Leitores relatam suas experiências na Biblioteca Municipal de Volta Redonda

by Diário do Vale

Volta Redonda – Moradora do bairro São Cristóvão, Edna Almeida Silva, de 68 anos, é uma carioca que adotou Volta Redonda como seu lar há 61 anos e na cidade desenvolveu seu gosto pela leitura. Esse hábito fez de Edna uma assídua cliente da Biblioteca Municipal Raul de Leoni, na Vila Santa Cecília, que possui atualmente cerca de 12,6 mil usuários cadastrados, sendo cinco mil deles registrados somente em 2017.

– Minha mãe sempre gostou de ler e lia para mim e para meus irmãos. Ela colocava os livros no alto das estantes e dizia que era para proteger, pois criança pequena poderia acabar destruindo – relembra entre risos Edna, que leva essa paixão pela literatura até para a cama, onde só dorme após apreciar um bom livro.

A biblioteca municipal foi a primeira que Edna teve acesso e que a ajudou a influenciar a filha Jussara Almeida Batista Silva, de 39 anos, e a neta Nina Flor Ramos Batista, de 11 anos, que a acompanham nos universo dos livros.

– Sempre amei ler. Apesar de não gostar de leitura, meu pai comprava livros para a gente. Temos um livro chamado Maravilhas do Mundo. Minha mãe reunia todos os filhos e lia ele para nós. Conforme fui crescendo, pegava livros na escola, mas sempre quis ter acesso a mais. Quando descobri a biblioteca, foi maravilhoso, um paraíso para mim – contou Jussara, que é amante de ficção científica e também gosta de ler bibliografias.

Esses e outros temas fazem parte do acervo da biblioteca, considerada a maior do Sul Fluminense. De 2016 para o ano passado, o acervo aumentou de 20 mil para 22 mil exemplares de diversas áreas do conhecimento, além de periódicos, mapas, fotos e folhetos. Entre os títulos mais procurados estão literaturas de autores de nacionalidades americana, inglesa e brasileira, livros de autoajuda e de Filosofia. Este último assunto é um dos preferidos do jovem artista plástico Lucas Badini de Albuquerque, de 23 anos, que mora no bairro Aterrado e estuda Filosofia.

– Acho que temos que aproveitar as coisas públicas da cidade. Querendo ou não, livro é uma coisa que, hoje em dia, é um pouco caro. E por quê não vir aqui pegar livros? Tanto que neste ano, não vou comprar nenhum, vou ler os que têm aqui na biblioteca – comenta Lucas, que também aprecia poesia e livros sobre artes plásticas e visuais.

Variedade para o leitor: De 2016 para o ano passado, o acervo aumentou de 20 mil para 22 mil exemplares de diversas áreas do conhecimento (Foto: Divulgação/SecomVR)

Variedade para o leitor: De 2016 para o ano passado, o acervo aumentou de 20 mil para 22 mil exemplares de diversas áreas do conhecimento (Foto: Divulgação/SecomVR)

Estrutura para estudos ganha elogios

Também morador do Aterrado, o mineiro da cidade de Contagem, Pedro Shyneider de Oliveira Alves, de 25 anos, é design de interiores e veio para Volta Redonda bem novo. Apesar de ler desde os 11 anos, só conheceu a biblioteca municipal em agosto de 2016, depois de a irmã indicar por várias vezes. Conheceu e gostou do espaço que conta ainda com salas de estudo em grupo, telecentro, auditório com 144 lugares e o Espaço Kids, criado exclusivamente para crianças.

– Leio tanto aqui quanto em casa. Venho mais quando preciso sentar e escrever alguma coisa ou estudar. Quando preciso pegar muita informação, de muitos lugares, consigo dispor vários livros na mesa. Gosto muito daqui, tem um espaço excelente e os funcionários também são muito bons – disse Pedro, que tem um conto publicado em uma coletânea e pretende escrever um livro.

