Ciúme patológico: Quando chega a hora de procurar ajuda

by Diário do Vale

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O ciúme não é nenhum sentimento estranho a todos nós. É uma reação frente a uma ameaça percebida ou apenas imaginária. Quem ama o outro parece sentir a necessidade de fazer com que a pessoa se sinta amada, querida, desejada, acolhida e respeitada no relacionamento. Todos nós, em algum momento de nossas vidas, em maior ou menor proporção, já sentimos ciúmes. O ciúme é um conjunto de emoções desencadeadas por sentimentos de ameaça à qualidade da relação ou estabilidade. Um medo da perda também. Por outro lado, como perder se não possuímos ninguém?
Ninguém em nenhuma relação está livre de tentações e desconfianças. A traição pode acontecer a qualquer pessoa e é um vasto assunto a ser discutido, pois não necessariamente envolve a falta de amor entre o casal, como já acompanhei ao longo de alguns anos no trabalho da psicologia clínica. A grande questão é que existem pessoas que passam dos limites em suas desconfianças exageradas e completamente infundadas.
A pessoa que sofre de ciúme patológico fundamenta suas atitudes em distorções e interpretações falsas da realidade. Os argumentos são muitas vezes absurdos e irracionais. As dúvidas se transformam em certezas delirantes e supervalorizadas. Os ciumentos patológicos estão em constante busca de evidências e confissões para confirmarem suas suspeitas, o interessante é que essa busca permanente em vez de acalmar e trazer tranquilidade, só faz alimentar ainda mais a dúvida e a desconfiança.
Ao se envolver com um ciumento patológico se prepare para brigas constantes, cobranças excessivas, um relacionamento desgastante, porém, a boa notícia é que é tratável com chances grandes de melhora significativa. O ciúme patológico é algo que aparece com frequência em consultórios de psicologia.
Querer cuidar, demonstrar afeto e preocupação, querer proteger a pessoa amada é normal. O ciúme patológico extrapola condições normais causando grande sofrimento para o casal. Essa ideia persistente que o parceiro (a) tem outros relacionamentos, faz com que o ciumento interprete tudo como um grande indício ou prova de traição e tudo no ambiente ao redor, passa a ser uma demonstração da infidelidade do parceiro.

Diagnóstico

O diagnóstico é realizado através da comprovação de alguns comportamentos como: ser extremamente necessário e vital ter o controle da pessoa amada, checar contas de e-mails, de telefones, vasculhar agendas, bolsos, cheirar roupas, checar as contas do cartão de crédito, seguir a pessoa, contratar detetives, implicar e não aceitar amigos, colegas e até mesmo parentes próximos. Também não permitir em nenhuma hipótese que o parceiro saia desacompanhado. Até compromissos do parceiro passam a ser uma desculpa para traição. Quando existe agressão física e diversas ameaças, o relacionamento não terá mais chances de ser saudável sem a ajuda de um profissional e a cooperação do casal.
A psicoterapia vem agir no autoconhecimento e reconhecimento de suas emoções assim como de seu comportamento destrutivo. Alguns exercícios podem ajudar nesses casos. É sempre válido colocar-se no lugar do outro para sentir como a pessoa vítima constante de acusações se sente. É muito importante trabalhar a própria segurança e independência emocional, trabalhando também a segurança no outro e a confiança.
Reconheça suas qualidades e seu jeito único de ser. Somos todos especiais, pois não temos cópias, não existe outro de você, então, até os seus defeitinhos podem conquistar o ser amado. Procure ajuda médica e psicológica quando a doença estiver atrapalhando seu bem-estar e o bem-estar de seu parceiro (a). Se você for vítima de um ciumento patológico ou ciumenta, evite alimentar desconfianças mas não entre no jogo doentio, evite dar explicações pedidas e permitir que o outro comande sua vida pois você poderá estar alimentando um comportamento doente. Deve existir respeito e confiança entre duas pessoas sempre, seja em um relacionamento íntimo ou apenas de amizade.
O tratamento trabalha junto ao ciumento patológico na melhora da autoestima, o ciumento aprende a construir relacionamentos afetivos saudáveis e que irão somar e contribuir para uma vida com mais qualidade. Aprende a identificar e ter o controle das emoções, transforma seu estilo de vida e muitos dos comportamentos destrutivos também aprendendo a pôr em xeque suas “certezas” provenientes de ideias e crenças fantasiosas.

 

ALINE STTEEL  | [email protected]

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1 comment

ANÔNINO 13 de novembro de 2015, 13:18h - 13:18

E como identificar o limite, para não ser nem controlador demais e nem um “banana”?

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