O Rio Paraíba do Sul em destaque

by Diário do Vale

O voltaredondense Sérgio Vieira é compositor e ambientalista com mais de 30 anos de carreira

Nesta terça-feira (05) é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente. A data foi criada em 1972, durante uma Assembleia Geral das Nações Unidas, na abertura da Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, reunião essa que ficou conhecida como Conferência de Estocolmo. A comemoração tem por finalidade criar uma postura crítica e ativa em relação aos problemas ambientais existentes no planeta.

Como forma de homenagear o meio ambiente e principalmente o Rio Paraíba do Sul, que corta todas as cidades da região Sul Fluminense, o compositor e ambientalista Sérgio Vieira compôs a canção “Milagre das águas” lançada inicialmente através do “Canal Brasil Cultura Indígena”, e em breve nas principais plataformas digitais o seu mais novo videoclipe.

De acordo com Sérgio, a música é relativamente recente e resulta do seu envolvimento na defesa e preservação do meio ambiente, desde a sua juventude ainda na década de 70.

– Me recordo de ter participado de uma manifestação pública dos estudantes secundaristas de Volta Redonda na década de 70, realizada em frente ao antigo Escritório Central da CSN, para alertar a população sobre a situação alarmante do rio. Já naquela época fomos reprimidos violentamente pela polícia, pois vivíamos os tempos mais do que sombrios da década de 70, em pleno regime militar – lembra.

Sergio diz ainda que mesmo após esses anos todos a situação do rio infelizmente não melhorou, apesar de toda a sua imensa importância para mais de 17 milhões de pessoas nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

– Esta situação desesperadora, não somente para o rio, mas também para quem dele depende, me levou a compor, há alguns anos atrás, a canção “Milagre das Águas”, em cuja letra destacam-se a valorização de espécies de peixes e de pássaros e também a degradação impiedosa que esse maravilhoso rio, que é uma obra prima da natureza, vem sofrendo. Quase que sendo necessário, um verdadeiro milagre para que possamos salvá-lo – afirma.

Em um dos versos o compositor diz: “o que faz tanta gente a sujar, poluir, se a vida no rio insiste em fluir…”, segundo ele esse trecho que dizer que, apesar de todas as mazelas a ele impostas pela insanidade humana, a vida em seu leito resiste bravamente, tal qual os índios, os quais também vêm sofrendo um covarde genocídio desde quando os invasores por aqui chegaram, mas ainda resistem fortemente.

Sérgio destaca ainda que existe uma relação direta entre o rio, que, além de ser patrimônio natural é um verdadeiro símbolo de sua infância, juventude e os índios, com os quais o conviveu por mais de cinco anos na Amazônia realizando pesquisas sobre a música e sobre cultura da etnia Parakanã – Tupi, que esteve ameaçada de extinção nas décadas de 60 e 70.

– Desde a minha juventude sempre estive muito envolvido com as questões socioambientais. Durante a minha trajetória de vida venho procurando utilizar a música e outras formas de expressão artística, como a literatura, a fotografia e o cinema para chamar, cada vez mais, a atenção das pessoas para a importância fundamental de cuidarmos bem da natureza, dos índios e do meio onde vivemos – diz.

Quem quiser conhecer o trabalho de Sérgio, o videoclipe da canção está disponibilizado no Canal Brasil Cultura Indígena no YouTube através do link https://www.youtube.com/watch?v=HsqMY-FqbCQ.

Milagre das águas

Por Sergio Vieira

Meus olhos vão conduzir

O voo intenso do Juriti

Paraibuna, Carangola, Jaguari

Quanto tempo vão resistir

Piau, Bocarra, Lambari

Quanta graça e vida em ter você aqui

Tico – tico me contou

Da solidão do pescador

Sairú sumiu, Robalo se mandou

Pintassilgo espalhou

Só o poder do criador

Pra tirar das águas tudo o que se jogou

O que faz tanta gente a sujar, poluir

Se a vida no rio insiste em fluir

Tamanduá, Preguiça Tatu, Inambu

Só mesmo um milagre, Quero – quero

Paraíba para, sara e move tua sina

Quem te viu primeiro

Olho d’água cristalina

Paraíba para, sara e move tua sina

Quem te viu primeiro

Olho d’água cristalina

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2 comments

Cidinha 5 de junho de 2018, 18:42h - 18:42

Todo cagado pela CSN e outras poluidoras

Smilodon Tacinus 7 de junho de 2018, 07:51h - 07:51

A CSN trata todos os seus efluentes. O histórico recente de poluição vem de empresas de Rocende, procure se inteirar dos fatos… A maior fonte de poluição do rio é a carga orgânica e inorgânica proveniente dos esgotos das cidades…

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