A guerra a favor das drogas

Por Paulo Moreira

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Se o leitor do DIÁRIO DO VALE resolver fazer uma rápida pesquisa nas notícias policiais, notará que muito mais da metade – na verdade, perto de 90% – das ocorrências têm alguma ligação com drogas. A conclusão a que a maioria das pessoas chega apressadamente é que a origem da violência é o tráfico.  Mas não é o que pensa uma organização que reúne juízes, promotores e policiais de diversos países, inclusive do Brasil: a Leap (sigla em inglês para Law Enforcement Against Prohibitio – ou agentes da lei contra a proibição, em português).

Em resumo, os integrantes da Leap afirmam que, embora não sejam favoráveis ao uso de drogas, sabem que a guerra que os governos por todo o mundo estão promovendo contra as substâncias ilícitas traz mais prejuízos do que benefícios.

A juíza aposentada brasileira Maria Lucia Karam, presidente da Leap no Brasil, publicou um extenso artigo sobre o assunto, que pode ser lido em http://www.leapbrasil.com.br/site/wp-content/uploads/2017/04/126_Drogas-Recife.pdf.

A ‘Lei Seca’

Os integrantes do Leaf afirmam que as drogas não são uma coisa boa, mas também acham que a guerra contra elas é pior do que elas. E há um exemplo histórico para demonstrar isso.

Entre 1920 e 1933, os Estados Unidos proibiram o álcool da mesma forma como hoje são proibidas, por exemplo, a maconha e a cocaína no Brasil. Era a “Lei Seca”. O resultado foi que surgiram fabricantes e comerciantes clandestinos de álcool. Eles se organizaram, formando quadrilhas como a de Al Capone – até hoje considerado um dos maiores gângsteres da história dos EUA.

O combate ao álcool era como “enxugar gelo”: para cada ponto de fabricação ou venda que era desativado, surgia outro.

Treze anos depois de estabelecida, a Lei Seca foi revogada. No entanto, a base para o estabelecimento das máfias havia sido implantada e as organizações criminosas estão até hoje presentes naquele país. Uma das atividades mais lucrativas das máfias, inclusive, é o comércio de drogas ilegais.

O ‘crime sem vítima’

Um dos argumentos que o Leap usa para justificar sua posição é que o tráfico é um crime onde ninguém faz nada contra a vontade. Ninguém força o usuário a comprar drogas. Ele faz isso porque quer.

Em tese, o usuário só prejudica a si mesmo ao consumir drogas. Sim, há os dramas familiares, mas isso também é causado pelo uso de álcool e ninguém prende o seu Joaquim do bar da esquina por causa disso.

A rede de leis que foram criadas para combater as drogas acabou criando um cipoal jurídico, com punições cada vez mais sérias para os traficantes.

Por outro lado, o fato de grande parte dos usuários ser gente de “classe média”, com emprego fixo, endereço e coisa e tal fez com que a legislação brasileira se tornasse cada vez menos severa com o usuário. Hoje não é crime o consumo.

E a grande maioria das vendas de drogas é feita para pessoas que têm uma posição “respeitável” na sociedade. Até porque droga não é barato e quem não trabalha não tem dinheiro pra comprar.

Inútil: Guerra contra o tráfico é igual a ‘enxugar gelo’ (Foto: Arquivo)

Inútil: Guerra contra o tráfico é igual a ‘enxugar gelo’ (Foto: Arquivo)

‘Trapo humano’ é raro

Detalhe: o viciado que destruiu a vida por causa das drogas, o “trapo humano”, existe, mas é minoria, assim como o bêbado que cai na sarjeta é minoria entre os usuários de álcool.

Quem vê as cenas das “cracolândias” do Rio e de São Paulo imagina que aquilo represente o cotidiano do uso de drogas. Não é. A cocaína e a maconha são usadas às escondidas em baladas chiques, nos bancos de trás de carros caros e em reuniões sociais em casas localizadas em vizinhanças respeitáveis e insuspeitas.

O resultado da educação

Na década de 1970, a maior parte dos protagonistas de filmes e novelas televisivos fumava. Não havia praticamente restrição ou campanha contra o consumo de tabaco e praticamente a metade dos homens e cerca de um terço das mulheres eram fumantes.

Atualmente, pouco mais do que um a cada dez brasileiros fuma. Não houve restrição legal ao uso, a não ser no que diz respeito ao fumo em recintos coletivos; a venda continua permitida para os maiores de 18 anos e há campanhas de conscientização as mais diversas.

Enquanto isso, o percentual de usuários de drogas ilícitas não parou de crescer.

