Soro contra veneno de abelhas inédito no mundo é testado

by Diário do Vale
Soro: Antiapílico chega à fase de estudo clínico para a liberação de uso em humanos (Foto: Roberto Soares Gomes/Divulgação)

Soro: Antiapílico chega à fase de estudo clínico para a liberação de uso em humanos (Foto: Roberto Soares Gomes/Divulgação)

Rio – Vítima de pelo menos 400 picadas de abelhas, uma mulher de 33 anos foi a primeira paciente a receber o soro antiapílico (contra o veneno de abelhas) produzido pelo Instituto Vital Brazil, em parceria com o Centro de Estudos e Venenos de Animais Peçonhentos da Universidade Estadual Paulista de Botucatu (Cevap/Unesp). A paciente foi atendida no Hospital da Faculdade de Medicina de Botucatu, em São Paulo, e recebeu seis ampolas do soro. Ela não apresentou reações adversas e recebeu alta dias após a internação.

Desde o início de agosto, o medicamento está em fase de testes para a liberação para o consumo humano: além da unidade de Botucatu, o Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão (SC), também recebeu as ampolas e prestará atendimento a pacientes que tenham sido acometidos por múltiplas picadas.

– Projetos como este mostram como a inovação científica deve servir à população. O pioneirismo deste trabalho reforça a intenção da nossa gestão de fazer do Instituto um laboratório sustentável, que utilize o conhecimento e a ciência em prol da saúde, principalmente quando pensamos na produção de medicamentos – destacou Luiz Antônio Teixeira Jr, secretário de Saúde.

Nova etapa

Nesta fase, que é o chamado estudo clínico, o soro precisa ser testado em pelo menos 20 pessoas antes de o medicamento ser liberado para consumo. O tratamento com o soro consiste na utilização de 2 a 10 ampolas, variando de acordo com o quadro clínico dos pacientes. Para participar do teste, é preciso ter entre 18 e 60 anos, não estar grávida e ter sofrido mais de cinco picadas de abelha.

– A estimativa é de que, em aproximadamente dois anos, o soro antiapílico esteja liberado para produção em escala industrial – explicou o infectologista e presidente do Instituto Vital Brazil, Edimilson Migowski.

Quase 12 mil casos de envenenamento

Somente em 2015, o Brasil registrou quase 12 mil acidentes com envenenamento por abelhas, com 42 óbitos. O número é 14 vezes maior do que o total de notificações no ano 2000, quando foram 1.440 acidentes, de acordo com os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. A maior incidência de acidentes está concentrada na região sul do país.

– Proporcionalmente, é muito parecido com os casos de óbitos com picadas de serpentes, que registram cerca de 120 mortes para aproximadamente 30 mil acidentes – comparou Rafael Cisne, diretor científico do Instituto.

O Instituto Vital Brazil (www.vitalbrazil.rj.gov.br) é uma instituição de ciência e tecnologia do Governo do Estado do Rio de Janeiro ligado à Secretaria de Saúde. É um dos 21 laboratórios oficiais brasileiros, um dos quatro fornecedores de soros contra o veneno de animais peçonhentos e produtor de medicamentos estratégicos para o Ministério da Saúde.

You may also like

diário do vale

Rua Simão da Cunha Gago, n° 145
Edifício Maximum – Salas 713 e 714
Aterrado – Volta Redonda – RJ

 (24) 3212-1812 – Atendimento

(24) 99926-5051 – Jornalismo

(24) 99234-8846 – Comercial

(24) 99234-8846 – Assinaturas
.

Image partner – depositphotos

Canal diário do vale

colunas

© 2024 – DIARIO DO VALE. Todos os direitos reservados à Empresa Jornalística Vale do Aço Ltda. –  Jornal fundado em 5 de outubro de 1992 | Site: desde 1996