Terapia de reversão sexual não existe, diz psicólogo

by Diário do Vale

Volta Redonda – O assunto que tomou conta das redes sociais nesta semana foi sobre a liminar da Justiça do Distrito Federal que permite que psicólogos possam tratar a homossexualidade como doença fazendo terapias de “reversão sexual”. A decisão foi proferida pelo juiz federal, Waldemar Cláudio de Carvalho, trazendo a tona a polêmica da “cura gay”.

O psicólogo Tiago da Silva Cabral, de Barra Mansa, em entrevista ao DIÁRIO DO VALE, afirmou que a terapia de reversão sexual não existe e não há nenhum método que possa reverter a sexualidade de alguém. Ele destacou que o profissional que oferece esse tipo de tratamento geralmente está associado a entidades religiosas.

Na visão do psicólogo, a classificação da homossexualidade como doença piora o contexto sociocultural do grupo LGBT trazendo um rótulo negativo.

– Não existe terapia de reversão sexual, nem método de qualquer tipo que reverta com sucesso a sexualidade de alguém. Esse é um dos principais motivos de ser proibido. O profissional que oferece esse tipo de tratamento está vendendo uma coisa que não pode entregar. No passado existiam técnicas que usavam até hormônios e intervenções cirúrgicas que mesmo assim não tinham sucesso é só faziam causar sofrimento a quem era submetido a elas. Simplesmente não funciona.  Além disso, classificar o comportamento homo afetivo como doença só piora o contexto sociocultural no qual a pessoa homo afetiva está inserida, pois traz um rótulo negativo. Os psicólogos que querem oferecer esse tratamento estão associados a entidades religiosas. O psicólogo não é proibido de ter religião. Ele só não pode misturar sua prática com ela. A psicologia se vale de técnicas científicas para atuar e a ciência diz que reversão sexual não existe – declarou.

Tiago Cabral explicou que a psicologia encara a homossexualidade como comportamento natural, não sendo exclusivo dos seres humanos, no reino animal, também há relacionamentos homo afetivo. O psicólogo destacou ainda que a predisposição genética deste comportamento ainda está sendo estudada pela ciência.

– A psicologia usa o ponto de vista científico para encarar a homossexualidade, e a ciência diz que este é comportamento natural, ou seja, acontece não só com o ser humano. Sobre a questão de ter predisposição genética isso ainda está sendo estudado, mas há fortes indícios disso, mas não foi feita a descoberta de um “gene” da homossexualidade ou coisa do tipo, mas já é fato de que é algo inato. Temos comportamentos homo afetivos na natureza, entre os animais. Em muitos mamíferos, por exemplo. Além disso, existem animais que chegam a trocar de sexo quando há um desequilíbrio no ambiente em que eles estão inseridos – citou.

Para Tiago Cabral todos nós passamos por um processo de descoberta da sexualidade em si.

– Não estou dizendo que você passa por um processo de “descobrir se é homem ou mulher”, mas sim por um processo de autoconhecimento que faz parte do desenvolvimento humano. Aprendemos a nos comunicar, nos relacionar e também descobrimos a sexualidade em si, descobrimos o contato com o outro – disse, acrescentando que o processo de assumir a homossexualidade é algo muito difícil e muitos relutam, pois existe discriminação e preconceito.

– É nesse momento que muitas vezes “aparece” essa questão da homo afetividade ou a questão de gênero. Muitas vezes quando a pessoa tem essa característica a gente tem a impressão de que a pessoa “se descobriu homossexual, ou transgênero”, mas o que acontece é que as pessoas relutam em se aceitar dessa forma porque há muita pressão social. Muitas vezes essas pessoas tentam reprimir esses sentimentos, chegam a fazer isso por anos e até mesmo a tentar relacionamentos tradicionais sem sucesso. Mas isso não significa que elas “se tornaram homossexuais”, na grande maioria das vezes sempre foram, o processo de “assumir” isso pra sociedade é que demora porque é algo doloroso e difícil porque não há aceitação.

Movimento ‘VR Sem Homobofia’ critica teor da liminar

O movimento Volta Redonda Sem Homofobia se pronunciou sobre a liminar. Em nota, o coordenador Natã Teixeira Amorim, repudiou a decisão e classificou como retrógrada.

“Em 1990 vivemos um grande avanço quando a homossexualidade deixou de ser considerada doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Essa liminar mostra o retrocesso nas políticas LGBTs e uma violação dos direitos humanos, sendo que não tem qualquer embasamento científico. Nos LGBTs repudiamos essa limitar e resistiremos, o Brasil é campeão de violência a pessoas LGBTs e não aceitaremos que a psicologia possa implementar mais violência e mais sofrimentos a essa população que se encontra em vulnerabilidade e privação de direitos.”, finalizou a nota.

O professor de ciências sociais da PUC-Campinas, Vitor Barletta Machado, comentou que a decisão representa ameaça de retrocesso ao grupo LGBT podendo agravar a situação psicológica de homossexuais que já passaram por terapias de reorientação sexual.

