O eclipse da Superlua e o oceano de Encélado

by Diário do Vale

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Superlua: Astro pode ficar avermelhado (Foto: Divulgação)

Superlua: Astro pode ficar avermelhado (Foto: Divulgação)

Domingo, dia 27 de setembro, teremos mais um espetacular eclipse da Lua. O fenômeno vai começar por volta das 21h, quando a Lua começa a entrar na sombra da Terra. E só termina na madrugada de segunda-feira. Dependendo da poluição do ar, a Lua pode ficar vermelha ou amarelada, além de muito escura. Esse eclipse é especial porque ocorre durante a chamada “Superlua”, quando o nosso satélite se encontra mais perto do nosso planeta e a lua cheia aparece 14% maior e 30% mais brilhante.
O último eclipse de Superlua aconteceu em 1982 e o próximo só vai ocorrer em 2033. Portanto, aproveitem! A lua cheia do dia 27 é chamada de lua de colheita, porque ocorre perto do equinócio da primavera, quando os dias e as noites têm a mesma duração. Eclipses semelhantes ao da noite de domingo que vem aconteceram em 1910, em 1946 e em 1982. Assim o jeito é torcer para não chover neste domingo, para que possamos acompanhar esse espetáculo raro. A Lua encontra-se a uma distância de 384 mil quilômetros da Terra, e gira ao redor do nosso planeta em uma órbita elíptica. O apogeu é quando ela está mais distante de nós e o perigeu é quando está mais perto. A diferença é de 50 mil quilômetros e quando a lua cheia acontece no perigeu é chamada de “Superlua” por aparecer um pouco maior no céu. A olho nu quase não dá para notar a diferença. O que dá para ver é o eclipse escurecendo a superfície lunar. A cor avermelhada chamada de “lua de sangue” é o resultado da refração da luz do Sol pela atmosfera do nosso planeta.

Mais luas

A fase total do eclipse deve durar 57 minutos, com a totalidade por volta das 23h. Ou seja, durante quase uma hora a lua vai ficar eclipsada no céu.  Além da Terra, outros planetas também têm luas. Marte, por exemplo, que será visível perto de Vênus, um pouco antes do Sol nascer, tem duas pequenas luas, Fobos e Deimos. Já os planetas gigantes, como Júpiter e Saturno possuem dezenas de luas. Na semana passada os cientistas da agência espacial americana Nasa anunciaram a descoberta de um oceano na lua Encélado, do planeta Saturno.
Nas fotos tiradas pela sonda espacial Cassini, Encélado aparece coberta de gelo. Para descobrir a existência de um oceano global, por baixo do gelo, os cientistas mediram as oscilações que esta lua gelada sofre enquanto gira ao redor do mundo dos anéis, Saturno. Eles perceberam que o modo como Encélado balança em sua órbita só poderia ser explicado se houver uma camada profunda de água em estado líquido por baixo daquela calota de gelo.
Encélado é conhecida pelos seus gêiseres, vulcões que expelem plumas de vapor de água em torno do polo sul daquela lua. O vapor é atraído para os anéis de Saturno e forma nuvens de vapor de formas fantasmagóricas. A equipe da Nasa acreditava que o oceano de Encélado tinha a forma de uma lente e ocupava apenas a região em torno do polo sul. Depois que a sonda Cassini passou várias vezes bem perto de Encélado eles puderam fazer medições precisas de gravidade, concluindo que o oceano oculto pelo gelo é global.
A equipe estudou as fotos de Encélado tiradas durante sete anos, desde que a sonda começou a orbitar Saturno em 2004. Com essas fotos eles puderam mapear as posições de crateras e assim medir mudanças na rotação de Encélado com precisão extrema. Eles descobriram também que Encelado oscila a medida que orbita Saturno. Esta oscilação, chamada de libração, seria menor se o interior da lua fosse sólido. A libração maior indica que a casca externa de gelo não está conectada ao núcleo de Encélado.
O que mantém esse mar líquido ainda é um mistério. A equipe da Nasa acha que podem ser as forças de maré gravitacional produzidas por Saturno.

 

JORGE LUIZ CALIFE | [email protected]

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