As estrelas do verão estão de volta

Por Diário do Vale

Oficialmente o verão só começa no dia 21 de dezembro. Mas suas estrelas já estão enfeitando nossas noites em um convite ao sonho e ao romance. Nada contra o céu do inverno, mas é no final do ano que algumas das constelações mais bonitas se tornam visíveis. Orion com as Três Marias, Touro com as Plêiades e o Cão Maior com o fulgurante Sirius. Todas essas estrelas já começam a surgir no horizonte leste a partir das dez horas da noite. E à medida que chegamos mais perto do Natal elas passam a nascer cada vez mais cedo.

A principal constelação neste céu de fim de ano é o quadrilátero do Orion, o caçador. Ele fica em uma região do céu oposta a constelação do Escorpião, que dominou o firmamento nos meses do inverno. Diz a lenda que Orion era o maior caçador de todos os tempos. Ele se gabava de ser capaz de matar qualquer animal do planeta. O que irritou a deusa da Terra Gaia. Ela enviou o escorpião para matar o caçador atrevido. É por isso que os astrônomos colocaram Orion e o Escorpião em pontos opostos do céu. Assim, o caçador está sempre fugindo do emissário da deusa.

Orion é uma das constelações mais fáceis de se encontrar devido as Três Marias. Uma fileira de três estrelas brancas que formam o cinturão do caçador. Todo estudante que começa a aprender a se orientar pelo céu começa por identificar Orion, e a partir dela encontra as outras constelações.  Em torno das Três Marias temos as estrelas mais brilhantes do Orion, a azulada Rigel, a avermelhada Betelgeuse e a esbranquiçada Belatrix. Quem tem uma visão normal vai perceber uma mancha brilhante, enfumaçada, logo abaixo das Três Marias. É a grande nebulosa de Orion, uma região de gases e poeira onde novas estrelas estão nascendo para brilhar nos céus de um futuro distante.

Observação

Com um telescópio de boa qualidade, tipo Celestron, podemos observar essa nebulosa e tentar encontrar a Cabeça do Cavalo. Uma nuvem negra que se projeta para dentro da parte superior da nebulosa, formando uma figura que lembra um cavalo daqueles dos jogos de xadrez. Ao lado de Orion fica a constelação do Cão Maior, o grande cachorro, que acompanha Orion em suas caçadas. O Cão Maior ostenta a estrela mais brilhante do céu, a azulada Sirius. Os antigos romanos usavam Sirius como uma espécie de marcador para anunciar a chegada dos dias mais quentes do ano. Para nós essa associação é perfeita. Quando Sirius surge no céu noturno é sinal de que o verão está batendo em nossas portas.

Nascendo no leste, um pouco mais cedo do que Orion e Sirius, está a constelação do Touro. Que tem a forma mais ou menos de um “V” de estrelas (os chifres do Touro). A estrela mais brilhante do Touro é Aldebaran, cujo nome vem do árabe e quer dizer “O seguidor”. Aldebaran se encontra a 65 anos-luz da Terra o que é relativamente próximo em termos astronômicos. Mesmo assim, a sonda espacial Pioneer 10 da Nasa, que está viajando na direção de Aldebaran, só vai chegar lá daqui dois milhões de anos.

A constelação do Touro contém dois aglomerados de estrelas famosos, as Plêiades e as Híades. As Plêiades são um conjunto de sete estrelinhas, muito difícil de enxergar a olho nu. Na verdade elas são um verdadeiro teste de acuidade visual. Se o leitor conseguir enxergar as sete estrelas é porque sua visão é perfeita. A maioria das pessoas só consegue ver quatro ou cinco estrelas.

Embora fraquinhas, as Plêiades adquiriram um significado mágico em muitas culturas. Para os gregos elas eram as filhas de Pleiona. Para os havaianos eram os Sete Pequenos Olhos. E para os índios norte-americanos eram sete princesas que foram parar no céu enquanto fugiam de um urso feroz. Pleiona é uma estrela muito interessante, ela gira tão rápido que se tornou achatada como um disco voador. Mas esse detalhe fica fora do alcance dos nossos telescópios.

Orion: Betelgeuse e Rigel ficam em lados opostos
Plêiades: Na visão do telescópio Spitzer
Pleiona: A estrela que parece um disco voador
Bela: O Touro se ergue no horizonte leste

 

Por Jorge Luiz Calife

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1 Comentário

Anderson 26 de novembro de 2017, 04:05h - 04:05

Muito interessante a matéria. Mereciam estar em um novo livro sobre astronomia. Fica a dica, Calife.

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