O físico Stephen Hawking morreu na semana passada deixando uma vasta obra, que inclui séries de televisão e livros de divulgação sobre a cosmologia. A ciência, que era sua paixão. Seu livro mais famoso é “Uma breve história do tempo”, que foi prejudicado no Brasil por uma péssima tradução. O texto em português ficou tão confuso que só uma pessoa que já entende de cosmologia vai entender. Contrariando o objetivo do livro, que é o do explicar a física do Big Bang e do espaço e o tempo para os leigos.
Muito melhor é “O universo em uma casca de noz” que já teve várias edições entre nós. Infelizmente nunca traduziram corretamente o título “The Universe in a nutshell” que significa, simplesmente, “O universo resumido”. A melhor de todas é a edição de luxo, fartamente ilustrada, da Francisco Alves, mas é mais fácil encontrar a versão mais simples da editora Intrinseca, publicada em 2015.
“O universo em uma casca de noz” aborda os mesmos assuntos que serviram de tema para o filme “Interestelar” ainda que não seja tão atualizado quanto o livro do físico Kip Thorne. Ele explica como aquilo que chamamos de espaço, ou seja, esse mundo de três dimensões onde nós vivemos, está ligado à estrutura do tempo, que percebemos através da passagem das horas. Sem espaço não existe tempo e vice-versa. O tempo e o espaço podem ser alterados por forças gravitacionais. Ou seja, aquela força que nos mantém presos na superfície do nosso planeta, a Terra.
Lá longe, no universo, existem estrelas mortas, os buracos negros, que torcem a estrutura do espaço e do tempo até criar um abismo de onde nada consegue sair. Exceto a radiação de Hawking, postulada por ele, mas nunca comprovada. A vida de Stephen Hawking também daria um filme, e deu, “A teoria do tudo”, que passou nos cinemas em 2014, o mesmo ano do épico “Interestelar”. O roteiro, que conta a história da juventude do cientista e de seus dois casamentos atribulados foi baseado em um romance escrito pela primeira esposa de Hawking, Jane, e saiu no Brasil pela editora Única. Pessoalmente prefiro as ideias do Hawking aos problemas de sua vida pessoal.
Por Jorge Luiz Calife
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