Se campanhas de conscientização, sem restrição à venda, a não ser para proibir a comercialização para menores, diminuíram o número de fumantes sem que houvesse repressão ao comércio, por que manter uma repressão ao comércio cara e ineficaz?

 

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36 Comentários

Eduardo 3 de março de 2018, 11:22h - 11:22

É mentira que legalizando a maconha irá diminuir o consumo dela que é a droga que discutida se é para se legalizar ou não, as apreensões de drogas em sua maioria é a cocaína e derivados dela o tal do pó branco, o tráfico de drogas está também dentro da politica por isso o abrandamento de leis em relação ao usuários nos últimos anos e hoje o traficante não se sustenta só com as drogas e sim taxas cobradas nas comunidades que eles comandam e além disso algumas investigações mostram que algumas facções estão se juntando as milícias para ganhar mais territórios. Mudança tem que haver sim, primeiro na sociedade que tem que aprender como se faz política para cobrar seus direitos de forma correta e começar a colocar os eleitos contra a parede, segundo e fundamental é a educação dentro de casa que não existe mais respeito a mais nada nem aos pais.

jorge alexandre jal 2 de março de 2018, 14:41h - 14:41

concordo totalmente com a matéria, pela legalização urgente…. não liberação sem regras, mas a legalização com punição, assim como para motoristas bêbados.

marcão 26 de fevereiro de 2018, 12:46h - 12:46

JÁ DISSE ISSO EM OUTROS COMENTÁRIOS, MAS VOU REPETIR AQUI.
TÁ TUDO MUITO BOM E MUITO BONITO. QUER ACABAR COM ESSA PORCARIADA?????
PARE DE USAR MEU IRMÃO. TOME VERGONHA NA CARA E PENSA NO SEGUINTE!!!!!!!
SE NÃO TEM COMPRADOR, NÃO TEM VENDEDOR. SIMPLES ASSIM.
SE PARAREM DE COMPRAR POR 1 MÊS, TCHAUZINHO PRA VIOLÊNCIA.

Espuma Velha 28 de fevereiro de 2018, 12:06h - 12:06

Se coloque no seu lugar meu amigos. sou pesquisador e assim como os envolvidos na reportagem acima, lido com dados cientificos , nao e achismo. E visto, mundialmente, que o melhor caminho e a descriminalizacao das drogas e a sua venda sendo regulada pelo governo., mas pelo tu acredita em Papai Noel e Saci Perere.

Anderson 2 de março de 2018, 10:38h - 10:38

Espuma Velha, então me responda, no seu cenário de liberação das drogas e o governo as vendendo: Uma leitora abaixo (Geninha) apontou uma hipótese plausível que haverá neste cenário dois mercados, o oficial e o paralelo, sendo o paralelo o dos traficantes. O governo não conseguirá controlar a venda somente por meios legais já que hoje também não consegue impedir a venda ilegal. No cenário apontado por você, provavelmente haverá “usuários” que procurarão o mercado legal, enfraquecendo o mercado paralelo, diminuindo os rendimentos dos traficantes. Acredito que estas hipóteses são plausíveis, e se não forem apresente argumentos para derrubá-las. E eu volto pra você, que se apresenta como pesquisador e refaço minha pergunta: o que os traficantes brasileiros fortemente armados com armas de guerra farão? Nós já temos a resposta desta pergunta, ela já está nos noticiários atuais. OS TRAFICANTES USARÃO SUAS ARMAS PARA ROUBAR E REPOR O RENDIMENTO PERDIDO. O roubo a mão armada, seja a pedestres, estabelecimentos ou a transporte de carga aumentará vertiginosamente. Então no Brasil, o que deve ser feito antes de se liberar as drogas é desarmar os traficantes.

h s. 23 de fevereiro de 2018, 21:33h - 21:33

Porque não usarmos uma ferramenta democrática para um assunto tão importante para a saúde, segurança etc.
A consulta â população através de um plebisctio.

Anderson 24 de fevereiro de 2018, 10:41h - 10:41

Perigoso. Sem um estudo aprofundado antes seria perigoso. O que se quer é paz, mas sem guerra não há paz.

Maniac 23 de fevereiro de 2018, 16:45h - 16:45

Vou soltar uma aqui: todo toxicômano é desequilibrado e incapaz de enfrentar a realidade… deviam ter vergonha de se gabar disso! Vão procurar ser úteis à sociedade, desocupados!

Janaína 23 de fevereiro de 2018, 13:18h - 13:18

Por isso q o país está esta mer….. ” Todo usuário de droga merece cadeia por financiar a violência e as mortes…” e todo usuário de bebida alcoólica merece tratamento médico , né verdade ? QUANTA HIPOCRISIA !

