A dança dos planetas nas noites de inverno

by Diário do Vale

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Cruzeiro: As estrelas brilhantes e o Saco de Carvão  Foto: Divulgação

Cruzeiro: As estrelas brilhantes e o Saco de Carvão
Foto: Divulgação

As noites de inverno são geladas e ótimas para observar o céu. De preferência com uma boa caneca de chocolate quente ao lado. Semana passada o planeta Vênus deu um show, aparecendo ao lado da lua crescente, logo depois do pôr do Sol. Ele ainda pode ser visto como uma estrela muito brilhante no céu do entardecer. Vênus, que fica entre o Sol e a Terra, encontra-se no máximo de sua visibilidade, se escondendo três horas e meia depois do poente. Também conhecido como Vésper, ou estrela vespertina, ele pode ser admirado até por volta das oito horas da noite.
Outro planeta muito brilhante é Júpiter, que se encontra atualmente perto de Regulus, na constelação do Leão. Ele pode ser visto como uma estrela esbranquiçada, bem alto no céu, por volta das 20 horas. Na direção oposta, em direção a leste, temos Saturno, que está na ponta superior da constelação de Escorpião, a mais famosa do céu do inverno. Visto a olho nu, Saturno é como Júpiter, só um pouco menos brilhante. Para quem tem uma luneta é um espetáculo bem diferente.
Até mesmo uma luneta de 9 cm de abertura, revela as faixas de nuvens de Júpiter e suas luas galileanas. Que tem este nome porque foram descobertas pelo italiano Galileu Galilei, o primeiro homem que observou o céu pelo telescópio. Esse mês duas das luas de Júpiter, Calisto e Io, vão passar em frente ao planeta, projetando suas sombras sobre as nuvens jovianas. Também será possível ver a Grande Mancha Vermelha, um furacão maior do que o planeta Terra, que estará atravessando o hemisfério visível da Terra.
Saturno é famoso pelos seus anéis de cristais de gelo. Ele também tem várias luas geladas, como Júpiter, que ficam quase todas no plano dos anéis. Para admirar o sistema de anéis de Saturno você vai precisar de uma luneta um pouco maior, com umas seis polegadas de abertura. Mas mesmo para quem não tem nem um binóculo o espetáculo das constelações deslizando pelo céu noturno é um convite ao relaxamento e a reflexão.
Como a Terra, o nosso planeta, gira em torno do Sol, vemos um lado diferente do céu no verão e outro no inverno. No verão o céu noturno é dominado pela constelação de Orion, com as Três Marias, três estrelas brancas brilhantes enfileiradas. Orion representa o caçador mitológico, sempre acompanhado de seus dois cachorros. O Cão Maior, com a estrela mais brilhante do céu, a azulada Sirius, e o Cão Menor com a estrela Prócion. No início de maio ainda dava para ver Orion e seus cachorros se escondendo no horizonte oeste, no cair da tarde, mas a medida em que a Terra avança em sua órbita ele se perde no brilho do sol poente.
Enquanto Orion se esconde no oeste, o Escorpião se ergue no leste. A mitologia diz que Orion se gabava de ser o maior caçador do planeta, e matar qualquer animal da floresta. O que irritou as deusas protetoras da natureza, como Artemis. Elas enviaram o escorpião para picar o caçador e mata-lo. Mas como os dois estão em pontos extremos do céu, o escorpião nunca alcança o caçador para executar a vingança das deusas.
Essa também é uma boa época para observar o Cruzeiro do Sul, a constelação que se encontra na bandeira do nosso país (E da Austrália também). O Cruzeiro fica em uma região rica em estrelas e nebulosas brilhantes, marcada por um buraco no céu. Uma nuvem negra conhecida como Saco de Carvão. Ela se encontra mais ou menos a sudoeste da Cruz e para percebê-la você vai precisar se afastar das luzes das cidades e olhar para a Cruz com um bom binóculo.
Sir John Herschel, o famoso astrônomo britânico do século XIX foi um dos primeiros a observar esta nebulosa ao telescópio. A partir de um observatório na cidade do Cabo (África do Sul). Ele escreveu para sua filha em Londres, admirado, e disse que tinha encontrado “um buraco no céu”.

 

Jorge Luiz Calife | [email protected]

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