Hoje é dia de Plutão

by Diário do Vale

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Misterioso: Plutão, com o coração brilhante no lado direito  (Foto: Divulgação)

Misterioso: Plutão, com o coração brilhante no lado direito
(Foto: Divulgação)

O dia de hoje marca o final da primeira fase de exploração e reconhecimento do Sistema Solar. Enquanto vocês estão lendo estas linhas, a sonda espacial New Horizons está passando pelo pequeno planeta Plutão, o último território inexplorado do Sistema Solar. As fotos enviadas pela nave durante os últimos dias mostram que Plutão tem um coração. É a mancha brilhante que forma um coração estilizado em um dos lados do planeta. Este é o hemisfério que está sendo fotografado de perto neste exato momento.

Descoberta de Clyde Tombaugh

A partir de hoje os livros de astronomia poderão exibir fotos coloridas e nítidas de todos os nove mundos que formam a família de planetas em torno do Sol. O planeta foi descoberto em 1930 pelo astrônomo amador, depois profissional, Clyde Tombaugh. Tombaugh cresceu em uma fazenda do Kansas e sonhava em estudar ciências e cursar a universidade. Infelizmente uma tempestade de granizo arruinou a fazenda e os pais não tiveram dinheiro para financiar seus estudos. Tombaugh não desanimou, construiu um telescópio e começou a observar o céu a partir dos milharais da fazenda. Fez desenhos detalhados dos planetas Júpiter e Marte e mandou para o observatório Lowell, no Arizona. Ganhou um emprego de astrônomo.

Nome do planeta foi escolhido por Venetia Burney

O observatório, criado pelo milionário Percival Lowell, vinha tentando localizar o nono planeta do sistema solar há décadas. Tombaugh assumiu a tarefa e acabou descobrindo Plutão em uma série de chapas fotográficas. Houve um concurso para escolher o nome do novo planeta e Plutão foi sugestão de uma menina inglesa, Venetia Burney, apaixonada pela mitologia grega. Ajudou na escolha o fato de que as duas primeiras letras de Plutão são as iniciais de Percival Lowell, o fundador do observatório onde foi feita a descoberta.

Sonda cruzou os céus de Plutão hoje

Venetia morreu em 2009 e viveu o suficiente para ver o lançamento da nave Hew Horizons, a primeira a visitar Plutão, no dia 19 de janeiro de 2006. Em 1992, quando a Nasa iniciou o projeto de uma sonda para Plutão, o cientista Robert Staehle, do laboratório JPL, telefonou para Tombaugh e pediu permissão para visitar seu planeta. Tombaugh respondeu: “Vocês são bem vindos, mas preparem-se para uma viagem longa e gelada.” O descobridor do planeta não viveu para ver o lançamento da nave. Ele morreu em janeiro de 1997. Mas uma parte de suas cinzas foram colocadas em uma cápsula, dentro da New Horizons. Que hoje de manhã cruzou os céus do pequeno mundo gelado.

Plutão continua surpreendendo

Em 2006 a União Astronômica Internacional reclassificou Plutão como planeta anão. Um dos muitos que existem no distante cinturão de Kuiper, na periferia do sistema solar. Mas Plutão continuou surpreendendo os cientistas. Em 1978 o astrônomo James Christy notou que Plutão parecia alongado nas fotos dos telescópios. E descobriu a maior de suas luas, Caronte. Ela é tão grande e está tão próxima de Plutão que os dois formam um planeta duplo. Outras quatro luas foram descobertas entre 2005 e 2012. Todas receberam nomes ligados ao inferno grego. Afinal Plutão era o senhor do submundo na mitologia greco-romana. Elas são Cérbero, Nix, Estiges e Hidra.
Além das luas, Plutão surpreendeu o mundo com suas cores. A Nasa diz que ele é “o outro planeta vermelho”. Sua tonalidade fica entre o avermelhado de Marte e o laranja da lua Io de Júpiter. Ele tem manchas escuras e manchas brilhantes, como a que forma um coração na foto aí em cima, tirada na semana passada.
As novas fotos e observações, feitas hoje, continuarão sendo processadas e estudadas pela equipe da Nasa. Que deve divulga-las nos próximos dias. Aprendemos mais sobre o exótico Plutão hoje do que nos 85 anos desde a sua descoberta. E quanto mais a humanidade aprende sobre o céu estrelado mais ela se aproxima de suas origens. Afinal, todos os átomos que formam nossos corpos foram criados dentro de estrelas distantes.

Jorge Luiz Calife | [email protected]

 

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1 comment

João Carlos Cardoso C. 15 de julho de 2015, 08:22h - 08:22

Plutão já merece retornar para a primeira divisão do sistema solar!!!

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