Crise econômica afeta mercado de casamentos

by Diário do Vale
casamento

Na ponta do lápis: Muitos noivos estão fazendo as contas e optando por cerimônias mais simples (Foto: Divulgação)

Barra Mansa – Que toda noiva fica a beira de um ataque de nervos, nos meses que antecipam a festa do tão sonhado casamento, todo mundo está cansado de saber. Mas em tempos de crise econômica, perda de capacidade de compra e consumo, somadas ao desemprego, a situação tem se tornado um drama muito maior. Diante do cenário financeiro que afeta todas as famílias, muitos casais estão sendo obrigados a usar a criatividade para driblar a crise e conseguir realizar a cerimônia que sempre sonhou.
Como em muitos casos a maioria dos casais começa a se organizar para a festa de casamento com até um ano de antecedência, investir em pesquisas de preços, orçamentos, enxugar a lista de convidados e, até mesmo produzir alguns artigos, como, por exemplo, as lembrancinhas do evento, está sendo a saída encontrada pelos casais. É o caso da atendente Franciele Guimarães, de 27 anos e do expeditor Daniel Teodoro, de 27 anos. Eles, que se casam em janeiro de 2016, tiveram que abrir mão de muitas coisas que haviam planejado em função da crise econômica.
– Nós tivemos que pesquisar muito e optar pelos artigos mais baratos. Queríamos encomendar ou comprar tudo já pronto, mas resolvemos produzir algumas coisas como, a lembrancinha, que estamos confeccionando. Essa crise nos pegou de surpresa no ano do casamento e, infelizmente, tudo está muito caro. Nossa intenção era fazer uma festa para 500 convidados e já tivemos que reduzir esse número pra trezentos – detalhou a noiva.
Morando juntos há dez anos, o casal Luciana Rocha, de 31 anos e Carlos Antônio da Silva Júnior, de 32 anos, escolheram 2015 para oficializaram a união com um evento religioso e uma comemoração entre amigos e familiares. De acordo com eles, que já possuem as despesas da casa e do filho, de 10 anos, reduzir o número de convidados e cortar itens na decoração foi essencial para chegarem a uma economia de cerca de 25% sobre o total gasto com a cerimônia. Eles se casam em dezembro.
– Priorizamos somente os familiares e amigos mais próximos. Pesquisamos muitos buffets e vimos que, se não tomássemos essa medida, não teríamos condições de realizar o nosso sonho. Reduzimos os convidados em 50%  porque só temos condições de fazer uma festa para 150 pessoas. Também tivemos que cortar a mesa de drinks. Outro item que pesquisamos muito para conseguir o melhor preço foi o ensaio fotográfico e a filmagem do casamento. Tínhamos muitas ideias para a nossa festa, mas com essa crise foi impossível colocar tudo em prática – salientou Luciana.

Casamento adiado

Há cerca de um ano, no dia 22 de novembro de 2014, a agente de saúde Erica Afonso dos Reis, de 27 anos, foi a contemplada com o buquê jogado durante o casamento de uma amiga e, naquele momento, decretou: se casaria em dezembro de 2015 com o noivo, o segurança Adilson Leandro dos Santos, de 35. Mas, passados os primeiros meses desse ano e diante da crise econômica que afetou tantas famílias, o sonho de subir até o altar teve que ser adiado. Como ela e o noivo estão em fase final da construção do imóvel, Erica disse que foi impossível conciliar os gastos.
– Peguei o buquê em novembro e a expectativa era casar em dezembro desse ano. Assim teríamos um ano para nos programar. Mas, infelizmente, as coisas não saíram como programamos. Tudo está muito caro, não conseguimos concluir a obra da casa e, por isso, adiamos o casamento. Nós até chegamos a pesquisar algumas coisas como, por exemplo, buffets, mas vimos o quanto ia pesar no nosso bolso e desistimos. Foi a decisão mais sensata, pois meu noivo ficou cinco meses desempregado e, só agora conseguiu voltar ao mercado de trabalho. Temos consciência de que essa crise ainda vai demorar a passar, por isso vamos priorizar o término da casa para depois pensarmos no nosso grande dia – disse a agente.

