60 anos de vida no Espaço Sideral

by Diário do Vale

Dos primeiros Sputniks à estação espacial internacional, a vida no Espaço mudou para melhor. Em 60 anos passamos das cápsulas apertadas para os módulos grandes e espaçosos da ISS. E o progresso continua em direção ao sonho do turismo no Espaço. Valentina Tereshkova, a primeira mulher a ir ao Espaço, em 1963, comeu comida em pasta e viajou encolhida dentro de uma esfera com 2,3 metros de diâmetro. Suas sucessoras têm espaço de sobra para se exercitarem e podem consumir frutas, verduras, barras de cereal e toda uma variedade de pratos preparados em um forno de convecção.

Pior foi a Laika. A primeira criatura viva a viajar pelo Espaço foi acorrentada dentro de um foguete russo e enviada para a morte no dia 3 de novembro de 1957. O Sputnik 2 não tinha mecanismo de recuperação, não tinha paraquedas de frenagem nem isolamento térmico. Depois que entrou em órbita a temperatura a bordo passou dos 43 graus centígrados. E Laika morreu devido ao calor, antes de terminar seu segundo dia no espaço. A morte da Laika provocou indignação até mesmo dentro da União Soviética e um poema anônimo, criticando sua morte, circulou em Moscou naquela época.

Dois anos depois os soviéticos construíram naves maiores, capazes de ir ao Espaço e retornar em segurança. Chamadas de Sputniks Cósmicos eram os protótipos da nave tripulada Vostok. As cadelas Strelka e Belka voaram no Sputnik 4 e retornaram à Terra. Strelka teve seis filhotes, e uma fêmea, Pushinka, foi dada de presente ao presidente americano John Kennedy. Na Casa Branca Pushinka procriou com o cachorro do presidente, Charlie, e teve quatro filhotes. Seus descendentes ainda estão vivos.

O teste com Strelka e Belka mostrou que as naves eram seguras para levar seres humanos. Yuri Gagain subiu no Vostok em abril de 1961. E Valentina pilotou a Vostok 6 no dia 16 de junho de 1963. Naquela época as naves não tinham instalações sanitárias. E os cosmonautas só podiam consumir alimentos que não produzissem resíduos sólidos. Era uma variedade de pastas, acondicionadas em tubos, como a que Valentina aparece consumindo na foto acima.

Salto

Dez anos depois, em 1973, a qualidade da vida no Espaço deu um salto com a primeira estação espacial americana, a Skylab. Lá os astronautas tinham banheiro, um chuveiro dentro de um casulo para tomar banho e uma variedade de alimentos congelados, que podiam ser aquecidos em um forno elétrico. O menu incluía camarão, lagosta e biscoitos amanteigados. Construído dentro do terceiro estágio de um foguete Saturno 5, o Skylab tinha o espaço equivalente a um pequeno apartamento.

Hoje astronautas de 12 países vivem a bordo da Estação Espacial Internacional. Que tem uma largura equivalente a um campo de futebol e o espaço interno de um avião jumbo. A alimentação a bordo da ISS é ainda mais variada do que no pioneiro Skylab. E inclui salada de frutas, espaguete e bife fatiado e desprovido de gorduras. No ano passado a estação espacial ganhou uma máquina para fazer café expresso, que foi testada com sucesso pela astronauta italiana Samantha Christoforetti.

No futuro os astronautas vão cultivar verduras a bordo de suas naves. Em uma experiência recente a tripulação da ISS plantou pés de alface. Nas futuras missões a Marte será possível montar uma horta dentro de estufas espaciais. Além de ajudar na dieta, os vegetais contribuem para a produção de oxigênio.

Grande: Skylab, a primeira casa no espaço
Strelka: Voltou viva e teve seis filhotes
Sunita Williams: Espaço de sobra na ISS
Pioneira: Valentina comeu alimento em pasta

 

Por Jorge Luiz Calife

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1 comment

Anderson 6 de outubro de 2017, 13:22h - 13:22

Muito interessantes essas curiosidades sobre a história da exploração espacial. Com a chegada da iniciativa privada, as coisa vão ficar ainda mais interessantes. Está faltando um bom livro em português sobre o assunto. Fica a dica, Calife.

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