Novo “caçador de planetas” será lançado no dia 16

by Diário do Vale
Satélite: TESS vai procurar novos mundos

Satélite: TESS vai procurar novos mundos

Depois do sucesso do telescópio espacial Kepler, que descobriu centenas de planetas novos, orbitando estrelas distantes, os astrônomos vão ganhar um novo instrumento. É o TESS, nome que vem da sigla em inglês de Satélite de Pesquisa de Trânsito de Exoplanetas. Se tudo correr bem o TESS será levado ao espaço no dia 16 de abril no cone de um foguete Falcon 9 da empresa Space X. TESS vai observar 200 mil estrelas na nossa região da galáxia em busca de planetas que podem estar orbitando esses sóis. Os planetas que forem descobertos poderão ser estudados por outros observatórios, como o telescópio James Webb, que será lançado em 2020.
A busca por novos planetas tem despertado interesse devido a possibilidade de serem encontrados mundos como a Terra. Planetas de rocha e metal que tenham atmosfera respirável e temperaturas capazes de permitir a existência de água e vida. Mas a maioria dos mundos encontrados até agora ou é muito quente ou muito frio para permitir a existência de vida. Existem exceções como o Kepler 452b que parece ter todas as condições necessárias para ser uma nova Terra. Mas fica a mil anos-luz de distancia, na constelação do Cisne.
O TESS será lançado da Estação da Força Aérea em Cabo Canaveral na Flórida pelo foguete Falcon 9 que tem demonstrado um alto nível de confiabilidade em missões recentes.
O cientista chefe do projeto, Stephen Rinehart declarou que o TESS “Será capaz de estudar planetas individualmente e determinar as diferenças entre eles, representando o início de uma nova era no estudo dos exoplanetas”. Exoplanetas são planetas que orbitam outras estrelas além do Sol.
Pesando apenas 318 quilos, o satélite será colocado em uma órbita altamente elíptica, com um perigeu (ponto de maior aproximação com a Terra) de 108 mil quilômetros e um apogeu (ponto de maior afastamento) de 373 mil quilômetros. Ele dará uma volta em torno do mundo a cada 13 dias e poderá ficar no espaço durante décadas devido a grande distancia do nosso planeta. Nos primeiros dois anos de funcionamento o TESS usará suas quatro câmeras para registrar os trânsitos dos planetas através de suas estrelas em varias faixas do céu. Um trânsito é quando um planeta passa diante de seu Sol e isso provoca uma minúscula redução no brilho da estrela que será registrado pelos sensores do satélite. Quatro câmeras de seis megapixels cada uma.
Esse é o mesmo método usado pelo telescópio espacial Kepler, que até agora já descobriu 3700 planetas orbitando estrelas distantes. A diferença entre os dois engenhos é que o Kepler ficou focalizado em uma única região do céu, que contem 150 mil estrelas. A maioria a distancias muito grandes, em torno de mil anos-luz (Um ano-luz equivale a 9,5 trilhões de quilômetros).
Já o TESS fará uma pesquisa mais ampla, cobrindo 85% do céu ao longo de seus anos de operação. E seu alvo principal serão as estrelas mais próximas, aquelas que ficam a distancias em torno dos 300 anos-luz da Terra. TESS custou apenas 200 milhões de dólares enquanto seu antecessor, menos versátil saiu por 600 milhões. Pouco comparado com o telescópio espacial James Webb, sucessor do Hubble, que será lançado em 2020 e está avaliado em 8,8 bilhões de dólares.
Por enquanto satélites como o Kepler e o TESS só podem localizar os planetas e avaliar seus tamanhos. Com o James Webb será possível estudar as atmosferas desses planetas e verificar se contem os gases associados com a presença de vida. A pesquisa espacial é cara, mas busca responder perguntas que a humanidade faz há séculos. Estamos sós no Universo? A Terra é o único mundo entre bilhões onde existe vida? Hoje, na alvorada do terceiro milênio estamos mais perto do que nunca que encontrar as respostas.

JORGE LUIZ CALIFE | [email protected]

 

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1 comment

Anderson 9 de abril de 2018, 14:29h - 14:29

É muito excitante a confirmação de que outros planetas ao redor de estrelas distantes são muito comuns. Talvez o Sistema Solar – vários planetas orbitando uma estrela – seja a norma no universo, o quê tornaria o universo ainda mais interessante.

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