Acompanhamento profissional

Sócia na empresa de cerimonial Amiga da Noiva, a cerimonialista Caroline Honostório chama atenção para um fator importante na vida de casais que pretendem organizar ou estão organizando uma festa de casamento: o acompanhamento de um profissional especializado nesse segmento. De acordo com ela, diferente do que muitos pensam, o cerimonialista é essencial para ajudar os noivos a escolherem um Buffet com preços que caibam nos seus bolsos e que seja de uma empresa idônea, sem ter o risco de colocarem a perder o investimento que pretendem fazer.
– Muitas noivas caem na armadilha de pensar que o cerimonial é algo que qualquer pessoas pode fazer, até mesmo um amigo ou alguém da família, o que não é verdade. Temos o costume de dizer que o casamento é como uma orquestra, e uma orquestra precisa ter um maestro. Hoje a crise é uma realidade e não seria diferente no mundo dos sonhos, que é a realização de um casamento. Os noivos precisam de alguém para ser seus olhos no dia a dia, para sanar qualquer problema que possa existir nos bastidores e para orientar que é preciso ter foco, fazer muitas pesquisas e ter sempre uma referência do fornecedor, para que o barato não saia caro –
Como dica para as noivas, a cerimonialista ressalta que, embora seja uma tarefa difícil, abrir mão de algumas coisas é o mais sensato nesse momento de dificuldades financeiras. Outra opção, como muitos casais já vêm fazendo, é diminuir a lista de convidados e evita presentes para convidados especiais como mães, pais, padrinhos, madrinhas e damas.
– Aconselhamos nossas noivas a tirarem sempre o supérfluo. Nossa dica é que façam a opção de presentear as pessoas sempre com algo útil, que caiba no bolso e que sirva e agrade todos os convidados – finalizou a cerimonialista.
Por Roze Martins
(Especial para o DIÁRIO DO VALE)

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9 comments

ZÉ DEND`ÁGUA 24 de outubro de 2015, 21:23h - 21:23

E muitos estão tendo o amargo sabor de ver suas festas desaparecem com buffets quebrando e donos desonestos. A festa de hoje é paga com dinheiro de quem ainda vai realizar… Se param as contratações a fonte seca. Agora só na próxima década teremos o brasileiro esbanjador de volta. Ainda bem que eu sei a hora de ser cigarra, nunca mais do que formiga.

Caroline Honostorio Cerimonialista 26 de outubro de 2015, 12:37h - 12:37

Por isso que ressaltamos sempre a questão de procurar referências!

Paulo 24 de outubro de 2015, 17:18h - 17:18

Cerimonialista é muito importante. Mas é preciso contratar uma pessoa profissional, ética e honesta. Pois, o que na verdade acontece em alguns casos, é a cerimonialista indicar os profissionais que elas tem parcerias e ainda lucrar (e alto) com essas indicações (pois o profissional depois repassa um valor adicional pra ela), o que é muito injusto, já que elas já são pagas para buscarem os profissionais com o melhor custo-benefício e não ficar lucrando ilicitamente nas costas de noivas, debutantes e etc.

Caroline Honostorio Cerimonialista 26 de outubro de 2015, 12:35h - 12:35

Concordo com você Paulo! Já fomos sondadas várias vezes para fazer esse tipo de trabalho e a resposta sempre será a mesma, não! A minha indicação sempre será pontuada em qualidade e honestidade, pois o meu nome é muito mais valioso que qualquer comissão oferecida.

Realista 24 de outubro de 2015, 11:33h - 11:33

Crise econômica com inflação e desemprego em um dígito é de rir! Crise de verdade foi o que passamos na era FHC, além de econômica era politica e moral. Os ratos detinham o poder, os mesmos que agora apoiam Eduardo Cunha.

Joao 24 de outubro de 2015, 22:14h - 22:14

Amigo, se lembra em quantos porcento estava a inflação ao ano quando FHC assumiu? E em quanto ele deixou quando saiu? Ele colocou ordem na casa, estabeleceu políticas fiscais que o PT jamais teria capacidade de fazer por ir contra totalmente a ideologia deles à época.
Tenho nuita coisa contra FHC, mas nem tente comparar Lula Dilma com ele. FHC sim é um esquerdista que gez bem ao Brasil.

ÊTA POVINHO 24 de outubro de 2015, 10:28h - 10:28

Crise econômica provocada pela defensora das bandeiras vermelhas comunistas a partir de 2012 forçando a baixa da SELIC em plena crise mundial (iniciada pelos americanos, diga-se de passagem) num momento que ela devia ELEVAR ÀS NUVENS OS JUROS para evitar endividar o POVINHO na época e agora poderem gastar movimentando a economia.

Fora comunistas! Vão para outros países de bandeiras vermelhas e nos esqueçam.

Aqui a nossa bandeira é VERDE E AMARELA.

fernando 24 de outubro de 2015, 20:47h - 20:47

Se fizesse isso, a crise tinha chegado antes.

ÊTA POVINHO 25 de outubro de 2015, 10:08h - 10:08

Caro fernando, em macroeconomia precisa-se ter visão de 2 a 3 anos à frente, pois qualquer mudança agora, as consequências aparecerão bem depois.

No caso da presidenta ter metido o nariz em 2012 no belo trabalho do Tombine – presidente do Banco Central – na época, as consequências apareceram no início de 2014, mas como era ano eleitoral, não foi mostrado ao POVINHO que não olhou o termômetro de qualquer economia de qualquer país que é a http://pregao-online.bmfbovespa.com.br/

Na bmfbovespa, sim, a crise aparece de imediato. Só não vê quem não olha lá.

Fica a dica: quando a bovespa mostrar recuperação é que vamos sair da crise econômica e talvez da crise política.

Ah, e vamos torcer muito para os petistas comunistas retirarem a CPMF, pois com a D.R.U. nunca mais fecharão a torneira da Previdência Social, consequentemente dos direitos dos aposentados e pensionistas.

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