Vigilantes são os profissionais que mais perdem empregos em Volta Redonda

by Diário do Vale

Volta Redonda – A profissão que mais fechou postos de trabalho em Volta Redonda durante o ano de 2015 não está diretamente ligada à indústria metalúrgica, ao comércio varejista ou à construção civil. São os vigilantes, enquadrados no setor de serviços. Dos 3.836 empregos que deixaram de existir na cidade durante o ano passado, 480 eram desses profissionais. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.

Segundo a presidente do Sindicato dos Vigilantes do Sul Fluminense, Valéria Gonçalves, a causa do problema está diretamente ligada ao fenômeno da terceirização.

— De acordo com a lei, só as agências bancárias são obrigadas a manter vigilantes. Outros estabelecimentos, como as grandes indústrias, contratam profissionais da nossa categoria para conseguirem redução no valor do seguro. E tanto os bancos quanto as outras empresas se valem de prestadores de serviços, em vez de empregar diretamente. Quando vem a crise, antes mesmo de cortarem o próprio pessoal, as empresas reduzem o valor do contrato da empresa de vigilância, que acaba tendo de cortar pessoal — afirma a sindicalista.

Valéria disse ainda que o fato de se tratar de empresas terceirizadas torna a negociação para tentar evitar as demissões mais difícil, já que a própria empresa que contrata os profissionais tem pouca liberdade de ação:

— As empresas de vigilância praticamente se limitam a contratar a mão de obra. Elas não têm muita flexibilidade para reduzir custos em outras áreas, como acontece com outros setores. Nós fazemos o possível para evitar as dispensas, mas é difícil conseguirmos um sucesso total — avalia.

A possibilidade de solução para o problema dos vigilantes, segundo Valéria, está em uma lei que tramita no Congresso Nacional, criando o estatuto da categoria.

Em setembro do ano passado, a Comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou proposta que cria o Estatuto da Segurança Privada e regulamenta os serviços do setor. O texto aprovado foi o substitutivo do relator, deputado Wellington Roberto (PR-PB), a uma série de propostas  sobre o tema.

Wellington Roberto promoveu mudanças pontuais no parecer para atender a acordo entre as lideranças e o governo e aprovar o texto. “Foi um relatório feito a muitas mãos, o mais democrático possível”, disse.

Ele retirou, por exemplo, o piso salarial para vigilantes do parecer e propôs que o valor seja fixado por negociação coletiva. Segundo o relator, as disparidades regionais do País impedem que seja estabelecido um salário nacional em lei. A deputada Erica Kokay (PT-DF), por sua vez, afirmou que apresentará novo projeto para contemplar o piso da categoria.

A proposta cria ainda o Conselho Nacional de Segurança Privada, vinculado ao Ministério da Justiça, composto por membros do governo, da classe empresarial, dos trabalhadores e da sociedade civil, para assessorar o ministro da Justiça em assuntos de segurança privada e a elaborar políticas para o setor. A Polícia Federal será responsável por aplicar penalidades administrativas por infrações à futura lei.

‘Nichos’ de empregabilidade

Apesar da crise que eliminou mais de 1,5 milhão de empregos no Brasil e 16 mil postos de trabalho na região, ainda existem ocupações que estão tendo demanda por profissionais. Os levantamentos do caged mostram que, em Volta Redonda, há busca de profissionais para diversos setores.

A profissão que tem o maior saldo positivo é Trabalhador de Manutenção de Edificações, com 186 admissões a mais do que demissões durante o ano passado. O salário médio de admissão desses profissionais, ainda segundo o Caged, é de R$ 943,84 por mês. Seguem-se Operador de Máquinas Fixas, em Geral, com saldo positivo de 154 e salário médio de R$ 1.229,26, Coletor de Lixo Domiciliar (saldo de 94, salário de R$ 1.000,63), Mecânico de Manutenção de Veículos Ferroviários (saldo de 75, salário de R$ 1.005,47) e Técnico de Enfermagem do Trabalho (saldo de 60, salário médio de 1.185,33).

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1 comment

X9 da PM 31 de janeiro de 2016, 09:47h - 09:47

Só perde emprego peão vagabundo e ruim de serviço. Os bons sempre são remanejados! A crise aperta aí começam a rever o quadro de colaboradores e sempre tem os sanguessugas. E nesta área aí, só ficam parados ou andando de carro pra cima e pra baixo ‘tomando conta’ do local.

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