Os deuses do Isaac Asimov

by Diário do Vale

A editora Aleph, de São Paulo, está reeditando no Brasil alguns dos clássicos da ficção científica do século passado. Entre eles as melhores obras dos mestres Arthur C. Clarke e Isaac Asimov. Asimov foi um bioquímico que fez sucesso como divulgador de ciência e escritor de ficção. Seus livros venderam milhões de exemplares no século passado. Um dos melhores exemplos de sua capacidade de imaginar futuros fantásticos é o romance “Os próprios deuses”, que ganhou o Hugo e o Nebula, os maiores prêmios do gênero.

A história envolve dois universos habitados por seres inteligentes. O nosso universo e o para-universo. Um cientista descobre um meio de trocar mensagens e energia entre os dois universos. E cria a “bomba de elétrons” um sistema que permite captar energia desse mundo paralelo, onde as leis da Física são diferentes das que governam o nosso mundo. A descoberta promete criar uma nova era de paz e prosperidade para o nosso mundo. Até que o herói descobre um pequeno problema.

A troca de energia entre os dois mundos pode transformar o Sol em uma estrela explosiva, uma supernova, que desintegraria a Terra e o Sistema Solar. E criar um quasar dentro de nossa galáxia. O cientista Peter Lamont tenta advertir o governo sobre o risco, mas os políticos estão tão empolgados com a nova forma de energia barata que não ligam para as advertências do físico.

O livro foi escrito em 1972 e reflete o conhecimento científico da época. Em 1972 a existência dos quasares ainda era uma novidade e os cientistas não entendiam muito bem o funcionamento desses astros super brilhantes. Hoje sabemos que a energia dos quasares é produzida por buracos negros no centro de galáxias. E não de alterações na força nuclear forte, como Asimov imagina no livro. São detalhes que não comprometem a obra, que continua bastante atual. É só lembrar o entusiasmo do governo brasileiro com a descoberta do petróleo no pré-sal para entender a recusa dos políticos do livro em abdicar da nova fonte de energia. O título do livro vem de uma citação do filósofo Schiller que disse uma vez: “Contra a estupidez os próprios deuses lutam em vão”.

Clássico: Descoberta pode destruir o Sol

Clássico: Descoberta pode destruir o Sol

 

Por Jorge Luiz Calife

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1 comment

Anderson 12 de dezembro de 2017, 21:47h - 21:47

O trabalho da Editora Aleph é fantástico! Eles estão lançando obras clássicas alternando com o outras mais recentes. Foram várias obras do Asimov, Arthur C. Clarke, Philip K. Dick, William Gibson, etc. Este mês lançaram Piquenique na Beira da Estrada, dos irmãos Arkádi & Boris Strugátski (achei que este nunca viria para o Brasil). Das obras mais recentes vieram Guerra do Velho, do John Scalzi, e O Leviatã Desperta, do James S. A. Corey (merece uma resenha, hein Calife?). Já anunciaram o Ancillary Justice, da Ann Leckie – que ganhou o Hugo e o Nebula. Esta é a melhor época para os fãs da ficção científica. Só falta a Aleph resgatar os títulos do Jorge Luiz Calife.

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