Os medos mais comuns

by Diário do Vale

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Alguns estudos mostram que sentimos dez vezes mais medo do que nossos pais. Certamente, o acesso rápido a muitas informações, notícias frequentes sobre violência, o estilo de vida corrido, o modo como estamos vivendo, contribuem para esse quadro. Existem alguns medos que são mais comuns nos dias de hoje, como o medo de perder as pessoas que ama, as pessoas também mostram muito medo de serem assassinadas, medo de desenvolver câncer, medo de perder o emprego e ficar sem dinheiro, de ser sequestrado, medo da solidão, de que algo ruim aconteça com os filhos, de fracassar na profissão, entre muitos outros.

Essa sociedade cada vez mais competitiva e individualista que estamos construindo, parece estar caminhando rumo a um abismo. A notícia boa é que construímos o futuro no presente, e no presente podemos fazer escolhas diferentes. Cada um de nós, através de nossa atitude pessoal pode mudar aos poucos nossa realidade. Particularmente, acredito muito no potencial dos seres humanos para realizar grandes feitos e de nossa inclinação para o bem em geral.

Vida social

Na vida social, por exemplo, alguns medos muito comuns são o medo de levar um pé na bunda, é isso mesmo, o ser humano tem medo de ser rejeitado, somos seres extremamente sociais e dependemos do grupo e da família. Precisamos pertencer e o problema nesse caso não é o medo em si e sim quando ele passa dos limites e impede a pessoa de se relacionar ou confiar em alguém. Sempre existe alguém em que podemos confiar. Acredite. Quando sentir medo de perder as pessoas que ama, apele a razão. Enumere os motivos que está levando você a pensar muito nisso. Se existir realmente um motivo, o medo será normal, porém, muitas pessoas pensam com frequência nisso e quando apelam a razão, reparam que seu ente querido não está passando realmente por nenhum problema de saúde e que não existe um motivo real para tal sentimento. É importante perceber que esse temor é inútil e que certas coisas fogem realmente do nosso controle e também não ajuda a proteger a pessoa que você ama.

O que você pode fazer nesse caso é viver da melhor maneira possível os momentos ao lado dessas pessoas, procurar aproveitar os momentos, dando e recebendo o máximo de amor e carinho que conseguir. Quando sentir medo da solidão, procure ficar um dia inteiro off-line, ficar consigo mesmo, quietinho e sem falar com ninguém, você perceberá que a solidão não é tão assustadora assim e pelo contrário, poderá perceber o quanto a solidão pode ser criativa e aconchegante. Em alguns casos mais graves, é importante procurar um psicólogo.

Quanto ao famoso pé na bunda, o que se tem a fazer é mudar o foco e ter consciência que esse é um tipo de medo que pode virar uma profecia autorrealizável, na medida em que se você pensa muito nisso, fica paranoico, não aproveita os momentos a dois que teriam que ser agradáveis e torna-se uma pessoa chata, afastando assim a pessoa que você mais ama e quer por perto. Ignore esse medo e aproveite ao máximo para ter alegria nos momentos que estão juntos.

Medo da violência

Já reparou que jornais estão cheios de notícias sobre violência? Lógico que sim, né? Isso você já sabe, mas o que você não deve saber é que esse tipo de notícia ativa a parte primitiva de nosso cérebro e tem um imenso poder para chamar nossa atenção, fazendo com o que o mundo nos parece muito pior do que realmente é. Em casos de medo excessivo, procure não ver televisão e se afastar um pouco de notícias ruins. Dê umas férias ao seu cérebro e suas emoções, procurando ver programas que despertem mais sentimentos positivos.

Medos comuns

Quanto ao medo de altura, insetos, lugares fechados e medo de dirigir, você pode procurar um psicólogo em que é muito comum se utilizar de uma técnica que se chama dessensibilização. É um trabalho que tem resultados incríveis.

O medo de adoecer e de sofrer são muito comuns também. Quanto ao medo de adoecer, a primeira coisa a se fazer é não acreditar em tudo que se lê na internet. Qualquer pessoa pode escrever o que quiser na internet e muitas informações não tem o menor fundamento. Uma simples dor de cabeça, se você pesquisar na internet, pode se tornar uma doença incurável quando na realidade é apenas estresse ou mal-estar. Tome cuidado com as informações que você consome.

É sempre melhor, caso você tenha uma alergia, alguma dor ou qualquer coisa diferente, procurar um médico especialista na área e jamais procurar na internet, ou perguntar ao famoso Doutor Google, não faça isso.

O medo de sofrer é muito normal do ser humano, mas quando você reparar que está intenso, diminuindo sua qualidade de vida e ocupando a maior parte de seu tempo é hora de procurar um psicólogo.

Você não está sozinho

Bem, existem como vimos alguns medos comuns e é importante ressaltar que todos nós em algum momento de nossas vidas, vamos sentir certos medos de maneira mais ou menos intensa. Também é importante saber que você não está sozinho e que na verdade, estamos todos no mesmo barco, que podemos fazer escolhas e construir nosso futuro a partir do presente, mas que simplesmente, algumas coisas fogem do nosso controle. Por outro lado, vale lembrar que tudo aquilo que foge do nosso controle, não foge de nossa fé.

Por Aline Stteel – Psicóloga Clínica, Coach e orientadora vocacional.

Aline Stteel/ [email protected]

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3 comments

Priscila 14 de maio de 2015, 08:53h - 08:53

Preciso da técnica de dessensibilização! Uso a CNH como documento de identificação.

Monsieur 12 de maio de 2015, 22:23h - 22:23

Muito bom! Uma análise profunda, e uma viagem, ao interior da psique humana!

Sandra Marisa 8 de maio de 2015, 10:34h - 10:34

Bom dia, Doutora! Adorei a materia.

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