De acordo com a coordenadora da Biblioteca Municipal Raul de Leoni, Letícia Monteiro Machado, assim como Lucas e Pedro, a maioria dos frequentadores são jovens entre 16 e 20 anos. Os dados são de uma pesquisa de satisfação realizada em 2017 com usuários da biblioteca, que apontou também a procura pelo espaço com a finalidade de estudo.

Essa procura faz parte do dia a dia de Alfredo Gustavo de Melo Castro, de 40 anos, que cursa o 5º período de Química e mora na Vila Santa Cecília. Ele conta que vai à biblioteca para estudar para provas, acessar a internet, pesquisar e ver vídeos relacionados à graduação.

– Aqui a gente tem silêncio, espaço, privacidade para estudar – elogiou Alfredo.

Além dos estudantes, que também são representados pelas visitas guiadas escolares, a biblioteca também recebe grupos da terceira idade e da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), entre outros. O espaço é utilizado ainda para lançamentos de livros, exposições variadas, saraus.

– Queremos abrir mais a biblioteca para o público e vamos testar aos domingos, das 12h às 14h, logo após a feira livre. Além disso, estamos captando mais livros, iremos reforçar as visitas escolares da rede municipal e retomaremos a exposição permanente de Getúlio Vargas, através de uma parceria com o Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) e com a Superintendência de Museus (departamento da Secretaria de Estado de Cultura) – diz a secretária municipal de Cultura, Aline Ribeiro.

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13 comments

Marinez Teodoro Fernandes 20 de fevereiro de 2018, 19:52h - 19:52

Parabéns Leticia Machado pelo lindo trabalho que vem desenvolvendo com garra e talento.

Artur Rodrigues 20 de fevereiro de 2018, 17:42h - 17:42

Assim como vários espaços públicos espalhados pelos quatro cantos do país, a Biblioteca de Volta Redonda padece desse terrível mal que é o descaso das autoridades. A Biblioteca Parque do Rio de Janeiro, localizada no coração do centro, na Av. Presidente Vargas foi fechada e tudo lá está se perdendo e nós leitores perdemos um lindo espaço de leitura e estudo. Regina Vilarinhos e tantos outros profissionais, se dedicaram e se dedicam aquele local com alma de guerreiro, talvez sabendo que não chegarão de fato a vencer a guerra, mas tão somente a batalha ou talvez uma simples quebra de braço sem maiores resultados. O mal que assola o nosso país passa por Volta Redonda e ainda por milhares de outras cidades brasileiras, espaços que têm na cultura um mal e não a cura que nos salvará das catástrofes presentes e futuras. Nossos políticos, de todas as esferas, talvez por não saberem ler mais que o voto do povo, tomam para si o desejo de ver nos seus eleitores, seres ignorantes como eles próprios. Uma pena que a palavra escrita imortalizada em um livro tenha cheiro de mofo e abandono e não de aventura e conhecimento. Existe uma saída, ela começa nas próximas eleições.

Aristole o filósofo 20 de fevereiro de 2018, 15:17h - 15:17

Regina vilarinhos deu outro ares culturais aquele espaço pena que mesma nao está la mas!

Leitor Assíduo 16 de fevereiro de 2018, 09:48h - 09:48

Mais uma matéria da Secom né?

1º o elevador está há 1 ano sem funcionar,

2º a Biblioteca não possui climatização, é um calor infernal ficar lá, sem contar que ajuda na deterioração dos livros,

3º qualquer pesquisa em documentos históricos que se queria fazer não é possível, pq não há ninguém responsável lá na Biblioteca

4º levam crianças e realizam outros eventos dentro da Biblioteca, ambiente de silêncio e estudo, atrapalhando a concentração dos que lá estão,

5º diversas obras estão deterioradas devido ao péssimo ambiente, calor, úmido, com goteiras.

Platão, o Filósofo 15 de fevereiro de 2018, 15:42h - 15:42

E se cuida é para se manter a ordem e pra se manter a ordem da casa, tem que ter suas regras, isso se faz necessário e não se discute já que é justamente para o bom funcionamento; caso contrário, me expliquem, como administrar um serviço sem regras, normas? Brasileiro tem cada uma… Ô raça difícil de entender o óbvio.

