Blatter nega corrupção e diz ser um ‘homem honesto’

by Diário do Vale

Zurique, Suíça – Mesmo com a Fifa mergulhada em um dos maiores escândalos da história do futebol mundial, desde a prisão de sete dirigentes ligados à entidade acusados de corrupção, o presidente Joseph Blatter segue se esforçando para não afundar antes do tempo. Em entrevista na última segunda, o suíço negou qualquer envolvimento em desvios de dinheiro e garantiu transparência em seus mandatos.

Ocupando o cargo de presidente desde 1998, quando sucedeu o brasileiro João Havelange no comando da entidade, Blatter já tem data marcada para se despedir da função: 26 de fevereiro de 2016, quando acontecerão as novas eleições presidenciais da Fifa.

Após renunciar ao quinto mandato em decorrência do ambiente conturbado, Blatter continua não admitindo partilhar do esquema que desviou cerca de 137 milhões de euros (cerca de R$ 470 mi). Em entrevista concedida à BBC, o suíço de 79 anos manteve uma posição firme com relação aos acontecimentos e se mostrou tranquilo.

– Estou limpo e a Fifa não é corrupta. Eu sei o que fiz e o que não fiz. Tenho consciência e sei que sou um homem honesto. Estou limpo, não tenho o que me preocupar. Fiz isso (renunciar ao cargo) porque queria proteger a Fifa, não para me proteger. Sou suficientemente forte – declarou Blatter, que, mesmo após vencer Ali Bin Al Hussein no pleito de maio, preferiu não exercer o mandato.

– A Fifa não é corrupta, não há corrupção no futebol, isso está nas pessoas, as pessoas é que são corruptas. Não se trata da instituição – afirmou o presidente, que mesmo assim anunciou, em julho, a criação do Comitê de Reforma da entidade, coordenado por François Carrard, cujas primeiras reuniões acontecerão em 2 e 3 de setembro em Berna, na Suíça.

Ao falar sobre o processo sucessório e de reforma, Blatter confessou que já tinha delineado mudanças há quatro anos e se mostrou desconfiado com relação à capacidade de seu sucessor.

– Quem pode controlar 300 milhões diretamente e 1,6 bilhões indiretamente? É impossível – disse, referindo-se a quantidade de pessoas envolvidas pelo futebol ao redor do mundo:

“No campo é fácil controlar os jogadores, porque tem limite, tempo e um árbitro. Fora não temos nada disso”.

Além do príncipe jordaniano – derrotado em maio -, que deve tentar nova candidatura, outros concorrentes já deram mostras de que têm intenção de participar. À frente da Uefa desde 2007, Michel Platini conta com o respaldo da segunda maior confederação para oficializar candidatura. Os também ex-jogadores Zico e Maradona manifestaram a vontade de concorrer, mas buscam as cinco federações necessárias para formalizar o pedido. Garantidos na eleição estão Chung Mong-joon, milionário sul-coreano, e Musa Bility, presidente da Federação Liberiana.

EXTRADIÇÃO

Em declaração na última segunda-feira, um porta-voz do governo da Suíça garantiu que a Justiça do país começará a analisar os pedidos de extradição dos dirigentes ligados à Fifa a partir do próximo mês. Presos desde 27 de maio, seis cartolas do futebol mundial, entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, seguem detidos em território suíço aguardando julgamento.

Em Zurique há cerca de três meses, a maior parte dos cartolas, inclusive Marin, já contatou advogados para negociar a extradição. Entretanto, o processo é demorado e a própria juíza do caso, Loretta Lynch, já havia declarado que a conclusão dos pedidos poderia levar até seis meses. Dos sete que foram presos pelo FBI, apenas um já está nos Estados Unidos.

Ex-vice-presidente da Fifa e representante das Ilhas Cayman, Jeffrey Webb foi o primeiro a ser extraditado ao solo estadunidense em julho, e pagou fiança para permanecer em prisão domiciliar até o julgamento. Jack Warner, ex-presidente da Concacaf, segue em Trinidad e Tobago, país natal, à espera da extradição.

Já Nicolás Leóz, ex-mandatário da Concacaf e também acusado de participação no esquema de pagamento de propina para a compra/venda de direitos de transmissão e propaganda, segue na capital paraguaia de Assunção. Por problemas de saúde, o dirigente teve a prisão expedida, mas o pedido não foi cumprido já que seu estado atual demanda cuidados.

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