Mobbing: A Violência Psicológica no Trabalho

by Diário do Vale

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Queixa recorrente em consultórios de psicologia e também em escritórios de advocacia, o mobbing é o assédio moral no trabalho. Vivemos hoje em um Mundo corporativo super competitivo, em que algumas pessoas não tiram suas merecidas férias, com medo de serem substituídas, outras acordam algumas horas mais cedo para lerem os e-mails de trabalho em casa para não perderem seu tempo quando estiverem trabalhando, algumas não conseguem se desligar de seus celulares, verificando a toda hora, mesmo nos fins de semana, assuntos relacionados ao seu trabalho.

Hoje em dia, você “precisa” correr contra o tempo e o mercado de trabalho vem impondo que já se saia da faculdade com uma certa experiência. Até aqui, tudo bem. Tudo bem? Bem, parece…

Os jovens já se incluem nessa realidade com certa normalidade e começam a “correr atrás” cada vez mais cedo. Mas, e quando você já venceu todas essas etapas e é contratado por uma empresa, ou passou em um concurso público, acha que agora tudo ficará mais calmo e aí vem a surpresa. Você se depara no ambiente de trabalho com o assédio moral…

E agora? O que fazer?

Dentro dessa dinâmica atual, o mobbing tem sido cada dia mais frequente. Mesmo já sendo praticado há muitos anos, hoje em dia tem se destacado mais e parece ter tido maior atenção da mídia.

 Afinal, o que é mobbing? 

Se caracteriza como o assédio moral no trabalho. É uma atitude, um comportamento abusivo e ofensivo à dignidade de uma pessoa. Esse comportamento ofensivo é praticado repetidamente de maneira habitual e sistemática. O termo mobbing é então utilizado para descrever condutas de violência e agressão psicológica no trabalho, uma prática intencional repetida que leva à degradação do ambiente e compromete a saúde psicológica e em consequência, física do trabalhador.

O mobbing é praticado tanto pelo chefe com seu empregado, como pelos colegas de trabalho e se manifesta através de uma comunicação hostil e sem ética, direcionada a um indivíduo ou mais. Como defesa, a vítima reprime-se e desenvolve um perfil que apenas facilita ao agressor a prática de outras formas de assédio moral. Sendo frequente e com longa duração, resultam em considerável sofrimento mental, psicossomático e social das vítimas.

OMS

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) é uma prática em que uma pessoa “usa deliberadamente sua força e poder contra outra pessoa, grupos ou comunidade que causa danos físicos, mentais e morais, através de poder ou força psicológica, gerando uma atitude discriminatória e humilhante”.

Lesões à saúde em geral tanto física quanto psicológica, isolamento social, queda na produtividade, tendências ao alcoolismo e outras drogas. Danos psicológicos, perda de memória e dificuldade de concentração. Dores musculares, palpitações, falta de ar, descontrole emocional, entre muitos outros são sintomas frequentes da vítima. Sintomas psicossomáticos de estresse como dores no estômago, vômitos e diarreia, também estão presentes mostrando mais uma vez as consequências físicas de uma violência psicológica.

 ‘Assédio moral’

Alguns exemplos de assédio moral praticados no dia-a-dia: Xingamentos ou apelidos cruéis, quando um chefe submete seu empregado a alguma situação de vexame ou exige metas impossíveis apenas para criar uma situação insustentável, levando o funcionário a pedir demissão e por consequência evitando ter gastos trabalhistas com um desligamento da empresa; Quando na hierarquia de uma empresa, o superior passa a exigir missões inatingíveis levando o funcionário a não ter mais sua hora de almoço ou intervalo. Competitividade exagerada e inadequada levando a uma guerra desigual entre sua equipe.  É realmente uma triste realidade que vem atingindo muitos trabalhadores pelo Mundo.

A pessoa que torna-se vítima de assédio moral é simplesmente escolhida pelo seu agressor. O objetivo do agressor é amedrontar, consumir emocional e intelectualmente a vítima para eliminá-la da empresa ou simplesmente satisfazer a necessidade insaciável de agredir. Esse se aproveita do ambiente de trabalho para canalizar uma série de impulsos e tendências psicopáticas. A palavra Mobbing não tem tradução para o Português e tem sua origem no verbo to mob, em Inglês que significa tumultuar.

A princípio, é recomendado resistir e colher provas. Procurar um Psicólogo para o tratamento adequado e um advogado. A intervenção psicológica e jurídica é de extrema urgência. O tratamento psicológico é realizado para que os danos causados possam ser os menores possíveis, para que a pessoa retome sua vida normalmente,  para que se possa frear os acontecimentos de modo que a pessoa recupere emoções positivas que favoreçam a saúde mental e física, tratar possíveis traumas, fortalecer a auto-estima, proporcionar o auto-conhecimento para que essa pessoa não se perca nas agressões sofridas e aprenda a lidar com suas emoções, com sentimentos inadequados e com isso, possa resgatar qualidades, habilidade e recursos internos possivelmente esquecidos por conta do assédio psicológico vivido.

Não seja mais uma vítima e informe-se. O conhecimento de seu funcionamento psicológico pode lhe assegurar maior proteção contra esse e outros tipos de violência, assim como maior qualidade de vida. Procure um tratamento adequado pois uma das coisas mais importantes da vida é manter o equilíbrio e a motivação, que deve ser alimentada diariamente. Não tenha medo, siga em frente. O medo é o maior inimigo da realização em todos os sentidos. O medo paralisa e impede o crescimento tanto profissional quanto pessoal, por isso, dê o primeiro passo e procure ajuda, caso você esteja sendo vítima dessa violência psicológica avassaladora e sem sentido.

O Mundo não acaba quando você tem um problema, a felicidade não enfraquece quando você passa por uma dificuldade. O seu Mundo pode acabar apenas se você desistir de si mesmo e desistir de seus sonhos. A felicidade só desaparece quando você se esquece da força que tem dentro de si. A satisfação pessoal e profissional é o destino provável daqueles que querem profundamente e lutam por isso. Lute por você, por seus direitos e por sua saúde!

 ALINE STTEEL | [email protected]

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2 comments

André 28 de março de 2015, 12:18h - 12:18

Ótima reflexão Aline e parabéns pelo post. Isso como você falou sempre aconteceu no ambiente de trabalho em questão, como antigamente tinhamos dificuldades ao estudo, (cursos, faculdade e qualificações) estavamos nas mão dos chamados “chefe”, hoje é diferente, temos a possibilidade de revertemos a situação com o estudo e mostrar o nosso valor moral.

Jorge LIma 27 de março de 2015, 19:12h - 19:12

Parabéns pelo artigo. Tema de interesse finalizado com recado curto e certeiro.

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