médicos especialistas
sejam eles “cubanos” como dito pelo médico residente acima ou de qualquer outra nacionalidade. O médico em questão quando terminar sua residência caso queira pode se candidatar ao programa Mais Médicos.

Algumas considerações sobre medicina e saúde em Cuba:
1) Em Cuba, há 25 faculdades de medicina (todas públicas), e uma Escola Latino-Americana de Medicina, na qual estudam estrangeiros de 113 países, inclusive do Brasil . (Estudaram em Cuba e lá se formaram, entre outros, dois filhos de Paulo de Argollo Mendes, presidente há 15 anos do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul e critico ferrenho do programa Mais Médicos).

(2) Em 2012, Cuba formou 11 mil novos médicos. Deste total, 5.315 são cubanos e 5.694 vêm de 59 países principalmente da América Latina, África e Ásia. Desde a Revolução Cubana em 1959, foram formados cerca de 109 mil médicos no país. O país tem 161 hospitais e 452 clínicas para pouco mais de 11, 2 milhões de habitantes.

(3) A duração do curso de medicina em Cuba, como no Brasil, é seis anos em período integral. Depois, há um período de especialização que varia entre três e quatro anos. Pelas regras do sistema educacional cubano, só entram no curso de medicina os alunos que obtêm as notas mais altas ao longo do ensino secundário e em um concurso seletivo especial.

(4) Estudantes de medicina cubanos passam o sexto ano do curso em um período de internato, conhecendo as principais áreas de um hospital geral. A sua formação geral é voltada para a área da saúde da família, com conhecimento em pediatria, pequenas cirurgias, ginecologia e obstetrícia.

(5) Em Cuba há hoje 6,4 médicos para mil habitantes. No Brasil, esse índice é de 1,8 médico para mil habitantes. Na Argentina, a proporção é 3,2 médicos para mil habitantes. Em países como Espanha e Portugal, essa relação é de 4 médicos para cada mil habitantes.

(6) A taxa de mortalidade em Cuba é de 4,6 para mil crianças nascidas, e a expectativa de vida é de 77,9 anos (dados de janeiro de 2013). No Brasil, a taxa de mortalidade é de 15,6% para mil bebês nascidos (IBGE/2010).

(7) Em 1998, depois que o furacão Mitch atingiu a América Central e o Caribe, Fidel Castro decidiu criar a Escola Latino-Americana de Medicina de Havana (Elam) com o objetivo de formar em Cuba médicos para trabalhar em países chamados subdesenvolvidos. A Organização Mundial da Saúde definiu assim o trabalho da Elam: “A Escola Latino-Americana de Medicina acolhe jovens entusiasmados dos países em desenvolvimento, que retornam para casa como médicos formados. É uma questão de promover a equidade sanitária. A Elam assumiu a premissa da “responsabilidade social”.

(8) Em 20 anos, médicos cubanos atenderam a mais de 25 mil afetados pela explosão em Chernobyl, incluindo muitas crianças órfãs. Desde o início do programa, em 1990, foram atendidos mais de 25.400 pacientes, a maioria deles crianças. 70% dos menores que receberam tratamento na localidade cubana de Tarará perderam seus pais e chegaram a Cuba com enfermidades oncológicas e hematológicas provocadas pela exposição à radiação

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