Esmeraldo 23 de fevereiro de 2018, 20:48h - 20:48

Quero ver esse discurso caso o problema fosse c seu ente querido… ……

Anderson 23 de fevereiro de 2018, 08:57h - 08:57

Quando se fala sobre liberação de drogas no Brasil ninguém lembra das armas dos traficantes. O que eles farão com suas armas se liberadas as drogas? Pois é quase certo que se a liberação ocorrer os “usuários” preferirão os pontos legalizados, além do que haverá expansão do número dos pontos de venda, ocorrerá então que os rendimentos dos traficantes cairão, e aí vem minha pergunta, o que eles farão com armas?

geninha 23 de fevereiro de 2018, 11:24h - 11:24

Ledo engano seu. Haverá dois mercados, o oficial e o paralelo. Se o Estado vende a droga, por exemplo, por vinte reais, o paralelo vai vender por 5 reais, como acontece c mídias piratas, roupas, calçados, e não se pode vir c o argumento, romântico, que haverá uma legislação q vai controlar esse mercado, mentira, há postos q vendem combustível adulterado, a legislação consegue combater ?
Moral da história: Os dois lados ganham, quem perde é a sociedade…………

Maniac 23 de fevereiro de 2018, 16:45h - 16:45

Falou tudo geninha!

Anderson 24 de fevereiro de 2018, 10:38h - 10:38

Bom, se estou errado nesta previsão que os traficantes perderão mercado, então o argumento de que a liberação das drogas diminuirá a violência não se sustenta. Correto?

Geninha 24 de fevereiro de 2018, 13:30h - 13:30

Correto. Como foi dito, os dois lados sairão no lucro, o prejudicado será a sociedade. Porque meu amigo, depois da porta arrombada, e com os resultados nefastos, é q irão querer colocar tranca. Ai meu caro, a caca já está feita.

Maniac 22 de fevereiro de 2018, 06:01h - 06:01

Tem que parar de tratar o usuário como um bebê! É isso aí!

Morador 21 de fevereiro de 2018, 22:59h - 22:59

Só um adendo: Al Capone não é um dos maiores gangsters que existiu, pelo contrário, ele era um fanfarrão que ganhou nome porque como eu já disse, era fanfarronagem pura. Adorava aparecer, porém ele era bem fraquinho comparando com outros bandidos da época. Pesquisem e verão que é verdade.

VAI VENDO 21 de fevereiro de 2018, 11:23h - 11:23

Se colocar um viciado em maconha ou outra droga ao lado de um viciado no cigarro percebe-se a diferença de comportamento: o primeiro mais louco do que o segundo.

Eu ainda não tenho conhecimento que um ladrão de bolsas ser viciado no cigarro. Quando o ladrão é pego pela polícia, normalmente ele tem passagem por maconha ou outra droga diferente do cigarro.

Mas a comparação do jornalista é boa.

Penso que para combater o uso de drogas é a falta de políticas públicas eficientes. Ocupação pelo exército fará mais mal a sociedade. na olimpíada e na copa do mundo o exército ocupou o rio de janeiro. Como pode ver agora, a apreensão está bem maior do que na época.

Alexandre 21 de fevereiro de 2018, 13:36h - 13:36

vou fazer meu comentário aqui por que você me poupou de falar sobre a comparação do cigarro com as outras drogas, a ideia é essa mesmo… agora dizer que o consumo de drogas só prejudica o usuário se for na teoria mesmo, além da família como foi dito, além da sociedade que sofre com os roubos e os furtos, existe também a questão do gasto publico com esse usuário quando decide parar de usar e necessita da rede publica nos atendimentos especializados, as emergências nos momentos de crises onde muitas vezes são acionados de uma vez só, policia, SAMU, bombeiros, etc. daria pra elencar muitos prejuízos que transcendem o simples “mal a si próprio”… assunto polêmico, porém importante.

Marco Antônio 22 de fevereiro de 2018, 05:19h - 05:19

Enxugar gelo!

Carlos Augusto 21 de fevereiro de 2018, 09:44h - 09:44

Se alguém me mostrar 1(um) país onde foi liberada a droga e que não se arrependeu, eu mudarei minha opinião e serei a favor a legalização.
Alguém acha que legalizando não haverá mais tráfico? que inocência.
Alguém, acha que o usuário vai passar a comprar apenas nos locais determinados e na quantidade permitida? quanta inocência.
Alguém acha que não será facilitado o acesso a menores? quanta inocência.
Alguém acha que com o consumo não haverá o aumento da violência e a destruição de familias? Quanta idiotice.

BRUNO ALVES 22 de fevereiro de 2018, 16:50h - 16:50

Portugal tá bom pra Vc?

