Volta Redonda registra dois casos de leishmaniose visceral

by Diário do Vale

Volta Redonda – A leishmaniose visceral – doença transmitida pelo mosquito-palha – fez duas vítimas no município:  uma delas fatal. A mulher faleceu há cerca de um mês e era moradora do bairro Retiro. Já a outra vítima da doença é moradora do bairro Ponte Alta e não teve o nome divulgado. Ela teve alta nesta terça-feira (3) depois de ficar internada desde o último dia 13 de setembro no Hospital Municipal Munir Rafful, no Retiro. A paciente foi acompanhada pela coordenadoria de Vigilância Epidemiológica, coordenada por Milene de Paula Souza. De acordo com nota emitida pela assessoria de comunicação da prefeitura, a mulher utilizou o medicamento fornecido pelo Ministério da Saúde.

A localidade da Ponte Alta é considerada uma das mais complicadas para o combate ao mosquito por se tratar, principalmente, de uma área próxima a vegetações e com grande incidência de locais propícios ao parasita, que vive em ambientes escuros, úmidos e com acúmulo de material orgânico, como galinheiros, onde o vetor se prolifera.

Cães são os principais animais que podem se tornar um reservatório doméstico do parasita. Embora estes animais não transmitam a doença – pois a leishmaniose somente é transmitida ao ser humano através de picada do mosquito fêmea que esteja infectada – eles se tornam hospedeiros da doença.

A cadeia de transmissão começa quando o vetor, que se alimenta do sangue infectado de um hospedeiro, transmite a leishmaniose ao picar um ser humano. A doença não é contagiosa nem se transmite diretamente de uma pessoa para outra.

Em centros urbanos a transmissão se torna potencialmente perigosa por causa do grande número de cachorros, que adquirem a infecção e desenvolvem um quadro clínico semelhante ao do homem. A secretaria de Saúde informou, através da assessoria de imprensa da prefeitura, que está intensificando ações nestas localidades.

Agentes de endemia instalam armadilhas para o vetor. A comunidade, de acordo com a  secretaria, está recebendo orientações sobre a doença através de palestras e distribuição de panfletos. O município garante ainda que vem realizando o inquérito entomológico e sorológico de cães com visitas nas casas, onde ocorreram os casos de leishmaniose.

Nesses bairros a vigilância é permanente em relação aos cães e qualquer animal suspeito passa pelo exame sorológico. Nos casos de leishmaniose, o Ministério da Saúde não obriga a eutanásia dos animais infectados, mas recomenda o procedimento caso os dois exames sorológicos sejam positivos para a doença.

Esta é a forma, de acordo com o Ministério da Saúde, de controlar a transmissão da doença. O tratamento do animal é uma opção do proprietário que deverá ministrar medicamentos registrados nos casos de leishmaniose visceral canina, conforme nota técnica de procedimentos.

O tratamento em cães é outro fator que dificulta o controle da doença em centros urbanos. Nos casos de exames positivos o proprietário poderá decidir ministrar medicação, embora a doença nestes animais não tenha cura, o tratamento pode custar até R$ 3 mil/mês.

Falta pessoal

O número de agentes destacados para o controle dessas doenças também não ajuda. A Vigilância Ambiental deveria contar com pelo menos 200 funcionários, mas o órgão vem funcionando com número bem inferior. A secretaria informou que foi realizado concurso público e os aprovados estão sendo convocados para suprir o quadro de pessoal neste órgão. A secretaria ressaltou que, apesar do número reduzido de profissionais, o município conta com o apoio de agentes comunitários de saúde, que atuam na Atenção Básica e são orientados a identificar os casos de doenças como a leishmaniose, comunicando os registros à Vigilância Epidemiológica e Ambiental.

mosquito palha

Cuidados

Manter a casa limpa e o quintal livre dos criadores de insetos é uma das medidas que moradores devem adotar. O mosquito-palha vive nas proximidades das residências, preferencialmente em lugares úmidos e com acúmulo de material orgânico, em especial galinheiros, e ataca nas primeiras horas do dia ou ao entardecer.

