A era dos atores virtuais

by Diário do Vale
Virtual: Elenco do anime foi criado por computação gráfica

Virtual: Elenco do anime foi criado por computação gráfica

A computação gráfica fica mais realista a cada ano que passa. A nova animação da série “Final Fantasy” foi lançada no último mês de julho no Japão e tem um elenco de atores e atrizes virtuais hiper-realista. O cinema americano tem usado esta técnica para rejuvenescer atores. Como o Arnold Schwarzenegger jovem do último “Exterminador do Futuro” ou o Jeff Bridges dos anos 80 em “Tron: O Legado”.

Teoricamente já seria possível recriar atores mortos e colocá-los em cena. Os problemas são mais legais do que técnicos. Em agosto de 1962, quando a atriz Marilyn Monroe morreu o estúdio teve que cancelar a produção “Something got to give” que ela estava filmando. Porque não havia como substitui-la. Na semana passada a Rede Globo precisou mudar o final da novela “Velho Chico” com a morte do ator Domingos Montagner. No futuro filmes inacabados poderão ser terminados com versões virtuais dos astros desaparecidos.

A ideia foi prevista em 1981 no filme “Looker”, do escritor e cineasta Michael Crichton. Criador do sucesso “Jurassic Park”, Crichton imaginou uma empresa do futuro criando cópias virtuais de modelos de anúncios. A modelo virtual não envelhece, não fica doente e nunca chega atrasada para o comercial. O filme mostrou a atriz Susan Day sendo escaneada nua com um raio laser para a criação de uma sósia virtual em um computador bem antiquado.

Na época “Looker” era apenas ficção científica. Até que em 2007 o diretor Robert Zemeckis fez a mesma coisa com a atriz Angelina Jolie. Para criar a sereia assassina da animação “A lenda de Beowulf”. Como a Susan Day, Angelina Jolie ficou encabulada com a perfeição e a nudez da sua cópia virtual. Além de criar seres humanos virtuais, a computação gráfica permite levar às telas, com o máximo de realismo, todo o tipo de criaturas fantásticas. Como os Navi, aqueles índios azuis do filme “Avatar”, do James Cameron.

No caso do Avatar o computador escaneou uma atriz real, a Zoe Saldana, que faz a tenente Uhura do novo Star Trek. E a partir dos dados criou a índia azul do Avatar. É o que se chama de tecnologia de captura de movimentos que é usada também na série dos “Transformers”, no “Senhor dos Anéis” e outras aventuras fantásticas.

O cinema norte-americano e o japonês têm sido os pioneiros nesse tipo de tecnologia. Mas o modo como ela é usada é diferente. Os americanos preferem usar as imagens virtuais para criar monstros e alienígenas. Enquanto os personagens humanos são interpretados por atores e atrizes de carne e osso. Já os japoneses vêm tentando obter atores virtuais cada vez mais parecidos com pessoas de verdade.

O primeiro filme da série “Final Fantasy” chegou aos cinemas no ano de 2001, o primeiro ano do novo século. Na época a perfeição dos personagens causou espanto no mundo. Com destaque para a mocinha Aki Ross, a primeira atriz virtual a estrelar um longa-metragem no cinema. Aki Ross só foi possível porque a tecnologia já tinha resolvido o velho problema de reproduzir o cabelo humano, que fora o maior obstáculo no século XX. Os fios precisavam ser produzidos separadamente e animados um por um.

Resolvida a questão do cabelo (e dos pelos dos animais), os japoneses passaram a criar toda uma série de animes com personagens cada vez mais realistas. Incluindo no pacote uma versão virtual do filme “Tropas Estelares” que o diretor Paul Verhoeven tinha filmado com atores em 1997. A série de terror “Resident Evil” também foi tema de um desenho de computação gráfica. Onde os animadores nipônicos fizeram questão de mostrar duas heroínas de cabelos longos, uma loira e outra ruiva.

“Kingsglaive: Final Fantasy XV” não tem data para exibição no Brasil. Mas já pode ser baixado da internet. O que mostra que o cinema virtual já tornou obsoletos tanto os atores quanto as salas de exibição.

 Perfeição: A nova heroína da série ‘Final Fantasy’


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Por Jorge Luiz Calife

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