Nasa participa de missão espacial em Hollywood

by Diário do Vale
Hermes: Nave tem painéis solares e propulsão iônica

Hermes: Nave tem painéis solares e propulsão iônica (Foto: Divulgação)

Carro: Veículo marciano está sendo desenvolvido pela Nasa (Foto: Divulgação)

Carro: Veículo marciano está sendo desenvolvido pela Nasa (Foto: Divulgação)

A agência espacial americana Nasa embarcou em sua maior missão rumo ao planeta Hollywood. Seu site está cheio de fotos e matérias sobre o filme “Perdido em Marte”, que chega aos cinemas em outubro. Na produção da 20th Century Fox baseada no romance de Andy Weir, Matt Damon é um astronauta tentando sobreviver no planeta vermelho. Semana passada o ator visitou o Laboratório de Propulsão a Jato de Pasadena, na Califórnia, de onde são comandados os robôs que exploram o planeta Marte. E deu uma palestra sobre sua experiência interpretando astronautas em filmes como “Interestelar” e “Perdido em Marte”.
A trama do filme se passa na década de 2030, quando a agência espacial americana pretende instalar um pequeno laboratório tripulado por astronautas, na superfície de Marte. Cerca de nove tecnologias, sendo desenvolvidas atualmente, aparecem no filme do diretor Ridley Scott. Incluindo cultivo de plantas em estufas espaciais, motores de propulsão iônica, painéis solares e carros elétricos para a exploração de planetas.
Colaborações desse tipo, entre produtores de filmes e agências espaciais, já aconteceram antes, de forma bem limitada. Durante as filmagens de “2001: Uma Odisseia no Espaço”, na década de 1960, o diretor Stanley Kubrick contou com o apoio de várias empresas contratadas pela Nasa. Incluindo a Grumman, que construiu os módulos usados pelos astronautas para descerem na Lua. Mais recentemente, astronautas deram consultoria aos atores envolvidos em filmes espaciais. Em “Gravidade”, do diretor Alfonso Cuaron, Sandra Bullock recebeu instruções sobre a vida no espaço da astronauta Cady Coleman, que estava na Estação Espacial Internacional. Em “Interestelar”, do diretor Christopher Nolan, uma astronauta aposentada, Marsha Irwins, ajudou o desenhista de produção, Nathan Crowley, a projetar o sistema de acoplamento da nave Endurance, que aparece no filme.
“Perdido em Marte” vai mais além e contou com o apoio de vários especialistas da Nasa. Entre eles Jim Green, diretor de ciências planetárias da agência, Dave Lavery diretor do programa de exploração do sistema solar e a astronauta Tracey Caldwell-Dyson que deu as instruções para atores como Jessica Chastain, que faz a comandante da nave espacial Hermes no filme. A história foi escrita por um fã do programa espacial, Andy Weir, que era totalmente desconhecido até a publicação do livro na internet. O sucesso levou Weir a publicar seu livro e ele acabou vendendo os direitos a 20th Century Fox para a produção do filme.
A história é sobre um astronauta dado como morto durante uma tempestade de areia, na superfície de Marte. A nave que o levou até lá volta para a Terra, mas ele consegue enviar um pedido de socorro, através do rádio do robô Pathfinder, que desceu em Marte na década de 1990. A comandante da Hermes resolve voltar para resgatar seu colega, mas a viagem vai levar meses. E o astronauta perdido tenta sobreviver esse tempo todo cultivando batatas em uma estufa e improvisando tecnologias.
No filme Matt Damon usa uma espécie de ônibus elétrico para viajar pela superfície de Marte. A Nasa está construindo um veículo semelhante, chamado de Veículo de Exploração Multi-Missão (MMSEV). A nave do filme, a Hermes, usa painéis solares semelhantes aos usados na Estação Espacial Internacional. E um sistema de propulsão iônica, igual ao que levou a sonda espacial Dawn até os asteroides Vesta e Ceres.
Essa é a vantagem de produzir um filme de aventuras espaciais em pleno século XXI. No passado os roteiristas de filmes tinham que usar a imaginação. Hoje eles trabalham com tecnologias reais, que já estão sendo usadas no espaço ou sendo desenvolvidas em laboratório. Os astronautas de verdade leram o livro de Andy Weir e aprovaram todos os detalhes técnicos. E querem repetir na vida real as aventuras do personagem do filme.

Por Jorge Luiz Calife
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