Morador de Resende é homenageado por ação em desastre de Mariana

by Diário do Vale
Agradecimento: Douglas recebeu um certificado e uma estatueta de um Pelourinho, símbolo de Mariana (Foto: Arquivo pessoal)

Agradecimento: Douglas recebeu um certificado e uma estatueta de um Pelourinho, símbolo de Mariana (Foto: Arquivo pessoal)

Resende e Mariana (MG) – Um ano após a maior tragédia ambiental do Brasil, em Mariana (MG), um morador de Resende foi um dos homenageados por sua coordenação na logística de ajuda humanitária. Douglas Sant’Anna apresentou, no Centro de Convenções de Mariana, no último sábado, um relatório dos serviços realizados nos três meses que atuou ajudando mais de 1,3 mil vítimas.

Douglas começou a trabalhar com logística humanitária em 2011 e desde então, está presente em grandes desastres, como na maior tragédia climática na Região Serrana do Rio. Em Mariana, ele coordenou 1,4 mil voluntários e teve sob sua responsabilidade direcionar as arrecadações que chegavam de todo o país. Foram mais de 200 toneladas de roupas, 231.945 quilos de alimentos e 422.320,30 litros de água mineral para atender as vítimas.

O coordenador lembrou que com o rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, liberou o equivalente a quase 25 mil piscinas olímpicas de mistura de resíduos de minério de ferro, água e lama na região. Um rastro de destruição se formou, causando prejuízos que alcançaram até o litoral do Espírito Santo. Logo após o ocorrido, a prefeitura iniciou o processo de recebimento, triagem e liberação de donativos vindos de todos os cantos do país, culminando na implantação de um centro de estocagem.
– Devido ao grande volume de doações, podemos contribuir com outros municípios atingidos como Barra Longa; Aimorés; Coronel Fabriciano; Governador Valadares (ressaltando que fora contatado a Defesa Civil do Estado do Espírito Santo, porém sem nenhum contato). Neste processo, somente para Governador Valadares enviamos mais de 62 toneladas de carga variada com água, alimentos, materiais de limpeza e higiene.

Outras doações foram realizadas aos municípios atingidos de forma indireta, através de redirecionamento de carga – detalhou.

Apenas em Mariana, Douglas contou que foram 1.152 vítimas, divididas nos distritos de Águas Claras, Paracatu, Ponte do Gama, Pedras e o mais atingido, Bento Rodrigues, que tornou a referência deste desastre. Com o avançar da lama, que por onde passou trouxe danos e vítimas, de forma direta ou indiretamente, municípios do estado de Minas Gerais e do Espírito Santo, também foram atingidos e necessitaram igualmente de ajuda.

– Conseguimos atender as famílias atingidas em um processo onde somente em nosso centro logístico implantado no Centro de Convenções, atendemos diariamente mais de 120 pessoas com roupas, calçados, alimentos, materiais de limpeza e higiene, entre outros, as quais foram subdivididas em moradias temporárias em três formatos: as que foram para casa de familiares; as que foram para casas alugadas e as que representam a maior parte, que são as que foram para hotéis, sendo estas em especial, que têm demanda bem diferenciada devido a circunstância de que recebem três refeições por dia – detalhou.
Num primeiro momento, Douglas explicou que o número médio de voluntários era de 180 por dia, que foi diminuindo ao longo dos dias, e na segunda semana caiu para 130 e depois para 100. A equipe contou com apoio de profissionais da Prefeitura de Mariana e da Samarco. O relatório apresentado por Douglas informa a metodologia adotada e os dados referentes ao ano de 2015, e em seguida receberá um aditivo com os dados de 2016.

Em uma rede social, o prefeito de Mariana, Duarte Gonçalves, recordou a tragédia e fez uma breve análise sobre o que chamou de “mistura de sentimentos e emoções” vividas ao completar um ano do desastre.
“Resolvemos fazer uma solenidade nesta tarde (dia 5) para agradecer a ação de cada cidadão que dedicou o seu tempo, a sua oração e o seu trabalho de forma voluntária aos atingidos. Quisemos marcar esta data com homenagens a todos aqueles que, de alguma forma, nos ajudaram nesse momento de dor. Em novembro de 2015, quando subjugou o município de Mariana a fúria de uma avalanche indômita de lama, foi com ajuda dos cidadãos que encontramos meios de superar obstáculos, vencer a dor, enxergar a luz da esperança e acolher quem precisava de nosso auxílio”, expressou o prefeito.

Por Libânia Nogueira
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3 comments

Cidadão VR 8 de novembro de 2016, 13:53h - 13:53

Meus Parabéns , Prossiga no humanismo

Morador de Resende 8 de novembro de 2016, 12:02h - 12:02

Parabéns Douglas, precisamos de mais pessoas iguais a você.

Osmar Madeira 8 de novembro de 2016, 09:06h - 09:06

Esse desastre, a rigor um crime, sucedeu em Bento Rodrigues, distrito de Mariana. Algumas das vítimas tiveram que se mudar para a sede do município e relatam sofrer preconceito, discriminação e deboches, sendo chamados de “pés de lama” e coisas do gênero. Tem pobre que odeia pobre.

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