As viagens supersônicas podem voltar mais cedo do que se imagina. Uma nova empresa, a Boom Technologies, fundada em 2014, está construindo um avião comercial supersônico que pode começar a voar em 2020. O novo avião será menor do que o Concorde, que voou no século passado, e poderá levar apenas 40 passageiros contra os 120 do Concorde. Mas será um pouco mais rápido, voando a Mach 2,2 (2.335 quilômetros horários), enquanto o Concorde voava a Mach 2.
A empresa Virgin Galactic, do empresário Richard Branson, já demonstrou interesse pelo projeto. Branson pretendia inaugurar o serviço de voos turísticos ao espaço no ano passado. Mas a nave suborbital Spacechip 2 sofreu um acidente e o projeto foi adiado. Com o Boom Supersonic ele pretende retomar um mercado estimado em 200 milhões de dólares formado por executivos e celebridades que querem chegar mais rápido aos seus destinos aqui na Terra.
Até hoje o único avião comercial supersônico bem sucedido foi o Concorde, construído na década de 1960 por um consórcio franco-britânico.
Devido ao alto custo de operação apenas duas linhas aéreas estatais, a Air France e a British Airways, adotaram o transporte supersônico. O Concorde fez viagens regulares da Europa para os Estados Unidos e para a América do Sul entre os anos de 1976 e 2003. Mas a frota foi aposentada depois de um acidente fatal em Paris no ano de 2001. Projetos semelhantes, bancados pelos governos dos Estados Unidos e da União Soviética fracassaram.
A agência espacial americana Nasa vem fazendo estudos para um novo transporte supersônico há décadas. Em 1990 a fábrica russa Sukhoy apresentou o projeto de um jato executivo supersônico, mas com o fim da União Soviética o Sukhoy-Gulfstream S-21 não passou de uma maquete.
Agora, a empresa fundada pelo empresário Blake Scholl promete desenvolver seu jato de pequeno porte nos próximos três anos. Primeiro será construído o BabyBoom, um pequeno avião para testar a tecnologia, e a partir dele o modelo maior, para 40 passageiros, será construído. A ideia é fazer um avião só de primeira classe e que poderá voar a uma velocidade duas vezes e meia maior do que a dos jatos subsônicos atuais. O site da empresa, na internet, está cheio de gráficos mostrando as vantagens de voar mais rápido para homens de negócios apressados.
Por exemplo, um voo Nova Iorque-Londres, que leva sete horas atualmente, será reduzido para 3 horas e 15 minutos. Com isso um executivo poderá sair de Nova Iorque pela manhã, chegar em Londres antes da hora do almoço e estar em casa com a mulher e os filhos as seis horas da tarde. Já um voo de San Francisco para Tóquio, cruzando o oceano Pacífico, durará apenas 6 horas e 45 minutos. Enquanto o C oncorde era um quadrimotor, ou seja, tinha quatro turbinas, o supersônico da Boom é um tri reator, com dois motores sobre as asas e um na cauda.
No século passado a maioria dos especialistas em aeronáutica apostava que o futuro da aviação comercial se encontrava nos aviões supersônicos. Mas o Concorde mostrou que esse futuro esbarrava em vários obstáculos.
Um deles é o alto consumo de combustível necessário para o voo em velocidades maiores que a do som. Outro é o estrondo sônico que esses aviões fazem ao “romper a barreira do som”. Esse ruído obrigou o Concorde a voar apenas sobre o oceano reduzindo para velocidade subsônica quando sobrevoava o continente. A Boom Technologies espera resolver esse problema com novos motores mais econômicos e um novo desenho, que tornará seu avião mais silencioso e econômico.
JORGE LUIZ CALIFE | [email protected]
6 Comentários
gênios se escreve com G não com J
Discordo, aqui no Brasil é jênio mesmo, a estes que me referi em meu comentário. Gênio por aqui é muito difícil de encontrar.
O Artigo tá bom, mas só falta corrigir: Concorde era um quadrimotor, ou seja, tinha quatro turbinas,
Concorde era quadrimotor, tinha 4 motores. Turbina é uma parte de um motor turbofan.
Que a empresa Boom Technologies tenha sucesso nessa empreitada e um dia tenhamos, quem sabe, vôos supersônicos a preços populares. É muito interessante acompanhar o desenvolvimento tecnológico em economias mais livres, onde empresas pequenas surgem no mercado e criam inovações que revolucionam o mundo. Pena que aqui no Brasil isso não é possível, já que nossos jênios ainda acreditam que o governo deve intervir em cada aspecto da economia para “proteger a concorrência” e obtendo como resultado o monopólio dos amigos do rei e a corrupção.
Amigo,a economia aqui é livre, talvez hoje tenhamos menos proteção da economia do que os EUA que estão sempre protegendo sua economia, ocorre que aqui os empresários querem investir pouco e ganhar muito, e para desenvolver um projeto como este é necessário investir muito e isto nosso empresário não quer, o empresário acima é britânico , só fiz referência aos EUA porque é país de ponta e protege sim seu mercado em segmentos que não tem competitividade..
Discordo completamente. Somos o 123º colocado no índice de liberdade econômica da Heritage Foundation e o 124º no índice Doing Business, do Banco Mundial. Pergunte a um empreendedor aqui do Brasil e ele vai contar o inferno que é abrir e manter uma empresa no Brasil; a burocracia infernal e os impostos extorsivos.
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