– Para a causa LGBT a decisão representa a ameaça de um enorme retrocesso. Se já existe a pressão do preconceito e da violência produzindo estresse e depressão em tantos LGBTs a dimensão disto associada ao discurso de que se trata de uma “doença”, de algo que pode ser “curado”, é difícil e assustador de se dimensionar. São tantos os relatos de indivíduos que passaram por tais “terapias” de cura sem nenhum sucesso, havendo inclusive uma piora acentuada do quadro depressivo com casos extremos de suicídio, que fica evidente que tal decisão jamais deveria ter sido tomada em caráter liminar – disse, acrescentando que “A decisão do tal juiz de Brasília não fala nada sobre a “cura gay”. O que ele fala? Que a resolução 01/99 do Conselho Federal de Psicologia-CFP seria uma forma de censura à pesquisa científica sobre sexualidade. Portanto a punição da tal psicóloga por oferecer tratamento de reorientação de sexualidade pelo Conselho seria ilegal e o juiz concedeu liminar determinando que o CFP não interprete a resolução para “impedir os psicólogos de promoverem estudos ou atendimento profissional, de forma reservada, pertinente à (re)orientação sexual”. Ou seja, não suspendeu a resolução, mas a tornou inútil. Os autores da ação podem então voltar a trabalhar e oferecer a terapia de reorientação sexual, vulgo “cura gay”, finalizou.

Petição pública é criada e famosos se manifestam

Uma petição pública online foi criada e até o fechamento desta edição contava com 213.641 assinaturas. O abaixo assinado foi criado como repúdio à decisão da Justiça Federal que busca regularizar o uso de terapias de “reversão sexual”. Na internet famosos também se pronunciaram sobre o assunto. A cantora e drag queen, Pabllo Vittar, escreveu no seu perfil em uma rede social “Não somos doentes. o preconceito não vai vencer”.

Já a jornalista Fernanda Gentil publicou uma foto, com um termômetro na boca, em uma rede social com a seguinte legenda: “Tentando me curar dessa doença, mas tá difícil… Ô @paulogustavo31, obteve sucesso aí??? #algumadica?”

o comediante e ator Paulo Gustavo expôs um vídeo ironizando a decisão: “Estou catando tudo que é remédio para poder tentar melhorar da homossexualidade, mas não estou conseguindo. Estou viada há muito tempo, difícil sair da crise”.

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21 comments

a cidade é nossa 25 de setembro de 2017, 07:02h - 07:02

interessante é ver como o povo acredita em tudo o que ouve sem ao menos tentar compreender o que diz a liminar do juiz, kkkkkkkkk, me divirto muito com esses orelhudos e os comentários destes kkkkkk

Cientista 24 de setembro de 2017, 11:57h - 11:57

Há sim pesquisas científicas apontando o uso da substância BISFENOL A como causa real do aumento de casos de homossexualidade. Tal substância é encontrada em plásticos usados em freezers e microondas, sendo ela responsável pela dureza/rigidez existentes nesses plásticos em específico.

Liberdade e propriedade 24 de setembro de 2017, 11:39h - 11:39

Não se pode procurar um médico para mudar a mente, mas pode procurar para invasivamente mudar o corpo? Reversão do corpo é que não existe.

Feliciano Bolsonaro 24 de setembro de 2017, 11:21h - 11:21

namoral cura gay, é na porrada vlw

Sandra1 24 de setembro de 2017, 09:26h - 09:26

Mais uma palhaçada para tirar o foco das pessoas do que realmente precisa ser visto e questionado num país governado por bandidos. Será que Dr Drauzio Varella está com razão em nos mandar procurar um psiquiatra?

Anita do Pagode 24 de setembro de 2017, 08:45h - 08:45

Oq mais se vê por aí é ex-hetero.

Jogo duro 24 de setembro de 2017, 07:24h - 07:24

Tem uma simpatia, para todos homem é mulheres , começar a caminhar cedo 10 k por dia se não melhorar , em um mês , vai emagrecer e ficar com as penas firmes e bonitas .

Laticinieae 24 de setembro de 2017, 06:23h - 06:23

NASCEU COM PENIS VAI MORRER COM PENIS! NASCEU COM VAGINA VAI MORRER COM ELA! PORQUE EU VOU AO PSICOLOGO PARA CHAMAR MARIA DE JOÃO E JOÃO DE MARIA!

observador2 24 de setembro de 2017, 00:35h - 00:35

PESSOAL VOCÊS NÃO PARAM PARA PENSAR???????

É MUITO SIMPLES PROVAR QUE ESSE GRUPO TEM DOENÇA!!!!!!

