A bomba da Coreia e o medo da chantagem atômica

by Diário do Vale

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Na semana passada o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, assustou o mundo testando sua primeira bomba termonuclear, que provocou um tremor de grau seis na escala Richter, sentido até nos países vizinhos. Jong-un apareceu nas TVs do mundo inteiro mostrando sua bomba de hidrogênio, tão compacta que pode ser carregada por um míssil de médio porte. Sitiado por sanções econômicas de todo o tipo, o regime coreano chega ao ponto de desespero. Até sua aliada, a China, foi proibida de comerciar com ele. O que só aumenta o perigo de que essas armas sejam usadas em um momento de tensão extrema.

Uma bomba de hidrogênio é uma arma de fusão nuclear, mil vezes mais poderosa do que uma bomba atômica comum, que usa a fissão, ou divisão dos átomos. Na verdade a espoleta que detona uma bomba de hidrogênio é uma bomba nuclear. A fusão atômica reproduz o processo que produz a energia do Sol. Onde átomos de hidrogênio se unem para formar átomos de hélio liberando uma energia imensa.

Os primeiros países a possuírem esse tipo de arma foram os Estados Unidos e a antiga União Soviética, que logo aprenderam a reduzir o tamanho das bombas, para que elas pudessem ser colocadas no cone dos foguetes intercontinentais. As primeiras bombas de hidrogênio eram tão grandes quanto um carro e só podiam ser levadas por enormes aviões como o B-52 americano e o TU-95 russo. As bombas de segunda geração, miniaturizadas, eram menores do que uma geladeira pequena. Mas seu poder de destruição, da ordem de milhões de toneladas de dinamite (ou megatons) permanecia inalterado.

O que criou um perigo extra. Bombas tão pequenas, como a que está sendo mostrada por Jong-un na foto aí ao lado, não precisam de mísseis ou aviões para serem usadas. Elas podem ser carregadas no banco de trás de um carro, no porão de um navio pesqueiro ou em um cargueiro comum. Transformando em realidade o pesadelo do terrorismo nuclear.

Os americanos começaram a vislumbrar essa possibilidade terrível durante a Guerra Fria, na década de 1950. Naquela época o governo americano criou uma rede de postos de radar que ia do Alasca até o Golfo do México. Dia e noite as antenas vigiavam o céu, prontas a darem o alarme no caso de uma incursão de bombardeiros soviéticos ou um ataque de mísseis. Mas o inimigo poderia atacar de modo mais traiçoeiro.

Uma bomba de hidrogênio poderia ser escondida no porão de um navio mercante. E jogada no mar, com um detonador de tempo, na entrada do porto de Nova Iorque, ou de Los Angeles. A explosão submarina provocaria um tsunami de água radioativa capaz de danificar seriamente a cidade e o porto, além de provocar milhares de mortes. Terroristas também poderiam contrabandear a bomba para dentro do país alvo, colocá-la em uma van e detoná-la aonde quisessem.

A ideia foi muito usada nos filmes do James Bond, já na década de 1960. Em “007 Contra Goldfinger” o vilão leva para os Estados Unidos uma arma nuclear chinesa. E tenta detoná-la dentro do depósito de ouro de Forte Knox. Em “007 contra a Chantagem Atômica” a organização Spectre se apodera de duas ogivas termonucleares, tiradas de um avião inglês que caiu no mar. E tenta levá-las de submarino até o porto de Miami, para detoná-las com um mecanismo de tempo.

Felizmente o terrorismo nuclear nunca saiu dos filmes de ficção. Mas a posse desse tipo de arma pelos líderes de uma nação pária, como a Coreia do Norte, aproxima essa ficção da nossa realidade. Mísseis e aviões podem ser interceptados pelas baterias antiaéreas. Mas não há meio de evitar um ataque sorrateiro, com uma bomba contrabandeada por um comando terrorista.

