O lado bom do ‘Fla-Flu’ eleitoral

by Paulo Moreira

 

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Decisivas: Eleições gerais vão mostrar qual projeto para o Brasil tem o apoio da maioria (Foto: Arquivo)

Decisivas: Eleições gerais vão mostrar qual projeto para o Brasil tem o apoio da maioria (Foto: Arquivo)

O hábito de prestar atenção em tudo o que se passa à minha volta – coisa que praticamente todo repórter desenvolve – me fez concluir que política, atualmente, se tornou um assunto tão comum nas conversas das pessoas como futebol, novela ou o Big Brother Brasil.
Na opinião deste colunista, isso está acontecendo porque as reviravoltas no cenário nacional estão afetando o cotidiano das pessoas, em casos como a reforma trabalhista e a possibilidade de reforma da previdência, além, é claro, da repercussão de acontecimentos como o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco e a prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Tudo isso, mais o fato de 2018 ser ano de eleições gerais – para deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente da República – está fazendo com que as pessoas fiquem mais curiosas e mais dispostas a falarem sobre política.
O lado bom disso é que estamos tomando consciência de que a participação política não se resume a votar em dia de eleição. Estamos nos acostumando a conversar sobre o assunto e a participar, como bem demonstram as manifestações – tanto de esquerda quando de direita – que estão se tornando cada vez mais comuns.
Com mais consciência política, talvez aqueles votos decididos na última hora pela mão de algum cabo eleitoral fazendo boca de urna (ilegal, por sinal) diminuam. Isso nos traria assembleias legislativas, Congresso Nacional e governos estaduais e federal que sejam uma expressão mais racional da vontade popular.
O farto noticiário político e a repercussão que ele está tendo, além da discussão permanente do assunto nas redes sociais, estão fazendo com que uma parcela maior da população pense no país que quer e em quem pode deixar o Brasil real mais parecido com aquele com o qual sonhamos.
Claro que, abertas as urnas e contados os votos, uma parcela da população vai ver que seu projeto de Brasil tinha menos adeptos que o de outras pessoas. Mas, pelo menos, o projeto de país que vai sair da eleição será aquele que a maioria decidiu ter – e desta vez terão pensado mais sobre o caso.

Depois da eleição

Como acabamos de dizer, em outubro um novo projeto para o Brasil vai surgir das urnas. Será aquele que conseguir os votos da maioria. Nesse momento, é hora de, mesmo que não estejamos do lado que teve mais votos, nos sentirmos todos vencedores. Houve debates, campanha e votação. Acabou e voltamos à vida normal.
É hora de ver qual a melhor forma de contribuir para que o país realmente melhore. Mesmo que essa forma seja ser um fiscal rigoroso, apontando cada falha que encontrar no governo.
O que não pode é torcer – ou, pior ainda, agir – contra o país. Isso seria mais ou menos como querer que o navio onde você está afunde porque você não gosta do capitão.

As ‘brigas por política’

Até algum tempo atrás, era muito comum ver amigos que deixavam de falar um com o outro por causa de uma zoação devido ao resultado de um jogo de futebol. Agora acontece a mesma coisa porque um é “coxinha” e o outro, “mortadela”.
Se formos além da defesa dos pontos de vista de cada um, perceberemos que, por baixo das opiniões opostas, está a mesma vontade: contribuir para que o país melhore.
Enquanto o debate se der com base em argumentos, ele será positivo, pois haverá intercâmbio de informações. Descambar para o xingamento só acaba com amizades.

O problema das Fake News

A polarização política tem o lado bom de fazer com que as pessoas percebam que, além de votarem certo, precisam debater política e acompanhar o desempenho dos eleitos de perto. O “lado negro da força” é o uso indiscriminado de notícias falsas (ou Fake News, para usar o termo em inglês).
Não existe uma tendência política mais correta nesse sentido. Direitistas e esquerdistas se valem com frequência de notícias completamente falsas ou da distorção de informações corretas para defenderem seus pontos de vista, confundindo a informação com a opinião.
E o problema maior é que tem gente ficando boa nisso, fazendo notícias falsas que se passam perfeitamente por informações confiáveis.
O Tribunal Superior Eleitoral decidiu que vai criar uma força-tarefa para combater esse fenômeno, inclusive determinando que as notícias falsas sejam retiradas de circulação. Tomara que dê certo.
E que se tenha bem claro a diferença entre opinião – que não admite juízo de valor no sentido de falsa ou verdadeira, apenas concordância ou discordância – e notícia. No segundo caso, se aconteceu, é verdade, se não aconteceu, é mentira. Simples assim.