A PRÓPRIA PSICOLOGIA QUE ELES ACREDITAM AFIRMAM QUE O INDIVIDUO ELE NÃO É UM SER DETERMINADO, OU SEJA ELE É INDETERMINADO (O SUJEITO É UM SUJEITO VIR A SER:)

POIS BEM, SE ELES JUNTO COM A CIÊNCIA PROVAREM QUE DOIS INDIVÍDUOS DO MESMO SEXO (HOMEM X HOMEM OU MULHER X MULHER ) CONSEGUIREM PROCRIAR, NÃO SÓ EU COMO TODA ESPECIE HUMANA IREMOS ACEITAR TODA ARGUMENTAÇÃO DEPOIS,
MAS COMO ISSO NUNCA VAI ACONTECER PORQUE SABEMOS QUE ISSO É IMPOSSÍVEL NA CIÊNCIA HUMANA, PARTIMOS ENTÃO PARA UM RACIOCÍNIO LÓGICO:
1° O INDIVIDUO QUE TEM SEU COMPORTAMENTO CONTRÁRIO DE SUA ESPÉCIE DIZ-SE A CIÊNCIA QUE ESTE ESTÁ COM DISTURBIUOS
2° O INDIVIDUO QUE NÃO CONSEGUE PROCRIAR ESTÁ COM DISTÚRBIO SEJA HORMONAL OU ATÉ MESMO ESTERIL
3° A CIÊNCIA AFIRMA QUE SOMOS CONDICIONANTES AO ESTADO E AMBIENTE EM QUE NOS RELACIONAMOS, (OU SEJA SE NÃO É VIOLENTO PODEMOS NOS TORNAR PARA DEFESA)

4° TOMEM VERGONHA NA CARA E VÃO SE TRATAR PORQUE O PROBLEMA É SÉRIO DEMAIS,
NÃO VOU NEM ENTRAR EM OUTROS CONTEXTOS PARA NÃO PERDE TEMPO,
TENHO CONVICÇÃO E O MELHOR É FALAR SÓ SOBRE CIÊNCIA PORQUE FICA MAIS CLARO E EVIDENTE E NÃO TEM COMO REFUTAR
ABRAÇOS E BEIJIM NO OMBRO!!!!!!!!

Sandra1 24 de setembro de 2017, 09:10h - 09:10

Talvez eles existam exatamente para CRIAR a procriação que os héteros jogam no lixo, na rua em caixas de sapatos, etc.

Sei... 24 de setembro de 2017, 13:21h - 13:21

Quem te enganou que as pessoas fazem sexo só para procriar?

VAI VENDO 24 de setembro de 2017, 00:08h - 00:08

Eu queria entender essa agitação toda por um assunto de interesse particular. Os ativistas querem impor às sociedade o que é correto para eles. Se eles acham que casamento hétero é loucura então não cabe aos héteros escolherem o que gostam.

O que entendo é que o juiz autorizou o tratamento para quem o desejar. Quem não desejar que continue bicha e dando para quem quiser. Ninguém tem nada com isso, mas deixem os outros em paz.

Estou achando que o Conselho de Psicologia está cheio de comunistas.

a cidade é nossa 25 de setembro de 2017, 07:00h - 07:00

vai vendo aí kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Morador de BM 23 de setembro de 2017, 23:52h - 23:52

Existe cura sim.
Eu estou em fase de reabilitação.

Professor 23 de setembro de 2017, 21:39h - 21:39

Conheço vários ex-gays.

Paulo Elias 23 de setembro de 2017, 19:04h - 19:04

Na verdade, há um ativismo irracional no Sistema de Conselhos de Psicologia que visa impor aos psicólogos as concepções filosóficas – e sem nenhuma comprovação científica – dos ideólogos de gênero.

É sabido que a Organização Mundial de Saúde não considera a homossexualidade como patologia. Entretanto, poucos estão dispostos a divulgar o fato de que a Orientação Sexual Egodistônica consiste, sim, num transtorno psíquico reconhecido pela mesma OMS e expressamente inscrita na Classificação Internacional de Doenças (CID-10 F66.1), entre outros transtornos relacionados à orientação ou preferência sexual.

Nenhum psicólogo pode curar ninguém! Os profissionais da Psicologia não dispõem de recursos que possam promover a cura de doenças. A atuação do psicólogo consiste em servir de instrumento para o que o sujeito em sofrimento, por qualquer motivo, acredita ser o melhor para ele(a). É a pessoa que procura o Psicólogo(a) quem define o que para ele(a) significa “cura”, quando algo que lhe angustia, por exemplo, é resolvido ou melhor compreendido. Nesse processo, o profissional é apenas um facilitador daquilo que o próprio paciente (ou cliente) deseja.

Tia 23 de setembro de 2017, 18:53h - 18:53

Kkkkkkkk,esse VIRA LATA

VIRA LATA 23 de setembro de 2017, 17:13h - 17:13

EXISTE SIM, O MEU CUNHADO É UM EX GAY.

Preyboy do Aço 23 de setembro de 2017, 19:25h - 19:25

Hum… ex-gay? Existe um teste para verificar isso. Peça para ele dizer a seguinte frase: “Jorge, vê se tem chiclete na pochete?”

Nilo 23 de setembro de 2017, 19:40h - 19:40

Meu primo também é ex.gay, ele se chama Haroldo.

Geninha 23 de setembro de 2017, 23:28h - 23:28

Mentira bobinha, ela está ti enganando.

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