A DHL Express e o mito da eficiência alemã

by Diário do Vale

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Fazer compras pela internet pode ser muito prático, mas envolve riscos. Um conselho básico de segurança é só comprar de lojas grandes e bem conhecidas, o que nem sempre funciona. Uma compra recente que fiz na famosa Amazon.com virou uma novela ainda sem indícios de um final feliz. O pacote foi enviado através de outra empresa famosa, a DHL Express alemã, com sede em Bonn, que não entregou a encomenda e deixou o cliente, este jornalista que vos escreve, a ver navios. E olhe que os alemães têm fama de serem honestos e eficientes.

Tudo começou em uma segunda-feira, dia 21 de agosto, quando comprei um pequeno kit com peças de plástico para montar uma maquete, na Amazon.com americana. Coisa simples, uma caixinha pesando menos de 100 gramas. No dia seguinte recebi um e-mail da DHL Express, subsidiária da Deutsch Post alemã que dizia: “Sua encomenda está a caminho. Enviaremos uma nova mensagem no dia da entrega”. Junto veio um número de rastreio para acompanhar a viagem do pacote, dos Estados Unidos para o Brasil.

Foi uma longa viagem. Dia 23 o pacote saiu de Cincinatti, Ohio, com destino a Miami, na Flórida. Chegou em Miami no dia seguinte e ficou em um centro de triagem onde foi embarcado em um jato que decolou na manhã do dia 25 com destino ao aeroporto de Viracopos, em São Paulo. Na madrugada do sábado, dia 26, a encomenda estava em Viracopos onde passou duas semanas, esperando liberação da alfândega. Dia 11 de setembro foi liberada e o que faz a transportadora alemã? Envia de volta para o remetente, sem nem ao menos contatar o destinatário.

Acho que o cliente, que pagou pelo objeto e pelo transporte, merecia um e-mail com uma explicação. Mas parece que isso não é importante para a poderosa DHL Express. Frustrado, entrei em contato com a Amazon.com que confirmou a devolução e perguntou se eu queria comprar de novo. A essa altura eu estava precisando com urgência da tal maquete para uma apresentação e aceitei. Comprei de novo o que tinha sido devolvido e optei pela remessa via encomenda expressa, que prometia a entrega do pacote em 12 dias. E o que foi que a loja fez? Enviou de novo pela DHL Express, que já tinha falhado na entrega do objeto da primeira vez.

Recebi um novo número de rastreio e uma data estimada de entrega. Dia 28 de setembro.

O dia da entrega passou e o pacote não chegou. Segundo o rastreio ele chegou em Viracopos e foi enviado de novo para os Estados Unidos.

Quanto a Amazon.com, esta já debitou o valor da compra e da remessa do meu cartão de crédito. É o problema das compras pela internet. Você paga antes de a encomenda ser enviada e não tem garantia nenhuma de que vai receber. A empresa americana ainda me mandou um e-mail pedindo um comentário sobre a compra. Expliquei porque não estava satisfeito e eles só responderam que “não podem postar esse comentário”. Não pediram desculpas e nem deram satisfação.

A loja virtual já foi eficiente e digna de confiança. Não é mais. E o mesmo pode se dizer da transportadora alemã, cujo emblema costuma adornar carros da Fórmula 1. Mas até que meu prejuízo foi pequeno. Já aconteceram coisas muito piores com pessoas que confiam na eficiência das empresas alemães. Que o digam os 144 passageiros daquele Airbus da Germanwings (Asas da Alemanha) que se espatifou nos Alpes franceses no dia 24 de março de 2015 matando todos a bordo. Tudo porque o copiloto alemão surtou e resolveu jogar o avião em cima de uma montanha. A eficiência alemã falhara em detectar a psicose do piloto e 151 pessoas morreram por causa disso.

Eu só perdi dinheiro, tempo e uma pequena maquete.

DHL: Depois do voo, a devolução

DHL: Depois do voo, a devolução

 

JORGE LUIZ CALIFE | [email protected]

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7 comments

Anderson 6 de outubro de 2017, 11:58h - 11:58

Provavelmente a culpa foi da alfândega do Brasil, que deve ter cobrado 10.000 formulários para liberação. Pode ter sido também o medo de entregar no estado do Rio de de Janeiro, que para alguém de fora parece a mesma coisa que entregar no Afeganistão ou no Iraque.

Capitalista com TIM de cartão 5 de outubro de 2017, 18:46h - 18:46

Sempre usei DHL e Amazon, e jamais tive problemas. Agora vem o folclórico Donald Trump do Brejo, por conta de um provável erro dele ao preencher os formulários, achar em mais um dos habituais delírios que seu caso isolado torna a “eficiência alemã” um “mito”.

Mattos 5 de outubro de 2017, 11:33h - 11:33

Eu trabalho com e-commerce. Tenho uma empresa virtual que faz o intermédio de importação para consumidores do Brasil. Importamos, literalmente, milhares de produtos por mês.

Utilizamos DHL, UPS, FEDEX e outras transportadoras menos conhecidas.

Absolutamente NENHUMA das encomendas foi devolvida desta forma, a não ser que o destinatário tenha cometido algum equívoco ao preencher seus dados pessoais (Nome e CPF) ou seu endereço.

Então Caro Jornalista, acho pouco provável que a DHL tenha deliberadamente devolvido sua encomenda não uma, mas duas vezes sem qualquer motivo.

P.S. A propósito criaram um site chamado Reclame Aqui, que acredito ser um lugar mais apropriado para este tipo de lamentação. Fica a dica.

Profeta da Verdade 3 de outubro de 2017, 21:16h - 21:16

Como faço pra também desabafar nas páginas de um jornal. Muita historinha e nada de importante escreve esse colunista.

yamamoto.silva 4 de outubro de 2017, 10:59h - 10:59

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

FARO FINO 3 de outubro de 2017, 17:31h - 17:31

Espero num Futuro não tão Longe,poder comprar pela Internet e receber um Link para pode Imprimir a minha compra no Conforto da minha Casa,e dar Tchau as Transportadoras [ Correios e Etc…]!

Leitor 3 de outubro de 2017, 17:00h - 17:00

Calife, infelizmente nós vivemos em um dos países do mundo mais fechados ao comércio internacional.
Provavelmente deu algum problema na alfandega e a DHL tentou entrar em contato pra resolver. Eles tentam ligar 3 vezes em dias e horários diferentes e se não conseguem contato acabam devolvendo a encomenda.
Certamente eles poderiam dar mais atenção ao cliente, mas isso geraria um custo que você não está disposto a pagar.

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