Deputados apuram desperdício de remédios no Estado do Rio

by Paulo Moreira

Rio – As comissões de Orçamento e de Tributação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que realizam uma auditoria nos contratos da secretaria de Estado de Saúde, pediram ao Ministério Público do Rio (MP-RJ) prioridade na investigação sobre o desperdício de remédios no Estado. O pedido foi feito em reunião realizada ontem com o procurador-geral de Justiça, Marfan Vieira. Em inspeção realizada na segunda-feira (22), os deputados encontraram mais de 300 toneladas de medicamentos e materiais hospitalares fora da validade na Central Geral de Abastecimento (CGA), em Niterói.
“Viemos pedir a agilidade dos processos investigatórios e colocar a Alerj à disposição, para que os culpados por essa má gestão sejam punidos o mais rápido possível. Acredito que em breve teremos provas suficientes para remover as empresas responsáveis, que jamais devem voltar a prestar serviços públicos”, afirmou o presidente da Comissão de Orçamento, Finanças, Fiscalização Financeira e Controle, deputado Pedro Fernandes (PMDB), em reunião com o procurador-geral de Justiça, Marfan Martins Vieira.Os deputados Rogério Lisboa (PR), Flávio Serafini (PSol) e André Lazaroni (PMDB) também participaram da reunião.
Segundo Marfan, a prática não é nova. “O MP já vem investigando essa irregularidade. Existem hoje quatro inquéritos instaurados para apurar fatos anteriores. A descoberta dessa semana certamente é um agravante e haverá um incremento nessa averiguação”, informou Marfan.
O promotor responsável pela investigação, Vinicius Cavalleiro, explicou que o foco são as empresas envolvidas na compra, no armazenamento e na distribuição dos remédios. O consórcio Log Rio, formado pelas empresas Facility e Prol, administra a CGA. “Estamos ainda investigando toda a gestão de Saúde do Estado de 2007 a 2014, ou seja, o período correspondente aos dados de compra e descarte que nós temos documentados”, disse o promotor.
O presidente da Comissão de Tributação, Controle da Arrecadação Estadual e de Fiscalização dos Tributos Estaduais, deputado Luiz Paulo (PSDB), ressaltou que, além dos remédios, também já foram desperdiçados próteses e outros materiais da área de Saúde. Em janeiro, uma fiscalização do Ministério Público descobriu também na CGA mais de sete mil itens que deveriam ser usados em cirurgias fora da validade, um prejuízo calculado em R$ 2 milhões. Segundo informações veiculadas na imprensa, outras 700 toneladas de medicamentos vencidos foram incineradas entre junho de 2014 e março de 2015.

Convocação

O presidente da Comissão de Orçamento da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Pedro Fernandes (PMDB), vai votar nesta quinta-feira (25), em audiência conjunta com a Comissão de Tributação, a convocação dos envolvidos no esquema para prestar esclarecimentos. A reunião será realizada às 13h, na sala 316 do Palácio Tiradentes.
Os depoimentos vão fazer parte da auditoria que a Alerj está fazendo nos contratos da saúde estadual por meio das comissões de Orçamento e Tributação. “Queremos ouvir todos os envolvidos no caso. É um absurdo ver a saúde do estado dessa maneira”, disse Fernandes.

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4 comments

Pagador de impostos 26 de fevereiro de 2016, 12:17h - 12:17

O que leva uma pessoa que ocupa um cargo na esfera pública municipal, estadual ou federal a cometer tantos erros assim ? O responsável ou responsáveis pela gestão desses estoques de remédio não sabia de nada ? Não tinha nenhum controle sobre o seu serviço? É inacreditável que coisas desse tipo ainda estejam acontecendo. O que falta ? Falta, na minha opinião, as pessoas, qualquer um , seja o mais humilde servidor, até o mais graduado, se responsabilizarem por seus atos e suas atitudes. Todos falam, reclamam, resmungam, mas será que estamos sendo responsáveis por tudo o que fazemos ? Está na hora de assumirmos nossas responsabilidades e pararmos de ficar tentando arrumar culpados para tudo o que acontece. Sejamos responsáveis. Façamos a nossa obrigação e vamos cobrar das “incelências ” que façam o que delas se espera. Aff………………..esse país está cansando…………

PEZÃO PELO AMOR DE DEUS... ACORDA HOMEMMMMMMMMM 25 de fevereiro de 2016, 12:08h - 12:08

ACORDA PEZÃO O QUE VOCÊ ESTÁ PERMITINDO QUE ACONTEÇA É CRIME É DESUMANO E VOCÊ TEM FAMÍLIA…
SEUS PAIS SÃO APOSENTADOS? PRIMEIRO VOCÊ BATE NA CARCAÇA DAGENTE TIRA NOSSOS SALÁRIOS, E QUANDO A DOENÇA PIORA NÃO VAMOS NEM TER REMÉDIOS PORQUE SÃO DESPERDIÇADOS.
PARA COMPRAR, SEM CHANCE PORQUE O SALARIO FOI REDUZIDO.
PEZÃOOOOO ACORDA A QUI SE FAZ A QUI SE PAGA…

Robson 25 de fevereiro de 2016, 08:58h - 08:58

Aí o Governador Pezão é sabatinado pela justiça e vai ter a cara de pau de falar que não sabia!!!!Má gestão pública deveria ser crime hediondo porque matam sem ter uma arma em punho!

Adriana 25 de fevereiro de 2016, 04:56h - 04:56

Ouvimos a ladainha de crise e falta de dinheiro no estado. Mas toneladas de remédios vencidos. Estamos diante de incompetentes e a justiça deveria tipificar isso como crime. Pessoas doentes que precisam de remédio sofrem a morrem com a incompetência desse governo estadual.

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