Bomba: Tamanho reduzido aumenta o perigo

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JORGE LUIZ CALIFE | [email protected]

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18 comments

Anderson 14 de setembro de 2017, 19:20h - 19:20

Gostaria de agradecer publicamente a todos os amigos esquerdistas que já me chamaram aqui nos comentários de “pobre de direita”. Não ligo, pois não desprezo os pobres, a direita, nem muito menos aqueles dispostos a trabalhar duro em outro país em busca de um futuro melhor. Teria muito orgulho em ser um “pobre de direita”, nunca vergonha.
Quando se chama alguém pejorativamente de “pobre de direita”, revela-se o desprezo pelos mais pobres, isso vindo de pessoas que se julgam defensoras dos mais humildes. Mais um paradoxo – ou seria hipocrisia – da esquerda. Mas vindo de pessoas que em pleno século XXI ainda falam de imperialismo, colonialismo e luta de classes; que ainda acham o socialismo/comunismo um sistema político e econômico viável; e acreditam que o Lula é o político mais honesto do Brasil e que o PT é o partido da ética (mesmo após a Operação Lava Jato), nada me espanta.
Esquerdistas (ricos, pobres, com diploma ou sem), façam um favor a si mesmos e vão estudar e ler um pouco!

Ary Góis 15 de setembro de 2017, 06:20h - 06:20

Outra bizarrice do pobre de direita é não se reconhecer e se aceitar como pobre. Passa a receber R$ 15.000,00 por mês e já se ilude achando que deixou de ser pobre .

Anderson 15 de setembro de 2017, 09:10h - 09:10

Deixa eu ver se eu entendi: uma pessoa com renda de R$ 15.000,00 mensais é pobre?
KKKKKKKKKKKKKKKK
Depois vocês esquerdistas ficam reclamando quando eu chamo vocês de burros, ignorantes e digo que têm que estudar e ler mais. Um grande abraço, ricaço de esquerda!

Severino 13 de setembro de 2017, 18:16h - 18:16

Sou Severino filho do Nordeste com muito orgulho. Não sou e nunca fui porteiro, aliás profissão muito honrada. Sou Técnico de Indústria (Eletromecânica) formado na melhor Escola Técnica do País, nos anos 80, ETPC. Sou sim admirador dos Estados Unidos, o MAIOR País do MUNDO. Um País Democrático onde pessoas do MUNDO TODO, querem morar. Arriscam suas vidas entrando pelas Fronteiras do México, para lá viver. Aos inteligentes de plantão, se acham bom viver na Coreia e/ou China mudem para lá. Saudações NORDESTINAS.

Anderson 13 de setembro de 2017, 18:47h - 18:47

Não esquente a cabeça com esses esquerdistas, pois eles só falam besteiras. Para defender o socialismo depois de todas as desgraças que este causou ao mundo, só sendo muito burro mesmo. E nem adianta falar que se formou em Federal, pois muda apenas para burro com diploma.

Speedy Gonzales 13 de setembro de 2017, 21:45h - 21:45

Le damos la bienvenida señor severino. Necesitamos trabajadores rurales (“braceros”) para trabajar en las plantaciones de algodón de nuestro jefe americano.
Usted debe pagar un “impuesto” a nuestro agente mexicano en la frontera, “el coyote” (favor llevar dinero en efectivo para pagar a los ‘coyotes’) y entonces hacer un viaje de 3 días a pie a través del desierto.
No hay “derechos laborales” (como usted tiene allí en Brasil). Por otro lado, le prometemos que el personal de la Policía de Inmigración no le molestará. Lo mejor de todo: usted no necesita hablar inglés en absoluto.
(Venga antes de que el muro de Trump esté listo)

Anderson 13 de setembro de 2017, 23:25h - 23:25

Putz! Apareceu um petista do Paraguai.

Capitalista de Pinheiral 14 de setembro de 2017, 07:47h - 07:47

Fala, seu Speedy. Tou interessado. É livre negociação com “El Patrón” americano lá?

