Telescópio no Chile fotografa exoplaneta semelhante a Júpiter

by Diário do Vale

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Novo: O planeta é a bolha laranja com a letra b (Foto: Divulgação)

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Pequeno: O buraco negro fica na galáxia anã (Foto: Divulgação)

Pequeno: O buraco negro fica na galáxia anã (Foto: Divulgação)

Na semana passada as madrugadas foram iluminadas pela grande chuva de meteoros dos Perseidas, para alegria dos astrônomos amadores. Enquanto isso os profissionais comemoravam duas novas descobertas. A equipe da universidade de Stanford, nos EUA, usou o telescópio Gemini, instalado no Chile, para fotografar um planeta do tamanho de Júpiter, na órbita da estrela 51 Eridani, a 96 anos-luz da Terra. E uma estudante americana descobriu um “pequeno” buraco negro monstro no centro da galáxia anã RGG 118.
Planetas orbitando estrelas distantes e buracos negros não são novidade. A novidade no caso é o tamanho e o modo de detecção dos objetos. Nos últimos 20 anos os astrônomos confirmaram a existência de 1800 planetas orbitando outros sóis além do nosso. A maioria é formada por mundos gasosos, como Júpiter e Saturno. Outros são planetas de rocha e metal como a Terra. E pelo menos dois se encontram dentro da faixa que permite a existência de água líquida e vida como a conhecemos.
Só o telescópio Kepler, da agência espacial americana Nasa, já encontrou mil planetas. Todavia, esses mundos estão muito distantes para serem vistos pelo telescópio espacial. Para detectá-los o telescópio mede a redução na luz das estrelas quando o planeta oculto passa diante delas. É o que poderíamos chamar de método da detecção por eclipse. Já o telescópio Gemini, no Chile, consegue ver o brilho do planeta e registrá-lo. “Kepler vê a sombra do planeta, nós conseguimos a imagem”, comentou o astrofísico Bruce Macintosh, de Stanford.
O novo planeta é um jovem Júpiter, com uma atmosfera de metano e uma temperatura de 600 graus centígrados. O sistema estelar de 51 Eridani é muito jovem e se formou há apenas 20 milhões de anos, 40 milhões de anos depois da extinção dos dinossauros, aqui na Terra. É por isso que seus mundos ainda estão muito quentes e em estágio de resfriamento. Por comparação, Júpiter, o maior planeta gasoso do nosso sistema solar, tem nuvens geladas com uma temperatura média de 145 graus negativos. Nosso sistema solar se formou há 4,6 bilhões de anos.
Já o “pequeno” buraco negro monstro foi encontrado pela Vivienne Baldassare, uma estudante de doutorado da Universidade de Michigan. Ela também usou um telescópio instalado nos Andes chilenos, o Clay. A região dos desertos que cercam as montanhas do Chile tem o céu mais límpido e estrelado do mundo. Lá raramente chove, não há nuvens e nem poeira para perturbar a imagem das estrelas. É por isso que as grandes universidades americanas e europeias têm grandes telescópios instalados naquela região.

Buracos

Os buracos negros são astros super densos, com uma gravidade tão intensa que nem a luz consegue escapar deles. Geralmente são de dois tipos, os buracos negros estelares, com a massa de alguns sóis, e os buracos negros gigantes, os monstros, com a massa de mais de um milhão de sóis. Eles ficam situados no centro de galáxias distantes. O buraco descoberto semana passada tem uma massa de 50 mil sóis, o que é pouco para um astro desse tipo. Ele fica na galáxia anã RGG 118 que tem menos estrelas do que uma galáxia normal, o que talvez explique a sua pequena massa.
Para encontrá-lo a equipe liderada pela Vivienne Baldassare usou o telescópio Clay, de seis metros de abertura, para determinar a velocidade dos gases girante em torno do centro da galáxia. A RGG 118 fica a 340 milhões de anos luz da Terra e foi localizada pelo Levantamento Digital Sloan do céu.
No filme “Interestelar” os tripulantes da nave Endurance usam um buraco negro desse tipo para acelerar sua espaçonave. A ideia é viável, porque buracos negros gigantes não têm marés gravitacionais destruidoras. Todavia, na vida real, ainda não temos o conhecimento para construir naves capazes de ir a galáxias e estrelas distante. Um dia, talvez tenhamos.

Jorge Luiz Calife | [email protected]

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