A pirâmide de Ceres e outros objetos estranhos

by Diário do Vale

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Alta: A montanha aparece no lado superior direito da foto  Foto: Divulgação

Alta: A montanha aparece no lado superior direito da foto
Foto: Divulgação

A sonda espacial Dawn continua a se aproximar lentamente de Ceres, o maior de todos os mini mundos do cinturão dos asteroides. Além dos pontos brilhantes, que intrigam os cientistas, as imagens revelaram uma montanha cônica, com cinco quilômetros de altura. Os ufólogos já estão falando em “pirâmide alienígena”, mas não deve ser nada artificial. Em um mundo pequeno, e de baixa gravidade como Ceres, as montanhas podem atingir grandes alturas e ter formas incomuns. Ceres só tem 963 quilômetros de largura e uma gravidade de 0,02G. Mais interessantes são os pontos brilhantes que continuam a intrigar os cientistas. A hipótese apresentada pela agência espacial Nasa é de que seja gelo, ou depósitos de sal.
Seja o que for ficaremos sabendo antes do final do ano. Com seu motor iônico ligado a pequena nave espacial continua a descrever círculos cada vez mais estreitos em torno de Ceres. Atualmente ela se encontra a 4 mil quilômetros de distância do pequeno mundo. Em agosto ela vai descer até a altura de 1480 quilômetros para começar a fase de mapeamento fotográfico. Dessa altitude as câmeras da nave devem produzir imagens mais detalhadas, tanto da montanha quanto dos pontos brilhantes.
No dia 14 de julho outra sonda espacial, a New Horizons, deve passar perto do planeta Plutão, enviando as primeiras imagens da superfície desse mundo. A sonda já revelou que Plutão tem todo um sistema de luas, da grande Caronte até as pequenas Nyx e Estiges. De todos os mundos do nosso sistema solar Plutão é o único que ainda não foi mapeado e fotografado. Por isso a passagem da sonda por ele marcará a conclusão do trabalho de reconhecimento e mapeamento dos mundos que cercam o Sol.

Vida é um fenômeno mais raro do que se imaginava

Apesar do entusiasmo dos ufólogos nenhuma dessas missões de mapeamento encontrou sinais de vida extraterrestre. No século passado os astrônomos imaginavam seres vivos em quase todos os mundos do espaço. Marte teria algum tipo de vegetação, Vênus poderia ser um planeta tropical cheio de animais pré-históricos. As nuvens de Júpiter e Saturno esconderiam enormes criaturas, como baleias espaciais. Mas nada disso foi comprovado. Marte se revelou um imenso deserto gelado. Vênus é um mundo calcinado, com uma temperatura de 400 graus centígrados e chuvas de ácido sulfúrico. E nenhuma baleia espacial jamais apareceu nas imagens de Júpiter ou Saturno.
Parece que a vida é um fenômeno mais raro do que se imaginava. Quando a nave Viking fez o primeiro mapeamento de Marte as imagens revelaram uma montanha que parecia a cara de um macaco. A “face de Marte” apareceu no seriado de televisão “Arquivo X” e inspirou um filme de ficção científica, “Missão Marte” do diretor Brian de Palma. Mas o mistério não resistiu às imagens mais detalhadas feitas pela sonda Mars Observer. Elas mostraram que a tal face não passava de um morro corroído pelos ventos marcianos.
Hoje as esperanças de se encontrar vida no nosso sistema solar se concentram nas luas de Júpiter e Saturno. Europa, lua de Júpiter e Encelado, lua de Saturno contém oceanos de água líquida, cobertos por uma capa de gelo. Sabemos que essas luas também tem atividade vulcânica, o que poderia fornecer o calor necessário para o aparecimento de algum tipo de vida aquática.
Quanto a extraterrestres inteligentes eles continuam restritos ao universo dos filmes de ficção como Guerra e Jornada nas Estrelas. Até hoje não se encontrou nenhum artefato nem se captou nenhuma transmissão de rádio produzida por seres inteligentes do espaço. Talvez eles sejam muito raros. Ou a vida inteligente esteja condenada a ser extinta por sua própria tecnologia. A Nasa é otimista e acha que teremos uma resposta para essas perguntas nos próximos 20 anos.

 

Jorge Luiz Calife | [email protected]

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