A história da Rodovia do Contorno

by Diário do Vale

 

Volta Redonda  – A Rodovia do Contorno passa a se chamar Prefeito Nelson Gonçalves por um motivo histórico. Na década de 70, ele colocou em prática o Projeto Anel Viário de Volta Redonda. Este projeto consistia nas seguintes obras, realizadas em apenas quatro anos: Avenida Beira Rio, Rodovia dos Metalúrgicos, Elevado Castelo Branco – na Ponte Alta -, Viaduto Heitor Leite Franco e a antiga Ponte Presidente Médici, hoje chamada Ponte Dom Waldyr Calheiros .

Estas obras interligam a cidade, e para que o Anel Viário fosse concluído, no entanto, o prefeito Nelson Gonçalves, deixou mais dois projetos prontos: a Rodovia do Contorno – inaugurada nesta sexta-feira com um traçado diferente do proposto por ele, e uma outra, que ligaria o Elevado Castelo Branco, na Ponte Alta, à Rodovia Presidente Dutra. Seria uma pista de apenas quatro quilômetros, mas fundamental para evitar o caos no trânsito da nossa cidade.

– Na década de 70, meu pai, prefeito Nelson Gonçalves, dizia que o município só poderia crescer em uma direção, ou seja, sentido à Rodovia Presidente Dutra. Estas obras se confirmam e mostram que, sem elas, seria impossível circular pela cidade. Com a conclusão da Rodovia Prefeito Nelson Gonçalves o Anel Viário ficou praticamente completo, uma vez, que o Projeto para o Elevado Castelo Branco à Dutra, se tornou inviável, devido às ocupações existentes naquela localidade — completou o deputado Nelson Gonçalves, ressaltando ter ficado bastante emocionado com a homenagem.

As contribuições de Baltazar, Gotardo e Neto

A construção da Rodovia do Contorno atravessou os mandatos de três prefeitos antes de ser concluída: um mandato de Paulo Baltazar (1993-1996) quatro mandatos de Antônio Francisco Neto (1997-2000, 2001-2004, 2009-2012 e 2013-2016) e um mandato de Gotardo Netto (2005-2008). Todos eles contribuíram para a obra, e resumiram para o DIÁRIO DO VALE suas atuações no caso.

O início com Baltazar

Baltazar, que iniciou fisicamente os serviços, disse que, quando assumiu a prefeitura, já tinha noção da necessidade da rodovia e cabia da existência de um anteprojeto: “Aquele traçado sairia depois do distrito da Califórnia, em Barra do Piraí, mas era muito caro e não saiu do papel. O ex-prefeito Nelson Gonçalves também pensou no assunto”, conta.

A construção da rodovia, mesmo com uma concepção mais simples e menos cara, ainda estava com um custo acima do que seria possível para a Prefeitura de Volta Redonda. Assim, Baltazar foi ao governo federal e pediu apoio para a execução da obra, sendo informado de que deveria dar início aos trabalhos com recursos próprios e depois receberia a verba.

A promessa do governo federal foi cumprida, e Baltazar se lembra de uma grande dificuldade encontrada:

— No meio do traçado, havia uma grande pedreira, que precisou ser explodida.

As obras prosseguiram, e quando Baltazar passou o governo para seu sucessor, Antônio Francisco Neto, 70% da extensão estavam prontos, faltando basicamente as obras de arte (viadutos e trevos) de acesso.

A interrupção com Neto

O prefeito Antônio Francisco Neto encontrou problemas com a Rodovia do Contorno logo no início de seu mandato: ele conta que a empresa vencedora da licitação havia orçado a obra com um preço alto para serviços de terraplanagem e baixo para a pavimentação, como forma de compensar.

Quando Neto assumiu, a empresa pediu um aditivo para serviços de terraplanagem. O então prefeito discordou da proposta e empresa parou os serviços. Foi aí que aconteceu algo inédito:

— Havia nos cofres da prefeitura uma parcela dos recursos para a obra, depositados pelo governo federal, e eles teriam de ser gastos no mesmo ano. Não havia tempo hábil para isso, então fui o primeiro prefeito do Brasil a devolver dinheiro para o governo federal, o que me fez ficar conhecido em Brasília — conta.

Isso aconteceu na primeira passagem de Neto pela prefeitura. Quando ele retornou, em 2009, já encontrou as negociações para a retomada dos serviços adiantadas, com uma série de questões ambientais, jurídicas e financeiras e a obra foi retomada.

Novamente, houve interrupções por questões jurídicas, financeiras e ambientais. Quando Neto deixou a prefeitura, no fim de 2016, faltava menos de 5% das obras para serem concluídas, e a responsabilidade estava com o governo estadual, que enfrentava a fase mais aguda de sua crise financeira e teve de interromper os serviços.

Os recursos foram liberados em 2017 para a obra fosse finalizada.

Gotardo consegue autorização para retomar obras

Gotardo recorda que, quando assumiu em 2005, a obra da Rodovia do Contorno estava paralisada, com entraves no TCU e no Ibama.