Na maioria dos casos, o período de incubação da doença é de dois a quatro meses, mas pode variar de 10 dias a 24 meses. Os sintomas da leishmaniose visceral são: febre intermitente com semanas de duração, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia, palidez, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia, sangramentos na boca e nos intestinos.

O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações que podem colocar em risco a vida do paciente. Além dos sinais clínicos, existem exames laboratoriais para confirmar a leishmaniose, como os testes sorológicos e de punção da medula óssea para detectar a presença do parasita e de anticorpos. É de extrema importância estabelecer o diagnóstico diferencial, porque os sintomas da leishmaniose visceral são muito parecidos com os da malária, esquistossomose, doença de Chagas e febre tifóide, entre outros.

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23 comments

Flavio santos carneiro 4 de outubro de 2017, 21:57h - 21:57

Não existe vacina nem cura. O diagnóstico super complicado de fazer e o governo so da cargo pra apadrinhados incompetentes e irresponsáveis

Rola de aço 4 de outubro de 2017, 18:55h - 18:55

Oque mais tem e galinhas andando pela ruas cuidado

Josi 4 de outubro de 2017, 13:05h - 13:05

A coisa mais absurda é falar em sacrificar o cão.O caminho é a prevenção através da vacinação.

Nana 4 de outubro de 2017, 12:45h - 12:45

Tem que sacrificar sim esses cães de rua… Ou vcs acham msm que a prefeitura ou estado tem condições de cuidar? Como afirmou o cunhado da vítima fatal, no comentário acima, o resultado do exame saiu 15 dias por morte, e ela ficou um mês internada sem diagnóstico correto, essa é nossa saúde pública… Penso que cada pessoa que fica aí gritando que é absurdo sacrificar cão de rua, que não tem quem cuide deles, ou cães de morafores de rua que não cuidam nem de si próprios pois não tem condições, deveriam adotar um cão e junto um cidadão, ou uma criança das que estão sem cuidado!

leandro 4 de outubro de 2017, 08:05h - 08:05

estão falando de sacrificar os cães para evitar transmissão já que o mosquito NÃO contaminado ao picar um CÃO CONTAMINADO vai se contaminar e passar a doença.. o.. então o mesmo vale para VOCÊ se vc estiver contaminado??? já que se um mosquito NÃO contaminado picar vc que esta contaminado, este vai se contaminar e transmitir a doença.. mesma regra então ou “ai é diferente”????? obs: já esta comprovado que o fumace não é eficaz , por isso a maior parte das cidades não os utiliza mais.

Estranho 4 de outubro de 2017, 21:22h - 21:22

Só que somos humanos e cães são animais , humanos tem prioridade, se vc não entende é porque vc não ama a humanidade.

Dor da perda 4 de outubro de 2017, 07:39h - 07:39

Conforme a reportagem do DV, a mulher que faleceu é irmã da minha esposa. Gostaria de deixar claro que o falecimento se deu por conta de erro medico pois, a falecida ficou quase um mês internada devido os médicos não saberem identificar o que ela tinha, falta de recursos adequados que o hospital do retiro não oferece, demora para se fazer um exame, demora na entrega dos resultados dos exames; para os leitores ter uma ideia o ultimo exame que a falecida realizou no hospital quando internada saiu o resultado essa semana sendo que já tem 15 dias que ela faleceu e não um mês como foi divulgado. Não temos mais nada a fazer pois, nada irá trazer essa irmã de volta e nem mesmo a justiça não podemos contar como também não podemos contar com as autoridades que hoje em dia deixa claro que todos são esquerdistas…

Alex Sandro 4 de outubro de 2017, 08:14h - 08:14

Misericórdia! Minhas condolências aos familiares e amigos!
Acho que vc deveria tentar fazer um registro na delegacia ou até mesmo denunciar a situação ao Ministério Público, para que isso não ocorra novamente com nenhum cidadão de Volta Redonda.