Não tem ar condicionado 12 de fevereiro de 2018, 17:22h - 17:22

Sem ar , lamentável…

Estudante 12 de fevereiro de 2018, 09:01h - 09:01

O espaço da biblioteca de fato seria bom se fosse climatizado, pois quem entra lá além do cheiro de pombo o calor é infernal, os banheiros mal conservados com vazamentos, que pode causar acidentes, sem papel higiênico. Acesso ao wi-fi é péssimo, as cabines de estudo estão sempre fechadas, pois o ar delas não funcionam e os livros na maioria são mal conservados. Além de eventos no horário de estudo que atrapalham muito já que não tem vedação de acústica. E o elevador, parece que irão fazer festa de aniversário para a data de não funcionamento. Uma vergonha, essa matéria Grrrrrr.

Smilodon Tacinus - O Emir Cicutiano 11 de fevereiro de 2018, 22:02h - 22:02

Eu vim ler os comentários já imaginando que teria algum espírito de porco aqui…

Cabreira 11 de fevereiro de 2018, 17:37h - 17:37

Poderiam fazer uma campanha junto as escolas particulares para receberem doação de livros…

falei que ia falar 11 de fevereiro de 2018, 16:55h - 16:55

Vou relatar minha experiência:

fui me cadastrar: pediram RG, Foto, comprovante de residencia.

Voltei no outro dia para cadastrar meu filho:

-RG, foto, residencia, e ele tem que assinar.

Mas ele só tem 10 anos!

-Mas então você assina por ele.

Então tá bom, me dá aí a ficha que eu assino.

-Mas ele tem que estar presente.

Deus dos ateus, tenha paciência.

O mal é que em vez de facilitarem, dificultam. Vamos por partes:

RG- pra que? A biblioteca é um órgão público, e eu não posso prestar declaração falsa a órgãos públicos. Ou seja, basta eu dizer meu nome, e dados cadastrais, até porque não vou pegar um ipad emprestado…

Foto: pra que? ahhhh, pra me identificar. Talvez eles entrem na era da computação e descubram uma coisa chamada webcam pra gerar essa imagem e colocar na ficha no computador (estou duvidando que meu cadastro seja digital).

Comprovante de residência: pra que? vão lá em casa com a polícia caso eu não devolva o livro no prazo? Vão me mandar um cartão de aniversário? Vão me colocar no clube do livro e enviar mala direta pra mim? Ou vale o que disse acima, da auto declaração para órgão público?

Sinceramente, eu ia, juro! Ia mesmo! Doar uns livros pra biblioteca, mas desanimei.

Eles farão péssimo uso da minha boa fé como o fizeram até agora.

Na próxima, eu recomendo um Kindle Unlimited na ignorância deles.

Regina Vilarinhos, socooooorrrrrrrooooo!

Mané 13 de fevereiro de 2018, 13:01h - 13:01

Meu Deus! Esse é o típico brasileiro. Criar caso só porque o local público tem suas regras necessárias para o bom funcionamento. Definitivamente, essa é a prova de que brasileiro não gosta mesmo de ter que obedecer à regra, regimento interno. Meu Deus! Quem entende?

Regina Vilarinhos 15 de fevereiro de 2018, 10:26h - 10:26

Bom dia. Não entendi porque cita meu nome em seu comentário. Só para registrar que não estou mais à frente da Coordenação de Projetos da Biblioteca Municipal. Suas reclamações podem ser feitas diretamente com Letícia, que tenho certeza lhe dará atenção. Quanto à matéria, parabéns para a equipe que cuida do jeito que pode daquele local maravilhoso para adquirir conhecimento.

do jeito que pode não resolve 15 de fevereiro de 2018, 13:31h - 13:31

Cuida do jeito que pode.
Cuida do jeito que dá.
Cuida do jeito.
Cuida.
Não cuida porque não pode.
Não cuida.
Não cuida e não vou.
Não vou porque não cuidam.
Não vou porque tirar a responsabilidade não é digno.

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