Professores e alunos do projeto ‘Volta Redonda Cidade da Música’ contam como a música influenciou suas vidas

by Diário do Vale

Volta Redonda – Uma ideia que surgiu da iniciativa e da boa vontade do professor Nicolau Martins de Oliveira, em 1974. Atualmente coordenado pela professora e maestrina Sarah Higino e o professor de música José Sérgio Torres da Rocha, o projeto “Volta Redonda Cidade da Música”, pioneiro no estado do Rio de Janeiro, contribui para que alunos e professores busquem um direcionamento melhor em suas vidas.

Desenvolvido em 39 unidades educacionais da rede municipal de ensino de Volta Redonda (SME e Fevre), o projeto atende cerca de quatro mil alunos da pré-escola ao ensino médio e desde que foi implantado está servindo de inspiração para aqueles alunos que buscam na música uma forma de se desenvolver profissionalmente.

De acordo com o professor de música, Daniel Diniz Magalhães, que já faz parte do projeto há 16 anos, a música o ajudou muito nos estudos e a se encontrar como pessoa e músico.

– Estudava no Colégio Getúlio Vargas em 2001 e estava cursando o 6º ano do fundamental, quando tive informações mais detalhadas sobre o projeto. Já conhecia superficialmente e cheguei a assistir alguns concertos. Foi nessa época que dei início na música em minha vida e iniciei tocando violoncelo aos 11 anos. Já no ano seguinte passei para o contrabaixo. Com o tempo o meu interesse pelo projeto só foi aumentando e me motivando cada vez mais. No início, participar do projeto funcionava como uma válvula de escape dos problemas do cotidiano. Ao mesmo tempo as aulas me ajudavam a ocupar o meu tempo e a ociosidade – destaca.

Entre 2005 e 2007, já com 17 anos, Daniel virou monitor tocando contrabaixo.

– Aos poucos fui gostando cada vez mais de música e ela foi me direcionando até pensar em me profissionalizar. Com 18 anos fui dispensado do exército e cursei a minha primeira faculdade de licenciatura em música no Conservatório Brasileiro de Música (CBM), no Castelo, Centro do Rio. Ao mesmo tempo em que cursava a faculdade continuei no projeto “Cidade da Música”. Concluí a faculdade em 2011 e em meados de 2012 me tornei professor – diz.

Atualmente Daniel dá aulas de violoncelo e contrabaixo e trabalha na Escola Municipal João Haasis, no bairro Eucaliptal, com musicalização e banda mini. O músico também é contrabaixista da orquestra de Volta Redonda e cursa o quarto período de bacharelado em contrabaixo na UniRio, onde passou em primeiro lugar em Música.

– Acredito que o trabalho do projeto é um agente transformador da realidade da criança. E como dizia o maestro Nicolau, “é através da música que se transforma o cidadão”. Eu não consigo me imaginar longe da música, e não sei fazer outra coisa. Com relação ao projeto, acredito que ele deve ser ampliado cada vez mais caso tenha mais incentivo. No primeiro segmento onde eu atuo, percebo que há um despertar dos alunos pela música e eles ficam mais motivados – defende.

Para a maestrina Sarah Higino, a música desperta o interesse do aluno e a convivência social entre eles melhoram.

– Através do projeto trabalhamos tanto na autoestima da criança como da família, pois à medida que os pais veem o desenvolvimento dos filhos, o comportamento da família muda, pois estão vendo o filho em evidência – diz.

Música para todos: Projeto atende cerca de quatro mil alunos da pré-escola ao ensino médio (Foto: Júlio Amaral)

Música para todos: Projeto atende cerca de quatro mil alunos da pré-escola ao ensino médio (Foto: Júlio Amaral)

Segundo o professor de música e maestro da banda de concerto, José Sérgio, sendo responsável por todo o trabalho de sopro e percussão do projeto, todo ano se inicia novas turmas tanto no primeiro quanto no segundo semestre.

– Qualquer criança da rede municipal pode fazer parte do projeto, basta querer. Hoje temos professores formados que foram nossos alunos atuando em Portugal, em universidades brasileiras, em diversas bandas militares e se tornaram oficiais. Muitos desses ex-alunos só vivem de música – conta.

A professora de música Chimeni Halfelb Mendonça, de 31 anos, iniciou no projeto “Volta Redonda Cidade da Música” em 1999, na 6º série do fundamental, tocando percussão.

– Já terminei licenciatura pelo Conservatório Brasileiro de Música (CBM) e pretendo fazer bacharelado em percussão. A música me proporcionou conhecer pessoas e lugares diferentes e importantes, como também pessoas famosas da música. E como sou professora de música pelo projeto em duas escolas da rede, a meu ver o projeto contribui muito no desenvolvimento pessoal do aluno como cidadão. Hoje eu agradeço o que sou aos professores Nicolau, a professora Sarah Higino e ao professor Sérgio – agradece.

Para o aluno da Escola Municipal João Paulo Pio de Abreu, no Retiro, Henrique Costa de Almeida, de 11 anos, a música lhe proporcionou ser mais dedicado nas tarefas.

Há um ano na banda onde toca clarinete, Henrique afirma que a música o deixou mais responsável e focado nas coisas que realiza. “Iniciei na banda mini com oito anos onde fiquei por três anos e depois iniciei no clarinete. Não quero mais parar e vou continuar treinando, pois é a minha paixão”, afirma, empolgado.

 

 

 

Por Júlio Amaral

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2 comments

Arigó da CSN 22 de outubro de 2017, 10:16h - 10:16

Tudo isso começou com o brilhante Capitão Franklin, passou pelo grande Maestro Nicolau, e agora está nas mãos da magnifica PROFESSORA, musicista e COMPETENTE SARAH HIGINO. Orgulho de Volta Redonda esses nomes.

Pagador de impostos 22 de outubro de 2017, 09:55h - 09:55

Para quem não conhece, sugiro uma visita às instalações do projeto, na Vila Mury. Parabéns ao Nicolau, ao José Sérgio e à Sarah. Sigam em frente ! A cidade agradece a vocês o grande trabalho que realizam.

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