Angra dos Reis – A Fundação Cultural de Angra dos Reis (Cultuar) já está organizando os preparativos para a Festa do Divino Espírito Santo de 2016. As bandeiras em vermelho e branco, que marcam a chegada do Menino Imperador na cidade, já estão sendo confeccionadas e enfeitarão as ruas do Centro, anunciando a Festa do Divino, uma das celebrações religiosas e culturais mais bonitas de Angra. De origem portuguesa, a festa vem sendo realizada desde o século XVIII, durante o Pentecostes (40 dias após a Páscoa). As novenas e missas que antecedem a festa começam na segunda-feira, dia 9, e vão até o dia 15 de maio, nas igrejas das comunidades da Paróquia Nossa Senhora da Conceição.
Na sexta-feira, dia 13, fazem parte dos festejos a alvorada e o café na casa do Menino Imperador, neste ano representado pelo jovem Pedro Henrique Moreira Araújo; a chegada do barco do Menino Imperador ao Cais de Santa Luzia; e o séquito formado pelos jovens Gabriel Fonseca do Amaral (Guarda-Estoque), Luiz Guilherme Cândido de Oliveira (Mordomo), Caio Henrique Reis, Guilherme Couto Jeremias, Lauro Carvalho de Araújo e João Gabriel Pinto dos Reis (Vassalos), em passeata pelas ruas do Centro com as figuras folclóricas da burrinha (Glauter Barros), vaca malhada (Felipe Valente) e bate-moleque (Gustavo Valente); soltura de um preso, que será interpretado por um ator ainda não escalado; e o almoço comunitário. À noite, haverá missa de coroação do Menino Imperador.
Já no sábado, pela manhã, às 10h, acontece o encontro celebrativo do séquito com todos os catequizados da paróquia. Às 19h30, missa de apresentação do Menino Imperador e seu séquito. Na sequência, apresentação das duas principais danças típicas (Coquinhos e Velhos) e a queima do quadro Glória, após as apresentações das danças na noite de sábado, dia 14. No domingo acontece, às 5h, o amanhecer no Espírito Santo, seguido de café da manhã comunitário. Às 10h, na Matriz, será a missa de Pentecostes, seguida do corte do bolo. Por volta das 11h, o Menino Imperador visita o Asilo São Vicente de Paula. Às 16h, parte da Matriz a missa e procissão do Divino com descoroamento do Menino Imperador.
A Festa do Divino faz parte de uma tradição da cidade que teve seu apogeu no século XVIII. Sua origem, segundo a história oficial, é portuguesa e vem de Alenquer. Em Angra, a festa ficou adormecida de 1949 a 1971. Voltou a ser feita esporadicamente a partir de 1972, por uma comissão de festeiros. A partir de 1989, foi resgatada pelo poder público municipal e pela igreja e vem sendo realizada anualmente.
Exposição
Para conhecer mais sobre a história da Festa do Divino Espírito Santo, a Cultuar abriu a exposição “O Pombo e o Divino”, que conta a história de uma das festas mais tradicionais de Angra. A mostra, aberta ao público, ficará até 20 de maio, de terça-feira a domingo, das 9h às 12h e das 14h às 17h.
Na nave do Convento São Bernardino de Sena, estão expostos painéis com textos sobre partes da festa: as danças dos Velhos, dos Lanceiros, das Jardineiras e dos Marujos, entre outras. Também são exibidos cinco oratórios, pertencentes ao acervo do Museu de Arte Sacra de Angra. Os visitantes ainda podem conferir exemplares de jornais do século XIX e dos anos 50, 60 e 70 do século XX, que relatam os festejos do Divino.