Astrônomos detectam possíveis planetas em galáxia distante

by Diário do Vale

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Encontrar novos planetas na nossa galáxia, a Via Láctea, já virou rotina para os astrônomos. Só na semana passada a equipe do Telescópio Kepler anunciou a descoberta de 95 mundos novos. Planetas que orbitam outras estrelas a centenas de anos-luz do Sol. A novidade é que dois pesquisadores da Universidade de Oklahoma afirmam ter encontrado evidências de milhares de mundos em uma galáxia distante. Algo que era considerado impossível até bem pouco tempo.

Xinyu Dai e Eduardo Guerras fizeram a descoberta por acaso. Eles estavam usando o telescópio Chandra, sensível aos raios X, para estudar um quasar situado em uma galáxia muito, muito distante. Um quasar é o núcleo ativo e muito brilhante de uma galáxia e resulta da atividade de um buraco negro gigante situado no centro. O quasar em questão fica em uma galáxia situada a 3,8 bilhões de anos-luz da Terra. O que significa que a luz desse astro levou 3,8 bilhões de anos para chegar na Terra e mostra como era o Universo muito antes do surgimento da vida em nosso planeta.

Para observar algo tão distante, não basta ter um telescópio potente como o Chandra. É preciso usar uma lente gravitacional. Trata-se de um efeito previsto pela teoria da relatividade de Einstein. Quando existe uma galáxia maciça entre a Terra e o objeto que está sendo observado, sua gravidade desvia os raios de luz agindo como uma lente invisível. Que amplia o que está lá atrás.

Voltando à pesquisa de Dai e Guerras, eles usaram a gravidade de uma galáxia mais próxima para ampliar a imagem do quasar mais distante. Eles queriam observar detalhes do disco de acreção, o redemoinho de matéria que gira em torno do buraco negro. Acontece que galáxias não são concentrações uniformes de estrelas. Elas se distribuem irregularmente, o que provoca distorções na imagem ampliada pela lente gravitacional. Ao examinar essas distorções os astrônomos encontraram irregularidades que podem ter sido provocadas pela gravidade de planetas ocultos.

Isso os levou a deduzir que a galáxia mais próxima deve ter uns dois mil planetas flutuando livremente, entre suas estrelas. A existência desses planetas desgarrados já foi confirmada na nossa galáxia, a Via Láctea. É claro que isso ainda não é uma prova definitiva. As distorções na lente gravitacional também podem ter sido provocadas por pontos quentes dentro do disco do buraco negro. Mas, uma pesquisa anterior concluiu que isso é altamente improvável.

Fenômeno: O anel de luz a direita é uma lente gravitacional

Fenômeno: O anel de luz a direita é uma lente gravitacional

Na introdução do romance “2001: Uma odisseia no espaço” o escritor Arthur C. Clarke sugeriu, no século passado, que deveriam existir mais planetas no universo do que a soma de todos os seres humanos que vivem ou já viveram no nosso planeta. Todavia, esses paraísos ou infernos, como dizia Clarke podem estar fora do nosso alcance para sempre. As distâncias entre as estrelas e galáxias são tão grandes que nenhuma tecnologia atual, ou futura, poderia nos levar até lá.

Nos filmes e romances de ficção científica os personagens usam atalhos através de outras dimensões, os chamados wormholes, para viajar pelo Universo. Na vida real a física sugere que seria muito difícil viajar por um desses atalhos, mesmo que existisse algum aqui perto de nós. Algo que nunca foi detectado. Assim podemos observar e sonhar com esses mundos inatingíveis, nada mais do que isso.

Levando-se em conta o estrago que os seres humanos andam fazendo aqui na Terra é até bom que os mundos do céu estejam além das mãos e da cobiça humana. Mais um motivo para cuidarmos da Terra, o único planeta habitável dentro do nosso alcance.

 

 

JORGE LUIZ CALIFE | [email protected]

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4 comments

Anderson 24 de fevereiro de 2018, 05:41h - 05:41

Planetas detectados em outras galáxias! A astronomia não para de nos surpreender. Gostaria de pelo menos ver a humanidade colonizar o Sistema Solar em meu tempo de vida. As possibilidades são excitantes.

Não entendi 22 de fevereiro de 2018, 21:59h - 21:59

Por que na página principal está com a foto do Mario Sérgio na matéria do Jorge Cálice?????

Não entendi 22 de fevereiro de 2018, 22:01h - 22:01

Correção Jorge Calife.
Esse corretor…

Alguém 23 de fevereiro de 2018, 14:56h - 14:56

Arrumaram, jóia.

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