BRUNO ALVES 22 de fevereiro de 2018, 16:55h - 16:55

Me mostra um q proibiu e conseguiu vencer o tráfico.

Esmeraldo 23 de fevereiro de 2018, 00:01h - 00:01

Mentira sua. Vai fumar maconha ou dar uma cheirada e a polícia ti pegar p ver se vc não vai casar na cadeia.

Claudia 24 de fevereiro de 2018, 18:45h - 18:45

Carlos Augusto, concordo com você plenamente!
Essa questão de legalização só iria beneficiar cada vez mais, diga-se de passagem,os “grandes”que estão por trás do tráfico.
Ledo engano pensar que, em um país, aonde a maioria tem cultura medíocre, iria sanar algum problema.
Só vai piora-lo, mas respaldado nessa lei” cega “que temos.

Smilodon Tacinus - O Emir Cicutiano 27 de fevereiro de 2018, 19:29h - 19:29

A maioria, pra não dizer todos, têm índices de violência urbana muitíssimo menores que o Brasil… Não vejo a legalização como uma panacéia para todos os males, coisa que aliás não existe, mas é uma medida muito mais efetiva, propositada e tem em sua essência o regramento… O comércio paralelo provavelmente continuará, mas os grandes consumidores, esses de condomínios de luxo, que sustentam o grande crime, tendem a usar as vias legais…

Gan 21 de fevereiro de 2018, 08:31h - 08:31

com a legalização da maconha o estado usa esse lucro para combater o crime organizado,vão ter investimentos para manter policiais nas ruas,investimento para fazer melhorias na segurança pública,pagamento de salários em dia,equipamentos do séculos XXI é só ter uma gestão BOA E HONESTA que isso vai acontecer.

Marco Antônio 22 de fevereiro de 2018, 05:16h - 05:16

Falou tudo ! Dinheiro novo para investir no tratamento do dependente e na segurança pública! E digo mais regulamentar o jogo tb que seria uma grande fonte de renda para o País!

Esmeraldo 23 de fevereiro de 2018, 00:05h - 00:05

Pergunte aos parentes de um drogado p ver se eles pensam igual a vcs ? Perguntem a um pai ou uma mãe, de um viciado, se eles tem essa visão romântica de vcs ?

Zar 20 de fevereiro de 2018, 15:44h - 15:44

Todo usuário de droga merece cadeia por financiar a violência e as mortes. Certo é o Irã e a Indonésia que não toleram esses vagabundos que não respeitam as leis .

BRUNO ALVES 22 de fevereiro de 2018, 16:52h - 16:52

Kkk. E PELO JEITO não resolveram o problema por lá.

Cidadão Kane. 22 de fevereiro de 2018, 19:48h - 19:48

Resolveram sim amigo. Estive na Indonésia por três vezes, pois meu filho morou lá 2 anos, como Engenheiro da Siemens. Lá não tem perdão, foi pego com droga, é fuzilado. As pessoas deixam os automóveis na porta de suas casas, aberto e com a chave na ignição. Vagabundo de alta periculosidade vai para o tombo. Só fica preso comendo e dormindo de graça, até o julgamento. é claro que isso funciona, pela dimensão do País. Um País continental igual ao nosso, fica difícil esse controle.

Janaína 23 de fevereiro de 2018, 13:14h - 13:14

Seguindo a linha de raciocínio do ZAR : Todo usuário de bebida ALCÓOLICA merece cadeia por financiar a violência e as mortes !!!!!

Smilodon Tacinus - O Emir Cicutiano 27 de fevereiro de 2018, 19:15h - 19:15

Janaína: vc não vê traficantes de bebida, vê? Vê mortes provocadas pelo controle do comércio das bebidas?…

Janaína 28 de fevereiro de 2018, 08:04h - 08:04

Vejo pessoas morrerem no trânsito todos os dias por causa de um alcoolizado !!!!!! Vejo homens BÊBADOS matarem suas esposas, filhos, mães, etc……tudo por causa da maldita da bebida !!!!!!! O vício do álcool é mt mais difícil de lidar !!!! Falo por experiência.

guto 18 de fevereiro de 2018, 22:55h - 22:55

Se você é negro da classe pobre e é pego com uma trouxinha de maconha você é preso, pois é um traficante! Contudo se você é um dos esquerdistas da alta classe média do bairro de Copacabana no Rio de Janeiro, que fazem aquelas passeatas apoiadas pelo PT, PSOL, PCdoB, etc… pela legalização das drogas e é pego com uma trouxinha de macanha não acontece nada!
Como diria Boris Casoy: “Isso é uma vergonha!”…

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