Pauta-bomba do Cunha

by Diário do Vale

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Já tivemos, nos tempos da ditadura, as cartas-bombas e uma delas, endereçada a OAB, matou Lyda Monteiro da Silva, 43 anos, funcionária da instituição, no momento em que foi abri-la.
Os tempos passam. A memória deste ataque do terrorismo do Estado ficou nas mentes de quem pensa em uma sociedade mais justa.
Esse caso específico da secretária da OAB marcou uma época em que as cartas bomba estiveram em voga.
O tempo jamais apagará da memória daqueles que com ela conviveram. Seus entes queridos sofrem até hoje, e para sempre, sua perda. O mundo democrático não esquece este triste episódio.
O mundo está prenhe de bombas. Não só as convencionais, as dos canhões, dos aviões. Essas que acabam com bairros, cidades inteiras, milhares de vidas, às centenas, de uma só vez.
Homens-bomba, mulheres-bomba, crianças-bomba têm sido a resposta. Normalmente são utilizadas pelos que se sentem tolhidos em seus direitos mínimos, como suas terras, sua nação, a vida de seus entes queridos.
Aqueles que perderam familiares, suas casas doam seus corpos para serem explodidos com o alvo definido.
Às vezes, sem esse alvo definido. Inocentes sofrem.
No Brasil, essa prática não vem sido difundida. Ainda bem. Os tempos de ditadura já se foram. Ainda bem outra vez.
Porém, outras ameaças estão entrando na ordem do dia da política brasileira.
Desde que o Presidente da Câmara Eduardo Cunha saiu do armário se postando, de fato, como oposição, a sociedade brasileira vem sendo ameaçada, claramente ameaçada, com a sede de uma vingança por conta de ele ter sido citado no lance da delação premiada. A propina que ele teria recebido, uma bagatela de 5 milhões de dólares.
Toda a semana ele vem com uma ameaça. Desta vez, contra todos os brasileiros.
A ameaça é a pauta-bomba que ele faz questão de anunciar a quatro ventos e que explodirá sobre nossas cabeças.
Estamos prestes a sofrer com as bombas do  Cunha. Ele ameaça e gosta de cumprir suas promessas.
Já imaginaram se a bomba do Rio Centro do início da década de 80, na pauta da chamada Linha Dura dos militares, tivesse explodido como essa facção dos militares pretendia?

 

Nelson Rodrigues Filho | [email protected]

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