‘Não tem como ficar calada’, diz mãe de Marielle

Por Diário do Vale

Antônio Francisco da silva e Marinete da Silva, pais de Marielle


Rio –
O mês de julho costumava ser de festa na casa de Antônio Francisco da Silva e Marinete da Silva, pais da vereadora Marielle Franco, assassinada há exatos quatro meses junto com o motorista Anderson Gomes, no centro do Rio.

Antônio e Marinete celebravam o aniversário da filha no dia 27 com almoços em família. Pela primeira vez sem Marielle, eles pretendem fazer o mesmo neste ano, quando a filha completaria 39 anos.

“A irmã dela quer fazer homenagens, porque era uma data em que sempre nos reuníamos para comemorar a vida”, conta o pai de Marielle, que não pretende usar a data para tratar do assassinato ou das investigações. “Trinta e nove anos depois, será uma reunião que vamos fazer para lembrar a Marielle em vida.”

Antônio lembra que, no ano passado, eles almoçaram juntos antes que a vereadora (PSOL) fizesse uma festa com amigos na Pedra do Sal, local que é um dos marcos da história negra no Rio de Janeiro e que abriga um tradicional samba às segundas-feiras.

“Ela gostava que as pessoas participassem da alegria dela. Se vocês repararem, a grande maioria das fotos da minha filha era sorrindo”, lembra Antônio, que diz ter sentido muito a falta da filha durante os jogos do Brasil na Copa do Mundo na Rússia. “Sempre nos reuníamos, fazíamos churrasco, e assistíamos ao jogo do Brasil. Este ano eu assisti aos jogos, mas não dei importância à Copa do Mundo como dava quatro anos atrás.”

A mãe, Marinete, diz que é preciso lembrar de Marielle no dia de seu aniversário e que continuará com a pressão para que venha à tona a verdade sobre o assassinato da vereadora e do motorista. “Nem que eu vá sozinha para a rua, eu vou lutar pela vida de minha filha. Não tem como eu ficar calada diante de uma situação como essa.”

Marinete desabafa que “precisa acreditar” que a Polícia Civil chegará aos culpados pelo crime e lamenta a crueldade dos atiradores que seguiram Marielle e atiraram diversas vezes contra sua cabeça. “Ela não foi morta por uma bala perdida, nem em um acidente. Ela foi morta em uma emboscada”, afirma. “Essa dor é impossível de cicatrizar.”

Os pais de Marielle estiveram na sede da Anistia Internacional no Brasil para chamar a atenção da sociedade para os quatro meses do crime, que permanece sem solução. Conduzidas pela Polícia Civil, as investigações estão sob sigilo. A coordenadora de Pesquisa da Anistia, Renata Neder, destaca que defensores dos direitos humanos como Marielle enfrentam uma dura realidade no Brasil.

“O Brasil é um país de alto risco para defensores de direitos humanos, dezenas são assassinados a cada ano”, afirma Renata. “Sabendo que, no Brasil, em geral, não se investiga homicídios de defensores de direitos humanos, e que no Rio de Janeiro, a Polícia Civil em geral não investiga os homicídios que têm participação de agentes do Estado, o risco de que o caso da Marielle não seja corretamente solucionando existe, e é alto. E é por isso que a Anistia Internacional tem se mobilizado.”

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6 Comentários

Brasileiro 15 de julho de 2018, 18:28h - 18:28

O problema da vereadora é que foi bater de frente com Tráfico, Milicia e outros mais. Dançou. Quem matou Amarildo ? Alguém descobriu ?

Qualé 15 de julho de 2018, 14:49h - 14:49

Direitos humanos, só defendem bandidos.
As famosas “vítimas da sociedade opressora”

Claudio 15 de julho de 2018, 01:07h - 01:07

Essa historia ja esta chata,eles vão entrar pras estáticas de vários assassinatos sem resolução e pronto,eles não são melhores de que vários outros que morrem nesse pais e até hoje não tem solução lamento pelas famílias mas falei e pronto aceitem achar o culpado não vai adiantar nada isso foi coisa grande não vai aparecer os culpados esquece.

Leitor 14 de julho de 2018, 13:33h - 13:33

Ok, agora como está a família do pobre motorista que dirigia o veículo na noite do crime e também foi vítima mortal dos disparos??? Ele tem mãe??? Esposa??? Só sei que não era vereador do PSOL e fazia bico para completar seu salário.

Geninha 14 de julho de 2018, 22:49h - 22:49

Perdeu boa chance de ficar calado.

Smilodon Tacinus 15 de julho de 2018, 19:05h - 19:05

Estou vendo aí um pai e uma mãe que tiveram uma filha assassinada e querem a resolução do caso. Ponto!…

Se há outros casos similares sem solução, não é problema deles. Agora querem definir como um pai e uma mãe devem sentir-se e comportar-se perante uma tragédia que vitimou a pessoa que mais amavam… Coloque-se não no lugar deles, sr. Leitor, mas sim no teu devido lugar!

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