Quando foi lançado na Inglaterra, em outubro do ano passado, o livro “The making of 2001”, da editora Tashen, tinha um preço realmente astronômico. Custava 500 euros, o que restringia o trabalho do pesquisador Piers Bizone a uma elite de fãs muito ricos do filme “2001: Uma odisseia no espaço”. Para felicidade dos apreciadores da ficção científica e da obra do cineasta Stanley Kubrick, o preço do livro caiu mais do que a popularidade da presidente Dilma. Doze meses depois já está sendo vendido por 40 dólares nas livrarias da internet.
Com o dólar perto dos R$ 4 ainda é um livro caro. Mas como se trata de uma edição de luxo, em capa dura, toda ilustrada com fotos coloridas de alta qualidade, o preço até que está bem de acordo com o mercado de livros de arte. Com o formato do monolito negro do filme, o livro vem dentro da caixa retangular aí ao lado e se desdobra para revelar seu conteúdo, que inclui desenhos de produção, testes com os atores e atrizes do filme, fotos das filmagens e até uma história em quadrinhos.
“2001: Uma odisseia no espaço” é considerado um dos filmes mais importantes de todos os tempos. Produzido entre 1965 e 1967 ele foi o primeiro filme de ficção científica rodado com os recursos de uma superprodução. Antes de “2001” os filmes de FC eram produções baratas e o filme abriu caminho para “Guerra nas Estrelas” e todas essas megaproduções de hoje em dia.
Entre os diretores de cinema que foram influenciados pelo filme do Kubrick estão James Cameron, Christopher Nolan e Steven Spielberg. Mas, ao contrário da maioria das fantasias espaciais modernas, “2001” é um filme que aborda temas profundos como a origem e o destino da humanidade, a evolução das máquinas, a possibilidade de existirem outras civilizações muito mais avançadas do que a nossa e até nossos conceitos de divindade.
O livro do Piers Bizoni coloca o leitor atrás das câmeras, revelando detalhes dos cenários espetaculares do filme, como a roda centrífuga de doze metros de diâmetro e a nave Discovery, que conduz o herói Dave Bowman para Júpiter e além do infinito.
Por Jorge Luiz Calife
[email protected]