— Trabalhei muito, respondendo a esses dois órgãos, para que fosse possível reiniciar o processo de obtenção das verbas.

O ex-prefeito conta que, durante seu mandato, desenvolveu o projeto executivo da obra, essencial para que fosse feita a licitação, depois de mudanças na legislação, que impediram que serviços fossem licitados com base em projetos básicos.

Com o projeto executivo pronto, o hoje governador Luiz Fernando pezão, na época vice-governador e secretário estadual de Obras, conseguiu que o governo federal repassasse os serviços para o Estado do Rio.

— Aí é que conseguimos autorização para executar a obra — disse Gotardo. Ele recordou a atuação do deputado federal Deley de Oliveira em favor dos interesses da Prefeitura de Volta Redonda, na época.

— Deley articulou uma emenda de bancada ao Orçamento da União no valor de R$ 20 milhões. Isso ajudou na retomada das obras. Deley ajudou muito, e continua ajudando Volta Redonda até hoje.

 

 

 

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12 comments

lei 11 de dezembro de 2017, 13:35h - 13:35

aconteceu o que aconteceu. o importante é que finalmente a rodovia ficou pronta pra uso. tudo que traz benesses para a nossa cidade,é bem vindo.

Jorge Luiz Couto 10 de dezembro de 2017, 14:12h - 14:12

As palcas de sinalização na rodovia do contorno não são boas. Devem ser daquelas que são mostradas antes do entroncamento ou saída. Para uma pessoa que não é da região, certamente vai parar no Bairro Nova Primavera.
A saída do Santo Agostinho precisa ser revista .

GUEVARA 10 de dezembro de 2017, 11:29h - 11:29

Não se falou no desvio de verba por meliantes políticos. As “questões jurídicas, financeiras e ambientais” pedem melhores detalhes. A transparência pública ficou incompleta.

c lopes 10 de dezembro de 2017, 11:08h - 11:08

ah se essa rodovia do contorno falasse tanta coisa de ruim que ja aconteceu ali que deve ter almas perdidas por ali mas que muita gente namorou muito naquelas rodovias desertas a alguns tempos atras

TO DE OLHO 10 de dezembro de 2017, 08:59h - 08:59

AGORA O TREVO NA SAIDA SANTO AGOSTINHO PARA QUEM VAI PARA BARRA DO PIRAI VAI PRA ONDE ? VAMOS TER QUE ESPERAR MAIS 23 ANOS PARA CONSEGUIR UMA SAIDA DIGANA ?
AI VEREADOR FURTADO RESOLVE ESTA AI QUERO VER ?

Fernando 9 de dezembro de 2017, 14:53h - 14:53

Achei a sinalização vertical insuficiente. Poderiam ser maiores, poderia haver pórticos, constar mais indicação sobre as principais rodovias que interligam (BR 040 e BR 116) bem como destinos (Rio, São Paulo, Três Rios, Salvador). Por ter sido aberta ontem , ainda é novidade e confuso para usuários frequentes da BR 393 e estes com o tempo se acertam. Mas para aqueles de primeira viagem e esporádicos, vai eventualmente causar confusão.

DENUNCIE OS POSTOS COM gasolina ADULTERADA da região NA ANP 0800 970 0267 9 de dezembro de 2017, 11:17h - 11:17

SAMUCA COM 2 ANOS CONSEGUIU DESENROLAR A ROUBALHEIRA QUE FICOU PRA TRAS…
PARABENS PREFEITO
PO NETO COM 70 ANOS DE GOVERNO NÃO CONSEGUIU FAZER NADA KKKKKKKKKKKKKKKKKK

Observador 9 de dezembro de 2017, 13:00h - 13:00

2 anos? Não é possível vc deve ser comissionado. Tinha que ter vergonha de pegar carona numa obra superfaturada como essa.

الفتح - الوغد 9 de dezembro de 2017, 11:02h - 11:02

Vi, numa rede social, a foto de um acidente já ocorrido na rodovia (os envolvidos devem estar orgulhosos da primazia)… Aconteceu numa alça de acesso, a qual mesmo sendo em curva e limitando um precipício, não possui guardrail ou mureta… Um verdadeiro absurdo!…

Fernando 9 de dezembro de 2017, 14:45h - 14:45

Passei pouco depois e os veículos e condutores (o da moto não sei, depende se precisou se removido para socorro) envolvidos estavam lá, guarnecidos pela PM. Me pareceu somente um “enrosco” entre uma moto e um carro de passeio. Mas não sei sobre feridos.

Indignado 9 de dezembro de 2017, 08:42h - 08:42

O que o Baltazar fez com a verba recebida do governo federal e não concluiu a rodovia ? Tempo e dinheiro teve.

Estamos de olho 8 de dezembro de 2017, 22:31h - 22:31

Km2 mais caro da história de todo o mundo. 8 milhões de reais por km2. Obra que elegeu e enriqueceu muito político de volta redonda. Agora inaugurada a promessa vai ser o hospital regional.

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