PAULO MOREIRA | [email protected]

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21 comments

Gom 25 de abril de 2018, 11:52h - 11:52

Temos candidatos muito qualificados como o Paulo Rabello de Castro doutor em economia pela Universidade de Chicago, o Joaquim Barbosa mestre e doutor em Direito Público pela Universidade de Paris. O João Amoêdo formado em engenharia e administração de empresas. ..Só que historicamente o brasileiro só vota em tranqueira, político profissional, é volúvel e se deixa influenciar por pesquisas e se decide de forma passional sem analisar o currículo, o perfil e as propostas de todos candidatos.

gogo 25 de abril de 2018, 16:04h - 16:04

Como dizia Joazinho Trinta :Quem gosta de pobreza é intelectual, pobre gosta é de luxo……..

Ximbica 26 de abril de 2018, 20:32h - 20:32

Isto não quer dizer nada, o Temer tem uma boa formação acadêmica, mas a índole é de rato.

gogo 27 de abril de 2018, 10:52h - 10:52

FHC, Aécio, Collor, Rodrigo Maia………….

Alfinete 24 de abril de 2018, 19:07h - 19:07

O pleito será único já que teremos vários candidatos ao contrário das edições anteriores onde vimos uma repetição de coligações com ideologias distintas.
Ao mesmo tempo esta mais vivo na memória dos eleitores os candidatos e partidos com biografias envolvidas em escândalos (pt, psdb, bolsonaro, collor, pmdb) o que facilita o processo de busca de uma nova via.
Nada esta decidido. A justiça, os debates e as novas denúncias mudarão o curso da eleição.

Xerife 23 de abril de 2018, 09:05h - 09:05

O artigo chama para uma reflexão, uma tentativa de se unir o país, mas logo aparecem os comentários oportunistas e começam a puxar as brasas para a sua sardinha, sejam de esquerda ou de direita, Aécio dividiu o país ao não reconhecer sua derrota no pleito de 2014, derrota esta que com certeza se transformaria em vitória agora em 2018, caso ele tivesse reconhecido a derrota e partido para a oposição política, hoje Aécio está derrotado, não se elege nem para síndico do prédio em que mora, mas o país está rachado politicamente e penso que continuará assim por muitos anos ainda. Mas na verdade Aécio nos fez um grande favor, livrou nos dele próprio, por outro lado com a prisão do Lula o PT está perdido e sem caminho. O que será que mos aguarda? Que Deus nos livre do Bolsonaro, reparem que emevtem BOLSO até no nome.

Geninha 23 de abril de 2018, 23:45h - 23:45

Concordo plenamente c o senhor. O perigo q nos ronda são os falsos profetas q se aproveitarão da situação dessa, psuda divisão, para se promoverem como salvadores da pátria. E esse filme nós já vimos num passado nem tão longínquo assim.

Severino 22 de abril de 2018, 21:32h - 21:32

Não devemos REELEGER NINGUÉM, fazer uma ASSEPSIA nestes políticos atuais, do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, e do PHODER executivo. São políticos LADRÕES e que devem ser substituídos. Hoje mesmo li sobre a Presidente do Chile, que após 2 MANDATOS perdeu a eleição. Saiu do jeito que entrou em relação aos BENS, Um apartamento simples e uma Motocicleta, e aqui no Brasil é desnecessário qualquer comentário né ?

