Após um ano intenso de trabalho com viagem internacional, estreia de espetáculo, participação em mostras e eventos e alguns prêmios em festivais de teatro, o grupo “Artêros”, de Angra dos Reis, inaugura o ano de 2017 com uma temporada de quatro semanas no Rio de Janeiro com a peça “A Cabaça da Existência”.
O espetáculo, que recebeu indicação no ano passado ao prêmio FITA, com destaque especial do júri técnico pelo trabalho de pesquisa, expressão corporal e percussão, estará todas as segundas e terças-feiras de junho no Teatro Casa de Baco, no bairro da Lapa.
A indicação ao prêmio FITA foi um dos estopins para a decisão da trupe de levar o espetáculo para a capital.
– No festival a ‘Cabaça’ teve uma grande repercussão, tanto que veio a indicação do júri técnico, o que deixou todos, produção, direção e elenco muito satisfeitos e com a sensação de dever cumprido – destacou o ator e idealizador do grupo, Ramon Souza.
A peça é uma das mais antigas da trupe “Artêros” e os atores têm total domínio dos personagens, todos densos e vividos em um contexto em que concentração e entrega são fundamentais.
“A Cabaça da Existência” fala sobre a criação do mundo de acordo com a mitologia Iorubá. As crenças africanas têm um número expressivo de adeptos no Brasil. Orixás como Olorum, Obatalá e Ododuá são encenados de forma impactante pelos atores. A trilha percussiva é um diferencial no contexto do espetáculo e sempre é elogiada pelos críticos.
A expectativa da equipe é a de ampliar o resultado positivo conquistado em Angra, na capital.
– Queremos alcançar um público ainda mais diversificado com o intuito de despertar reflexões. Religiosos, estudiosos, leigos e curiosos serão muito bem vindos ao teatro – enfatizou a produtora do espetáculo, Carmem Amazonas.
“A Cabaça da Existência” tem a produção da SpaSophia, o texto de Adilson de Oxalá com adaptação de Felipe Barbosa, direção de Camila Rocha e no elenco estão Ramon Souza, Vitória Lopes, Letícia Mendes e Junio Bastos.
Serviço
Espetáculo: “A Cabaça da Existência”
Todas as segundas e terças-feiras de junho às 19h30 (05 e 06 / 12 e 13 / 19 e 20 / 26 e 27)
Classificação: 10 anos
Local: Teatro Casa de Baco
Endereço: Rua da Lapa, 243, Lapa – Rio de Janeiro
Convite especial aos leitores
Nos últimos anos temos observado um tema super importante ganhar destaque nos noticiários, nas séries, novelas e cinemas, e também no teatro. A discussão sobre gênero.
O tema, ainda tabu nas salas de aula e em muitas casas, é o indutor principal na montagem BIRD do Coletivo Errante, que está entrando na sua terceira semana de temporada no Teatro da UFF, até 28 de maio, sextas-feiras, sábados e domingos, sempre às 20h.
Os leitores dessa coluna que estiverem passando o final de semana em Niterói podem enviar um e-mail para ([email protected]) e ganhará um par de ingressos para assistir a montagem do grupo carioca.
Em cena uma família janta reunida. Os abismos que os separam residem na pouca escuta. Berta, a mãe, não lembra que há vida além da rotina. Martim, o irmão, vai construir uma máquina capaz de realizar todos os desejos. O pai nada fala, mas tudo cala. O quarto é mais humano que muitos. Maria Elisa, de 14 anos, acorda de barba. Assim, renasce a cada manhã de uma forma. A cada dia acorda mais possível. No seu íntimo, uma liberdade. Mas não é permitido sair renascendo todo dia. Cada um que viva uma coisa só, aquela carimbada no papel de nascido. O mundo entra em colapso, a mídia invade cada espaço. Casa, família e afetos desabam. Resta o voo.
FICHA TÉCNICA
Dramaturgia e direção: Lívia Ataíde
Elenco: Bernardo de Assis, João Vítor Novaes, Luiza Rangel, Marcelo de Paula, Tamires Nascimento
Stand-in: Giulia Grandis
Direção de arte e cenografia: Karine Drumond
Figurino: Marcela Cantaluppi
Iluminação: Lívia Ataíde
Direção musical e trilha sonora: José Ricardo Neto
Preparação corporal: Caroline Ozório
Preparação vocal: Verônica Machado
Registro fotográfico: Maíra Barillo
JOÃO VITOR MONTEIRO NOVAES | [email protected]