Mesmo com pressão do MEC, estudantes mantêm ocupação de locais de prova

by Diário do Vale

Brasília – A pressão do Ministério da Educação (MEC) para a desocupação das escolas e dos institutos federais repercutiu entre os estudantes que participam dos protestos em Brasília. O ministro da Educação, Mendonça Filho, deu prazo até o dia 31 de outubro para que as escolas e institutos federais sejam desocupados. Caso isso não ocorra, as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) serão suspensas nas localidades ocupadas.

“A gente faz um contraponto, a gente que dá um prazo para que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016 e a Medida Provisória do Ensino Médio não sejam aprovadas pelo Congresso Nacional”, diz Jacqueline Chaves, estudante de licenciatura e letras do Instituto Federal de Brasília (IFB), campus São Sebastião.

O campus é um dos cinco do IFB que estão ocupados no Distrito Federal. As aulas estão suspensas e cartazes estão afixados pelas paredes do edifício: “Educação não é gasto, é investimento”, “Unidos pela educação de qualidade” e “Não à PEC 241” são alguns deles. De acordo com os estudantes que ocupam o local, cerca de 150 alunos se revezam na unidade.

O MEC diz que apela ao bom senso para que os espaços sejam desocupados até o dia 31 para preservar o direito dos candidatos inscritos no Enem de fazerem a prova. “A Advocacia Geral da União já foi acionada pelo MEC e estuda as providências jurídicas cabíveis para os responsáveis pelas ocupações”, diz o ministério em nota. A atual gestão afirma que liberou esta semana mais de R$ 200 milhões, completando 100% do custeio  dos Institutos Federais, dos Cefets e do Colégio Pedro II.

De ontem para hoje, após a declaração do ministro, uma nova escola foi ocupada, fazendo com que o total de locais de provas ocupados subisse de 181 para 182, de acordo com balanço do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep). O órgão é o responsável pela logística e aplicação do Enem

“A ocupação é um dos meios que temos para ser ouvidos. A gente não quer isso que está sendo proposto. Foi a forma que encontramos para que os governantes percebam que deveriam ter nos consultado”, diz Maria Eduarda Durães, estudante do 1º ano do ensino médio no campus do IFB.

Rede federal 

Após a coletiva de imprensa, quando o MEC anunciou a medida, um ofício circular foi enviado pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do MEC aos reitores dos institutos federais solicitando que dessem informações ao MEC sobre as ocupações e seus participantes: “Solicito manifestação formal acerca da existência de eventual ocupação dos espaços físicos das instituições sob responsabilidade de Vossas Senhorias, procedendo, se for o caso, a respectiva identificação dos ocupantes, no prazo de 5 dias”, diz o ofício.

De acordo com o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica, até essa quarta-feira (19), 68 unidades em 23 institutos federais em 15 estados estavam ocupados. Os estudantes que paticipam do movimento questionaram a medida.

Em nota divulgada hoje à imprensa, o MEC diz o ofício enviado à rede federal solicitou aos dirigentes “informações sobre a situação dessas ocupações, cumprindo sua responsabilidade legal de zelar pela preservação do espaço público e de garantir o direito dos alunos de acesso ao ensino e dos professores, de ensinar”.

“Com que intuito querem esse nome? Estamos em um estado democrático de direito ou não?”, questiona Jacqueline. A circular fez com que os estudantes se juntassem em manifestação na manhã de hoje em frente ao MEC e ao Congresso Nacional. “A gente é a favor da educação. A reforma [do ensino médio] que querem passar desestrutura até o Enem”, diz Bruna Gonçalves, estudante de licenciatura em biologia do IFB, campus Planaltina. Os estudantes preparam uma contraproposta para apresentar ao Congresso e ao MEC sobre as medidas.

A pasta diz ainda que há relatos que dão conta da presença de pessoas que não pertencem à comunidade dos instituto federais ocupados. “Cabe aos reitores, diretores e servidores públicos, zelarem pelo patrimônio das entidades que dirigem, de acordo com a autonomia prevista em Lei. Ao MEC, cabe acompanhar para que não haja prejuízos à educação, ao patrimônio público e ao erário. Para cumprir sua obrigação, a Setec precisa de informações oficiais”.

As informações são da Agência Brasil.

escola-ocupada

Sem sair: Fachada do Instituto Federal de Brasília, campus São Sebastião, um dos cinco ocupados no Distrito Federal (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

 

You may also like

5 comments

Samuca Baltazar Neto 25 de outubro de 2016, 13:55h - 13:55

Força, garotada. Parabéns pela luta. Abaixo a PEC golpista. Não abaixem a cabeça para gente como aquele deputado golpista que disse que “Quem não tem dinheiro não tem que fazer universidade”.

pagador de impostos 23 de outubro de 2016, 09:58h - 09:58

Todos querem uma escola melhor, com mais qualidade, com mais isso e mais aquilo. Nas salas de aula, os pobres dos professores se esforçam, melhoram suas aulas, tentam incentivar e motivar os alunos, tudo isso sem nenhum recurso, tudo na base do cuspe e giz . E o que temos na maioria dos casos e com a maioria dos estudantes ? Uma completa falta de vontade por parte da grande maioria dos alunos, que pensam que basta ter acesso à internet, basta um google pra se ter o conhecimento, que a cada dia, fica cada vez mais raso, sem nenhuma profundidade, sem nenhuma discussão propositiva e responsável. Pra onde caminhamos ? Acho que o caos está se aproximando velozmente.

VAI VENDO 23 de outubro de 2016, 12:14h - 12:14

Exatamente depois da promoção do google é que a humanidade ficou mais besta.

Diz aí: é mais inteligente pesquisar pelo google ou por um navegador de internet?

VAI VENDO 23 de outubro de 2016, 09:44h - 09:44

E os comunistas vermelhos continuam agindo para destruir ainda mais este país.

As provas do ENEM não têm nada a ver com a PEC 241 que é um evento para escolhermos os melhores estudantes e oportunidade dar chance a muitos que se esforçaram.

Em VR Graças a Deus eliminamos o PT e PC do B da CMVR, mas infelizmente um se safou para outro partido PSB com a ajuda de padres e bispos. Infelizmente tbm ele agora apoia o PV da Ideologia do Gênero, do casamento entre pares.

Observador da treta 22 de outubro de 2016, 18:21h - 18:21

Militontos de esquerda. Estudantes que não estudam. Você pergunta pra um estudante desse que país funciona o socialismo e eles não sabem responder. Infelizmente PT PCdoB e PSOL lavaram a mente desta juventude.

Comments are closed.

diário do vale

Rua Simão da Cunha Gago, n° 145
Edifício Maximum – Salas 713 e 714
Aterrado – Volta Redonda – RJ

 (24) 3212-1812 – Atendimento

(24) 99926-5051 – Jornalismo

(24) 99234-8846 – Comercial

(24) 99234-8846 – Assinaturas
.

Image partner – depositphotos

Canal diário do vale

colunas

© 2024 – DIARIO DO VALE. Todos os direitos reservados à Empresa Jornalística Vale do Aço Ltda. –  Jornal fundado em 5 de outubro de 1992 | Site: desde 1996