Papa 19 de abril de 2018, 09:57h - 09:57

Lula preso, Aécio afundando o PSDB, Alkmin dentro do mar de lama do RodoAnel e dos escandalos do metro, boconáro condenado por ofender uma mulher e sujo no STF com o grave processo de racismo…
O cenário caminha para o crescimento de outras candidaturas que surpreenderão o país durante os debates na TV.
Essa combinação de raposas desgastadas é terreno fértil para se repetir no âmbito nacional o que vimos em Volta Redonda onde o Samuca (completamente desconhecido, sem dinheiro e sem estrutura partidária) desbancou os dinossauros usando a melhor oratória e a esperança de mudança durante o debate na TV que não era nem para ele ter participado se não fosse a decisão judicial.

Pafunciio 19 de abril de 2018, 13:33h - 13:33

Esse é o perigo meu amigo. Os falsos profetas………

Xerife 23 de abril de 2018, 09:08h - 09:08

Perfeita colocação.

Xerife 23 de abril de 2018, 09:12h - 09:12

Perfeita colocação do papa.

guto 23 de abril de 2018, 10:23h - 10:23

Espero que se repita no Brasil o que ocorreu aqui em Volta Redonda, por isso vou votar no Senador Álvaro Dias (Podemos), que há mais de dez anos já denunciava a má gestão da Petrobrás, enquanto Ciro Gomes e Marina Silva batiam palminhas para a gestão petista!
Como diria o ex-Senador Mão Santa: “A ignorância é audaciosa!”….

Emília 23 de abril de 2018, 21:18h - 21:18

Podemos é o partido do Senador Romário , guto vc é uma piada, ctrl c ctrl v.

Geninha 23 de abril de 2018, 23:49h - 23:49

Emila: Vc ainda lê o q ele tecla ? Kkkkkkkk

--------- 19 de abril de 2018, 07:05h - 07:05

O cara,prega o chamado socialismo hipócrita,usa Iphone com capinha do Cheguevara anda com carrão de luxo com a foto do mesmo e por ai vai…

Ximbica 23 de abril de 2018, 09:18h - 09:18

Eu uso carrão de luxo comprado com o fruto do meu trabalho honesto, o que não me impede de ser contra a desigualdade social no meu país, sou a favor do bolsa família e do MCMV, o que é imoral sou eu andar de carrão importado e virar as costas para os meus irmãos mais necessitados.

Pafunciio 18 de abril de 2018, 16:21h - 16:21

Só mesmo essas mídias tupiniquins para tentar dividir o povo brasileiro em, brasileiro de “esquerda” ou de “direita,” como eles propagam, chega a ser risível. Esquerdista q anda de Louis Vuitton, e compra produto de origem duvidosa. Direitista q sonega impostos e tem gato na mansão. No Brasil não existe ideologia, reclamam, xingam, se estapeam, mas quando estão perto de levar vantagem, esquecem logo, logo a “ideologia”………..

guto 16 de abril de 2018, 11:59h - 11:59

Excelente matéria, pois nós vemos uma nova eleição e com ela a possibilidade de colocar no poder pessoas comprometidas com o bem público ou aqueles que usam a política para negociar com empresas privadas (OAS, Odebretch, Friboi, etc…) privilégios no trato com o orçamento público, gerando desvios de dinheiro público e enriquecendo à poucos privilegiados, enquanto a população é roubada e sofre muito com o desemprego gerado na má gestão de empresas públicas (Petrobrás, BB, Correios, etc…)!
É ignorância votar em pessoas e partidos políticos que levaram o Brasil para sua Maior Crise Econômica!
Como diria o ex-Senador Mão Santa: “A ignorância é audaciosa!”….

Fábio 15 de abril de 2018, 21:43h - 21:43

Excelente artigo.
Esse debate só se tornou possível graças ao ressurgimento da direita no país, direita essa que ainda é minoria absoluta nas universidades, colégios, redações de jornais e judiciário, mas deixou de ser invisível.

El Sábio 18 de abril de 2018, 09:51h - 09:51

Não acho que seja minoria, por todos os lugares que passo, vejo muitas pessoas com pensamentos de direita…acredito que o povo está se libertando dos ideais esquerdistas e voltando para a realidade.
Os países mais desenvolvidos e com uma política econômica mais sólida, não são de esquerda, termo que inclusive já está batido.

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