Dwayne Johnson e o folclore do oceano Pacífico

by Diário do Vale

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O cinemão está ficando cada vez mais globalizado. Em “Moana – Um Mar de Aventuras” Dwayne Johnson fará a voz de Maui, um semideus da mitologia do oceano Pacífico. Equipado com seu anzol mágico Maui foi capaz de parar o Sol, puxar ilhas do fundo do mar e derrotar monstros marinhos. No desenho animado, dirigido pela dupla Ron Clemens e John Musker, ele ajuda a menina Moana a atravessar o oceano procurando por um novo lar para seu povo.

A produção chega aos cinemas em janeiro do ano que vem. E mostra como os desenhos animados evoluíram desde os meus tempos de garoto. “Moana” é uma produção da Disney, o estúdio que foi o pioneiro das animações em longa-metragem. Começando pela “Branca de Neve e os Sete Anões”, de 1937. Branca de Neve impressionou crianças e adultos e foi depois de ver o desenho que o gênio dos computadores, Alan Turing, teve a ideia de se suicidar com uma maçã envenenada. E vocês pensavam que desenhos animados eram coisas inofensivas.

Durante a maior parte do século XX a Disney e outras produtoras se nutriram de mitologia e dos contos de fadas da Europa. Levando para a tela histórias clássicas como “A Bela Adormecida” e “A Bela e a Fera”. Romances mais modernos, como “Alice no País das Maravilhas” e peças de teatro como “Peter Pan” também serviram de tema para as animações.

Parece que o filão se esgotou. Os estúdios agora buscam inspiração nos quatro cantos do planeta. Daí “Moana” que se inspirou na mitologia dos povos que habitam as ilhas do sul do Pacífico.

Politicamente correta ao extremo, a Disney procurou pessoas ligadas àquela região paradisíaca para dar voz aos personagens. Dwayne Johnson, The Rock, nasceu nos Estados Unidos, mas a mãe dele era originária das ilhas Samoa. E para fazer a voz da garota heroína foi feita uma busca internacional e a escolhida foi a jovem Auli´l Cravalho, de 14 anos, do Havaí. Que apesar da idade é cantora premiada. Moana quer dizer “oceano” no idioma dos havaianos e dos Maoris e a história desses povos do Pacífico merecia ser tema de um filme épico há muito tempo.

O Pacífico é o maior oceano do nosso planeta e os polinésios colonizaram as ilhas deste vasto mar viajando em enormes canoas de dois cascos. Guiando-se pelas estrelas e pelas correntes marinhas. No século passado o explorador norueguês Thor Heyerdahl tentou provar que os índios da América do Sul, como os incas, poderiam ter colonizado algumas dessas ilhas viajando em jangadas. Para provar sua tese ele construiu uma jangada, batizada de Kon Tiki e navegou de Callao no Peru até a ilha de Raroia, no arquipélago de Tuamotu. A aventura aconteceu no ano de 1947 e deu origem a filmes e documentários.

Apesar dos esforços do norueguês é preciso notar que os polinésios não se parecem nem um pouco com os incas. E as embarcações usadas há séculos na região são muito mais sofisticadas do que as jangadas. São enormes canoas de casco duplo com velas que lembram a forma das garras de um caranguejo.

Para encontrar pequenas ilhas no meio daquele mar imenso os navegadores polinésios memorizam a posição e os movimentos das estrelas no céu, o comportamento dos animais como as aves marinhas que migram para determinadas ilhas em certas épocas do ano e até mudanças na cor da água que indicam a presença de correntes marinhas.

Tudo isso foi pesquisado pelos produtores do filme que visitaram vários arquipélagos para poder desenhar os cenários do filme. Como os polinésios de verdade a menina é obrigada a viajar pelo oceano para enfrentar um perigo que ameaça a vida na ilha onde nasceu.

O trailer do filme está na internet e vai abrir novos horizontes para a imaginação das crianças, fazendo elas esquecerem um pouco a mesmice dos super-heróis e dos zumbis.

 

 Mudança: Moana, Maui e sua canoa polinésia


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JORGE LUIZ CALIFE | [email protected]

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