O filho do dramaturgo Nelson Rodrigues, o também Nelson Rodrigues Filho, estreia hoje no DIÁRIO DO VALE uma coluna semanal, onde abordará diversos assuntos. Nesta primeira, Nelsinho, como é conhecido, fala da futebol, da amizade que tem com o deputado federal Deley de Oliveira, ex-jogador do Fluminense, time para o qual torce. Destaca também o carinho que tem por Volta Redonda, ente outros assuntos. Segundo Nelsinho, o título da coluna, “Entornando o papo”, o acompanha há quase trinta anos.
Futebol
A minha amizade com o Deley começou na tarde da partida em que o Fluminense, em 1985, se tornava tricampeão do Rio de Janeiro, vencendo O Bangu por 2X1.
Eu e Crica, minha filha, com seis anos, levamos ao Maestro daquele maravilhoso time, o nosso deputado, um livro do Velho, o grande Tricolor Nelson Rodrigues.
A concentração era no hotel que ficava ao lado de minha casa, onde o Velho morou até sua morte, em 1980.
Uma amizade de irmão não se explica. No nosso caso, foi acontecendo e somos, eu e a Crica, padrinhos do Tomás seu segundo filho com sua esposa Zaninha.
A partir desta amizade, passei a conhecer Volta Redonda e acompanhar as transformações por que a cidade vem passando nas administrações do Neto.
Impressiona também, como cresceu o orgulho do cidadão com sua acolhedora cidade.
Nada mais correto e significativo o Raulino de Oliveira ser o Estádio da Cidadania.
Sou um fã incondicional de Volta Redonda.
Daí, muito me honra ter um espaço para, semanalmente, escrever sobre os mais variados assuntos no DIÁRIO DO VALE.
Cenário brasileiro
O Brasil está a mil. Passamos por uma crise que anos atrás conseguimos driblar, enquanto países campeões da Economia sofriam.
O momento, agora, é de crise mesmo. Nada que não se possa resolver, desde que os cintos sejam apertados.
Muita gente está mergulhando no “o pior é melhor”, na contramão do esforço que temos, todos, que fazer, a começar cuidando melhor de nossa querida água.
A impunidade tem que acabar. A vetusca e cada vez mais intensa Corrupção está sendo e deverá ser, de verdade, atacada, com punição a quem deve ser punido.
E por aí várias outras iniciativas precisam ser tomadas corrigindo os não poucos erros, mas distinguindo-os da ladroagem.
A chuva
Diz a fábula que o escorpião pediu ao sapo uma carona para atravessar um rio, cuja correnteza era forte.
Como o sapo era useiro e vezeiro em tirar de letra essa tarefa, topou.
“Não custa nada fazer uma política de boa vizinhança” pensou e gentilmente emprestou seu dorso para que aquele indivíduo mal encarado subisse e pudesse tranquilamente chegar ao outro lado.
Iam bem, como de costume acontecia com o sapo. Já tinham vencido mais da metade do caminho quando o escorpião, sem avisar, deu uma tremenda ferroada no seu parceiro de travessia.
O sapo acusou o golpe e com o veneno fervendo em seu corpo, espantado, incrédulo, perguntou ao seu carona:- Escorpião você me deu uma ferroada! Vamos morrer os dois. Eu envenenado e você afogado! Por que, criatura você fez isso?
– Desculpe, Sapo. É minha natureza.
Alguém deve ter perguntado ao Gñazu, vibrante meio-campista do Vasco:
– Por que camarada, você derrubou o Marcelo Cirino quando ele entrou na área, desequilibrado pela disputa da bola com dois adversários, e tendo pela frente um terceiro zagueiro prontinho para dominar a jogada? Por quê?!
– É minha natureza, terá respondido o valente vascaíno.
Ao goleirão da seleção uruguaia e do Vasco a pergunta seria apenas uma: – Você não reparou que estava chovendo e o campo encharcado?
E o torcedor vascaíno, que vem de duas derrotas no clássico, por total ingerência de arbitragens nocivas ao seu time, perplexo com o que estava vendo, estaria se perguntando:
– Como e quando o Vasco poderá vencer o Flamengo dando dois gols, inteiramente de graça, ao seu rival?! Desta vez, a arbitragem nada teve a ver com os 2X1. Somente as sandices dos vascaínos. E bota sandice nisso.
Ah, sim! Foi a chuva.
Cláudio Marzo
Entre os vários personagens que interpretou durante sua espetacular carreira, me deu o prazer em minha peça, “Momentos – Beijos De Nelson Rodrigues”, ser o próprio, o meu Velho.
Como Nelson Rodrigues, foi narrador em duas peças que dirigi.
Uma honra conhecê-lo e muitíssimo gratificante me tornar seu amigo.
Muito tranquilo, se mostrou um grande parceiro para os vários jovens com quem contracenou e um excelente Nelson Rodrigues.
Outro Cláudio nos deixou o Cláudio Torres, companheiro em pelo menos cinco anos nos diversos presídios políticos pelos quais passamos.
Liderança absoluta entre os presos políticos ficou preso durante sete anos.
Um terceiro AVC o derrubou em definitivo.
Outro amigo que perdi em poucos dias. Duas pessoas brilhantíssimas, um ator versátil ao extremo e um companheiro que não fez o Nelson Rodrigues,
mas me lembrava muito o Velho por sua especial agilidade mental.
NELSON RODRIGUES FILHO | [email protected]
7 comments
Grande Nelson!
Seja muito bem vindo padrinho!!
Um Abraço!
Será uma excelente contribuição a leitura desse diário. Seja bem vindo!
boa iniciativa do DV, nos incentivar a esse tipo de leitura, e, muito bom colunista! valeu!
Muito bom ., parabéns DV .
Boa pedida, estamos acompanhando suas crônicas, estamos juntos valeu.
seja muito bem vindo amigo ,se precisar de alguma coisa estamos ai . um forte abraço NENEM
Uma ótima proposta essa coluna. Linguagem descontraída e assuntos do cotidiano. Realmente como um bate-papo entre amigos.Parabéns ao colunista e ao Diário do Vale!
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