Noturno 4 de outubro de 2017, 07:22h - 07:22

Quem vai controlar a vacinação dos cachorros

Luiz 4 de outubro de 2017, 07:04h - 07:04

Kd o fumacê sumiu a Pmvr está dizendo que não tem dinheiro desde qd o Samuca assumiu.ta difícil povo

Eli 4 de outubro de 2017, 06:47h - 06:47

Agora os veterinários deitam e rolam!Fala que o cão estan com sintomas tem que ficar sob onde blá blá blá…,..o resultado vc já sabe

الفتح - الوغد 3 de outubro de 2017, 22:32h - 22:32

Esses mosquitos vieram de Rocende, nos ônibus da Resendense… Bulhões e a região do Pau Fincado (a tenebrosa Fazenda da Barra) estão coalhados deles…

Estranho 3 de outubro de 2017, 21:47h - 21:47

Galinheiro,atrai os mosquitos…

Pensando bem 3 de outubro de 2017, 21:46h - 21:46

Tem tratamento para os cães , mas continuam infectando.
Cães são os principais animais que podem se tornar um reservatório doméstico do parasita. Embora estes animais não transmitam a doença – pois a leishmaniose somente é transmitida ao ser humano através de picada do mosquito fêmea que esteja infectada – eles se tornam hospedeiros da doença.
A cadeia de transmissão começa quando o vetor, que se alimenta do sangue infectado de um hospedeiro, transmite a leishmaniose ao picar um ser humano. A doença não é contagiosa nem se transmite diretamente de uma pessoa para outra.

Luiz 3 de outubro de 2017, 20:36h - 20:36

Aqui no ROMA se respirar, aspira pernilongo de tão pouco que tem. Se abre uma gaveta sai uma nuvem deles. E nada de fumace.

Meu Deus nos proteja 3 de outubro de 2017, 19:57h - 19:57

Mais essa agora. Kd os fumaces??? Culpa nossa de deixar os sapos e as lagartixas partirem

Abel 3 de outubro de 2017, 19:04h - 19:04

Volta redonda sempre colocando em perigo as cidades vizinhas, e sempre envergonhando o sul do Estado

Sofista 3 de outubro de 2017, 18:29h - 18:29

Na Europa existe tratamento para os animais infectados. Portanto, o MS deveria modificar seus protocolos de.controle da doença. É uma doença grave que precisa da participação de todos governo e população. Nos brasileiros temos o péssimo hábito de delegar a culpa aos outros.

Cristina Castilho 3 de outubro de 2017, 17:45h - 17:45

Nunca mais passou um fumace, os mosquitos mesmo no frio estão atacando com gosto, agora então com a chegada das chuvas onde eclodem os ovos estamos lascados. Prefeito faz alguma coisa, manda fumace nessa cidade pelo amor….

Cidadão 3 de outubro de 2017, 17:37h - 17:37

O pior é que não sacrificam os cães.
Ponte Alta , junto ao Jardim Suíça , soube de vários casos que já ocorreram.

Vivian 3 de outubro de 2017, 18:31h - 18:31

Hoje existe o Milteforam, não é necessário sacrificar os cães, apenas tratá-los com o auxílio do veterinário.
Muita gente não conhece essa doença, a prefeitura precisa divulgar os cuidados que se deve ter para evitar sua proliferação.
Não é culpa dos cachorros, essa doença é característica de mamíferos em geral, portanto, morcegos, gambás, macacos, cachorros, gatos, etc, podem ter a doença.

Igor 3 de outubro de 2017, 21:32h - 21:32

Pergunte ao responsável pela vigilância epidemiológica e ao controle de zoonoses, se matarem todos os cães a doença acaba? Estudos comprovam que NÃO.
Infelizmente nossos gestores de modo geral preferem tratar do que planejar para não ocorrer. Leishmaniose por ex tem vacina para animais, não seria mais barato uma mega campanha de vacinação? Não sei, mas é algo a se estudar. Mas uma coisa é fato, culpar o cão é mais fácil e barato.

Cidadão 3 de outubro de 2017, 21:43h - 21:43

Mas o mosquito pica o cachorro infectado e vai infectar os humanos.
Conforme disse bem a reportagem.

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