Speedy Gonzales 14 de setembro de 2017, 09:56h - 09:56

Señor Anderson, saludos desde Mexico. Usted y todos los demás latinos pobres de derecha están invitados a utilizar nuestros servizios de ‘coyotes”, para cruzar la frontera americana. Hablar un poquito de ‘portuñol’ es lo que basta.

Anderson 14 de setembro de 2017, 10:39h - 10:39

Mr. Severino, came to USA as soon as possible. We are very different from you Brazilians, because nobody believes in socialism here as some nuts in Brazil do – actually, left wing idiots like our former president do. If you are looking for a free country to live, where people can work and benefit freely from your own toil and swet, without goverment taking away half of your income, the right place is here. Leftists have destroyed your contry beyond any hope and still believe in bullshit like XXI century socialism. You’re a wise man, don’t pay attention to these stupid assholes who’s never read nothing but “dirty blogs” like Brasil 171 and others of this kind.

Speedy Gonzales 14 de setembro de 2017, 13:30h - 13:30

Latin Anderson, with so many wrongly spelled words, you could never pretend that you’re American, or even a Mexican folk like me. You ought to improve dramatically your poor lousy skills in writing. Shame on your private College.
However, if you have some money saved up, our “coyotes” would bring you across the border. Nevermind the Immigration Office folks!
In Texas you can make money sweeping floors or cleaning toilets; and NASA personnel would appreciate you being a subject of study (right-wing Brazilian poor).
Greetings from Mexico!!

Anderson 14 de setembro de 2017, 18:35h - 18:35

Petista do Paraguai, parabéns pela fluência (se é que foi você mesmo que escreveu), pois conseguiu escrever besteiras em 3 línguas diferentes, mas é lamentável a sua burrice (esta eu posso afirmar com certeza).

Speedy González 14 de setembro de 2017, 19:56h - 19:56

Pobre de direita é sempre cheio de certezas. A verdade machuca otários deslumbrados. Foi mal, mas burro arrogante feito vc nasceu pra levar no toba.

Anderson 14 de setembro de 2017, 22:58h - 22:58

Petista do Paraguai, otário deslumbrado é aquele que ainda acredita nas bandeiras da esquerda, como por exemplo o direito de levar na toba e se casar (coisa muito apreciada por vocês, mas não é da minha conta o fato de vocês gostarem, reconheço). Que bom que você voltou a escrever em português, pois estava pedante demais e não combinava com a sua burrice. Grande abraço!

Anderson 13 de setembro de 2017, 00:53h - 00:53

A única coisa impedindo uma intervenção militar de EUA, Coréia do Sul e Japão na Coréia do Norte é a China. Há um temor de intervenção chinesa caso a Coréia do Norte seja atacada, já que uma Coréia unificada sob a liderança da Coréia do Sul não é do interesse dos chineses. A única possibilidade de uma guerra seria no caso de Kim Jong-un resolver atacar primeiro, cenário em que a China provavelmente permaneceria neutra. Um conflito na península coreana resultaria em milhões de mortes no sul, em especial se algum artefato nuclear fosse utilizado, e mais ainda em Pyongyang, pois o contra-ataque americano seria devastador para os norte-coreanos. A Coréia do Norte não teria a menor chance, pois na miséria em que se encontra, não conseguiria bancar um conflito armado nem por poucas semanas, mas milhões morreriam no conflito devido à proximidade da região metropolitana de Seul com a fronteira.

Dácio Kupramin 12 de setembro de 2017, 22:43h - 22:43

Severino arrogante é aquele porteiro que pensa que é dono do edifício…

Carlos Magno de Oliveira 12 de setembro de 2017, 20:31h - 20:31

Tinha que ser comentário de um Severino sem conhecimento de causa com mente condicionada e escravizada pelos colonizadores do Brasil.

Severino 12 de setembro de 2017, 17:14h - 17:14

Os Estados Unidos se quiserem, tiram a Coreia do Norte do mapa. Esse maluco desse Jong está cutucando a onça com vara curta.

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