O pior de ficção científica no cinema

by Diário do Vale

Os filmes de ficção científica são um sucesso mundial. Eles substituíram gêneros clássicos como o faroeste e os estúdios produzem vários filmes desse tipo, todo o ano, com orçamentos milionários. É o caso do “Valerian e a Cidade dos Mil Planetas”, que continua em cartaz nos cinemas da região. Infelizmente a qualidade dos roteiros tem caído muito. E os roteiristas nem se preocupam mais com as convenções estabelecidas pelos filmes anteriores. Os resultados são filmes como “Alien: Covenant” e “Além da Escuridão – Star Trek”, que desapontam os fãs e espantam o público dos cinemas.

Esses filmes lidam com universos de fantasia que foram estabelecidos nos primeiros filmes da franquia. É o caso de “Jornada nas Estrelas” ou “Star Trek” como se diz hoje em dia. Desde o início da série, na televisão dos anos 60, foram estabelecidos parâmetros que os roteiristas precisam seguir. No universo de “Jornada nas Estrelas” os personagens usam o teletransporte para viagens curtas e espaçonaves, como a Enterprise, para viagens longas.

Os roteiristas Roberto Orci e Alex Kurtzman do filme “Além da Escuridão” (2013) não sabem disso. No filme o vilão se teletransporta para o planeta dos Klingons, que fica a três mil anos luz da Terra, sem problema algum. Os Klingons, que eram os piores vilões da série clássica, deixam a Enterprise orbitar seu planeta sem qualquer oposição. Mas o pior é quando o capitão Kirk telefona para seu amigo Scott, que está na Terra, e ele recebe a mensagem, de três mil anos luz, com um comunicador de bolso. Isso é que é cobertura!

Mas o pior pecado de “Além da Escuridão” é tentar ser um remake de “Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan”, um dos melhores filmes da série. Sem oferecer uma trama melhor ou mais emocionante. Esse também foi o grande pecado de “Star Wars: O Despertar da Força”, o filme de estreia de Guerra nas Estrelas em seu novo estúdio, a Disney. “O Despertar da Força” também é um remake, no caso do episódio 4, “Uma nova esperança”, da trilogia original. O roteirista, Lawrence Kasdan, parece que não viu o filme que ele queria imitar. Todo aquele discurso do Han Solo, sobre a necessidade de calcular com cuidados os saltos no hiperespaço foi esquecido. A nave do herói agora salta sem cálculos, direto para dentro da atmosfera dos planetas. E a nova mocinha aprende a pilotar naves e usar sabres de luz por osmose. Sem treinamento algum.

Não é de surpreender que tanto “Além da Escuridão” quando o “O Despertar da Força” tenham sido dirigidos por J. J. Abrams. Que ficou famoso com aquele seriado “Lost”, que imitava, mal, “A Ilha Misteriosa” do Júlio Verne.

Outros casos

Infelizmente contar com o criador da série original nem sempre é garantia de qualidade. É o caso da série do monstro Alien, que começou em 1979 com o clássico “Alien, o Oitavo Passageiro” do cineasta britânico Ridley Scott. Scott resolveu recriar toda a mitologia do Alien com uma nova trilogia de filmes, que já teve dois títulos, “Prometheus” e “Covenant”. Os novos filmes tentam explicar tudo e acabam com todo o mistério em torno dos monstros espaciais.

O último filme, “Alien Covenant” passou nos cinemas em maio e já está saindo em DVD. O vilão agora é um androide maluco, que criou os monstros para exterminar os humanos. Os aliens agora já nascem prontinhos e reverenciam seu criador androide. E os personagens humanos exibem a inteligência daqueles adolescentes nos filmes de terror. Enquanto isso a literatura do gênero está cheia de histórias interessantes, que poderiam virar filmes fantásticos com os efeitos especiais modernos.

Infelizmente os estúdios não querem arriscar ideias novas. E deixam o gênero estagnado com refilmagens e continuações que não acrescentam nada de novo. E ficam piores a cada ano que passa.

Alien: Androide é o novo vilão
Jornada nas Estrelas: Remake de ‘A Ira de Khan’
Star Wars: A mocinha que sabe tudo

 

Por Jorge Luiz Calife

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2 comments

Anderson 21 de agosto de 2017, 18:10h - 18:10

Uma adaptação de Ângela entre dois Mundos ou da trilogia Padrões de Contato também seriam muito legais!

Anderson 21 de agosto de 2017, 18:00h - 18:00

O novo Star Wars foi um sucesso e rendeu mais de 2 bilhões de dólares de bilheteria, apesar de muitos não terem gostado. Quanto aos bons livros que poderiam virar filme, sonho com Encontro com Rama e Guerra do Velho. Aliás, Arthur C. Clarke tem dezenas de contos e romances que poderiam ser adaptados.

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