O Rei Arthur e suas versões cinematográficas

Por Diário do Vale

Enquanto o novo longa do Guy Ritchie, “Rei Arthur: A Lenda da Espada”, é exibido nos cinemas, dá para rever os outros filmes sobre o herói britânico, que estão disponíveis em DVD e na internet. Todos esses filmes são baseados em uma história meio lendária que faz parte da origem da Inglaterra. É por isso que os ingleses levam o rei Arthur muito a sério e não gostaram nada das mudanças que Ritchie e seus roteiristas colocaram na história. Mas, em defesa do cineasta, podemos dizer que não existe uma versão definitiva da história do soberano e dos cavaleiros da Távola redonda.

Arthur Pendragon teria vivido entre os séculos V e VI, defendendo a Grã-Bretanha de uma invasão dos Saxões. A versão mais conhecida de sua história vem de um livro escrito no século XII, “A história dos reis da Bretanha”, de Geoffrey de Monmouth, mas se sabe que este autor fantasiava muito. O que importa é que seu livro tornou o Rei Arthur uma figura muito popular e cada autor que recontava sua história acrescentava novos elementos. Como é o caso do escritor francês Chretien de Troyes, que incorporou o cavaleiro Lancelot e a busca pelo Cálice Sagrado em sua versão da lenda arturiana.

O cinema se apaixonou pela história muito cedo, começando pelo filme mudo “Percival”, de 1904 (não, esse não está disponível em DVD). A primeira super-produção com som, cores e tela panorâmica foi “Os Cavaleiros da Távola Redonda”, de 1953, com Robert Taylor como Lancelot, a estrela Ava Garner como Guinevere, e Mel Ferrer como o Rei Arthur. Tudo dirigido pelo cineasta Richard Thorpe, que adorava histórias medievais.

Mais produção

A Disney se apoderou da Távola Redonda em 1963 com o longa de animação “A Espada Era a Lei”, que já foi lançado no Brasil em vídeo e DVD. No desenho, Arthur é um adolescente que trabalha como escudeiro de um nobre. Um dia ele vai parar na floresta encantada, onde vive o mago Merlin, que cisma de transformar o rapazinho no novo soberano da Inglaterra. A maior inimiga do rei Arthur, a feiticeira Morgana, virou uma bruxa gorda, chamada madame Min nesta versão.

Na mesma época, o início dos anos 60, a lenda do Rei Arthur foi transformada em um musical de sucesso na Broadway. “Camelot” narra um romance proibido entre a rainha Guinevere e o cavaleiro Lancelot. O presidente John Kennedy adorou esse musical e imaginava a Casa Branca como uma versão moderna da corte arturiana. Em 1967 o musical virou uma superprodução hollywoodiana com Richard Harris como o rei traído, Vanessa Redgrave como a rainha, e o italiano Franco Nero como Lancelot du Lac. E sendo um musical a história é toda cantada do começo ao fim.

Em 1979 a Disney produziu um dos filmes mais estranhos sobre a lenda arturiana. “Um astronauta na corte do Rei Arthur” é baseado em um romance satírico, escrito por Mark Twain, em 1889. Twain imaginou um americano do século XIX sendo transportado para a corte do Rei Arthur. Na versão da Disney o americano é um astronauta cujo ônibus espacial rompe a barreira do tempo e vai parar na Inglaterra do século V.

Mas até hoje, o melhor filme sobre a lenda do Rei Arthur é “Excalibur” (1981), do cineasta britânico John Boorman. Um filme que recria a história do soberano e sua luta contra a bruxa Morgana com muito estilo e imagens inesquecíveis. O filme pode ser baixado da internet, mas é melhor esperar a versão em Blu-ray, que já saiu nos Estados Unidos. Destaque para a atriz Helen Mirren fazendo uma Morgana inesquecível.

‘Camelot’: Musical encantou Kennedy e virou filme em 1967

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Por Jorge Luiz Calife

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1 Comentário

Anderson 26 de maio de 2017, 03:57h - 03:57

Fascinante a lenda do Rei Arthur. O problema é que esta nova versão é produto de uma falta de criatividade no cinema, que se contenta em ficar reciclando ideias para o 10º reboot da mesma história.

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