O cinema continua navegando pelo espaço sideral

by Diário do Vale

Os filmes de ficção passados no espaço já viraram um gênero frequente na produção cinematográfica. Nos últimos seis meses já tivemos “Rogue One”, “Passageiros” e “O Espaço Entre Nós”. Esta semana chega aos cinemas o terror espacial “Vida”, que se passa a bordo da Estação Espacial Internacional. E neste ano ainda veremos a aventura espacial francesa “Valerian e a Cidade dos Mil Planetas”, programada para agosto, e o episódio oito de Star Wars em dezembro, intitulado “O último Jedi”.

Todos esses filmes estão cheios de naves espaciais, algumas fictícias, outras reais. “Rogue One” e “Valerian” se passam em civilizações muito mais adiantadas do que a nossa. Onde as viagens espaciais são tão comuns quanto andar de ônibus. Os desenhistas de produção soltam a imaginação criando formas que lembram iates espaciais ou discos voadores. Em “Rogue One” a nave do almirante Ackbar se parece com as criações do artista John Berkey, que ajudou a criar o pôster do primeiro filme de “Guerra nas Estrelas”, em 1977.

Já em “Valerian e a Cidade dos Mil Planetas” a espaçonave do casal Valerian/Laureline segue o estilo Millenium Falcom e parece um disco voador feito de sucata. Mas não se trata de plágio. A história em quadrinhos na qual o filme foi baseado é de 1972, cinco anos antes do início da franquia de Star Wars. Talvez George Lucas fosse fã do Valerian, talvez seja pura coincidência, mas não importa, os dois universos são bem diferentes.

Outros filmes, como “Perdido em Marte”, “O Espaço Entre Nós” e “Vida” se passam na nossa época e usam espaçonaves reais. “Vida” é uma história de terror passada a bordo da Estação Espacial Internacional, que continua a orbitar a Terra a uns 500 quilômetros de altura. Chamada de ISS a Estação Espacial Internacional pertence a um consórcio de doze países e foi montada no espaço entre 1998 e 2012. Ela é tão feia quanto a nave do Valerian e o falecido escritor Arthur C. Clarke, criador do roteiro do clássico “2001: Uma odisseia no espaço”, disse uma vez que a ISS “é tão bonita quanto um depósito de carros batidos”.

Mesmo assim ela é a única casa no espaço de que dispomos atualmente. E tem abrigado tripulações de quatro astronautas durante um período de dezenove anos. No filme do diretor Daniel Espinosa a ISS foi reconstruída para parecer sombria e cheia de mistérios, como a nave Nostromo do filme “Alien”.

Em “Vida” a estação espacial serve de posto de quarentena para o estudo de uma forma de vida trazida do planeta Marte. O bicho gelatinoso começa a crescer e comer os astronautas e a estação sai de órbita e pode cair no nosso planeta. O site Space.com entrevistou uma especialista da Nasa quanto a probabilidade de algo assim acontecer na vida real. Catharine Conley, que é diretora de proteção planetária da agência espacial, acha improvável que a ISS seja usada para estudar organismos alienígenas no futuro.

O motivo é que a estação não foi projetada para isso e não tem os equipamentos sofisticados que seriam necessários para conter e examinar uma amostra de vida marciana. Além disso, como mostra o filme, a ISS fica muito perto da Terra, a 400 quilômetros de altura, e o risco de contaminar o nosso planeta com algum tipo de vida alienígena é muito grande. Outro problema é a ausência de gravidade que existe a bordo da ISS, o que torna mais complicado a manipulação de amostras de vida perigosa.

Talvez o lugar ideal para se examinar amostras de vida alienígena seja em uma base na superfície da Lua. O que é um projeto europeu para a próxima década. Não importa, seja no cinema, seja na vida real o espaço vai ficar cheio de naves espaciais nos próximos anos. Felizmente o Universo é muito grande e não há perigo algum de um engarrafamento.

Perigosa: A estação espacial do filme Vida
Bonito: A nau capitânea dos rebeldes em ‘Rogue One’
Francesa: A espaçonave da dupla Valerian/Laureline

 

Por Jorge Luiz Calife

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1 comment

Anderson 17 de abril de 2017, 18:52h - 18:52

Esta é uma temporada excelente para os amantes da ficção científica, pois a quantidade de filmes e livros de ficção científica lançados no Brasil é espantosa, sem igual na história. Tá faltando um novo livro de ficção científica hard do Jorge Luiz Calife nesta onda de lançamentos. Quem sabe até uma adaptação cinematográfica brasileira? Mas acho que não, pois infelizmente no Brasil só há espaço para comédias e filmes glamourizando bandidos.

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